(20) come on

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[P O V   P A R K  J I M I N]

Nos anos todos que tinham vindo a passar, encontrar Jungkook no mês de maio não era mais um peso em meus ombros, não durante a semana perfeita com ele. 

Mas naquele ano, naquele especifico ano, parecia um martírio aterrar naquela ilha. 

Todos os anos, todas as vezes, ainda que com a culpa em stand by, estar com Jungkook ultrapassava o prazeroso. Chegava a um nível limite, que por mais que ele se ultrapasse, seria sempre para melhor, nunca para me prejudicar. 

Mas, naquela vez, eu não pensava no prazer, não pensava nos carinhos que receberia dele. Não. Pensava no que isso fazia de mim, em que tipo de pessoa isso me tornava depois de estar noivo por mais de cinco meses. 

Não era correto antes e agora também não. 

O meu peito apertou-se quando eu decidi retirar aquela aliança do meu dedo, escondendo-a junto com os meus piercings numa bolsinha pequena e transparente. 

Eu me sentia um extremo, desculpe o termo, filho da puta. Apenas isso que eu era naquele momento, enquanto, para piorar a situação, eu colocava o último presente de Jungkook na minha orelha, junto com os meus brincos habituais. Era como se eu estvesse trocando a minha faceta e doía. 

Mas, mesmo que eu não quisesse pensar nisso, doía também cogitar a ideia de deixar de fazer isso com Jungkook, fosse qual fosse o nome daquilo.

Eu senti o desespero me consumir enquanto descia do avião para as mangas que me levariam ao aeroporto, apenas com o celular entre meus dedos e uma bolsa pequena em meu ombro, pendendo ao lado das minhas pernas. 

Eu ajeitei os óculos de sol em meu nariz, como se alguma vez aquilo fosse esquecer a vergonha alheia que sentia de mim mesmo naquele momento. Não é que das outras vezes eu não estivesse me culpando por tudo aquilo, porque mais ninguém tinha culpa, mas daquela vez...

A pergunta ainda se fazia na minha mente, me perguntando constantemente se eu deveria contar aquilo para Jungkook. Eu não o queria fazer, achava que não era necessário, porque ele não tinha que saber realmente da minha vida, pelo menos era isso que eu dizia a mim mesmo quando brilhava na minha mente que a primeira coisa que eu deveria dizer para Jungkook era que eu estava noivo.  

Eu abanei a minha cabeça ao virar no corredor, entendendo que eu tinha chegado à entrega das malas e tinha que esperar a minha. Dessa vez eu não queria demorar, com a esperança que quando eu o visse mais uma vez eu iria esquecer todas aquelas coisas que davam cabo de mim, ficando em suas mãos mais uma vez. 

No entanto, o meu passo não se conseguiu apressar enquanto passava os últimos metros antes de chegar ao átrio em que sempre nos encontramos. Não. Andava devagar, matutando em minha mente se eu queria ser aquela pessoa ou se eu queria perder Jungkook. 

Foi desse jeito que eu trombei em alguém, deixando a minha mala cair no chão, quase indo junto, mas sendo segurado por uma mão forte. 

''Desculpe.''

A voz entrou em meus ouvidos como alguma que eu conhecia bem, mas o meu cérebro só foi capaz de processar que era Jungkook depois de eu arregalar os olhos, assustado por poder ser alguém que eu conhecesse em minha vida... verdadeira. 

''Jungkook!'' Eu exclamei, e ele estava me vindo beijar, mas eu apenas subi eu meus pés, abraçando-o. 

Ele não pareceu entender, e eu não queria entender, pois abraçou a minha cintura com um braço, logo pousando a sua mala também, tomando conta do meu corpo com os dois braços. 

E quem nos visse ali, enquanto ele me levantava levemente no chão, poderiam pensar que éramos apenas dois amigos, familiares, dois bobos apaixonados que moravam longe. Não interessava, porque não éramos nenhum dos três. 

Ele beijou o meu queixo, apenas me largando quando percebeu que eu estava bem assente no chão. 

''Hey.'' Ele disse, sorrindo grande. ''Está cansado?''

Eu sorri pequeno, como se aquilo fosse verdade, acenando uma vez, para disfarçar o meu humor. 

''Vem.'' Ele puxou a minha mão, segurando a sua mala depois, e a minha. 

Enquanto caminhávamos para fora, o meu corpo quase caía sobre o dele, enquanto eu me agarrava ao seu braço e pousava a minha cabeça no seu ombro, entregando-me ao pouco cansaço que tinha como desculpa. 

Era ruim, não era? 

Alguns longos minutos depois, quando já tudo estava em ordem com o hotel, Jungkook usava as suas mãos soltas de qualquer tipo de coisa para me deixar perto dele, limitando-se a segurar a minha mão no elevador. 

Um sorriso constrangido deixou os meus lábios, e eu me sentia um caco, porque não era mais Taemin em minha cabeça, era ele, era eu querendo que ele ultrapassasse aquilo, que me beijasse. 

Não era para ser daquele jeito entre nós, era para ele me ter beijado no segundo que me viu e eu ter deixado. 

''Jungkook.'' Eu chamei, sem qualquer barreira entre o meu coração e o meu cérebro.

A minha mão era para tocar o seu ombro, mas os meus dedos passaram a camisa dele, deixando-me com a mão sobre o seu peito. E só aquilo, a sua pele quente e tão suave, podia fazer-me cair de joelhos ali. Eu passei a mão lá, e ele estava imóvel, para depois subir por seu pescoço, ficando inclinado sobre ele, com a minha boca encontrando a sua pele, a minha mão subindo para a sua orelha, onde se abriu levemente e o puxou para mim. 

Ele virou o seu rosto para mim, apenas isso, e eu peguei os seus lábios nos meus, antes de olhar em seus olhos e saber que ele me tinha mais uma vez, tendo uma aliança em meu dedo ou não. 

It Ain't My Fault [jikook/kookmin]Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt