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[P O V    P A R K  J I M I N] 

Impossível. 

Eu e Jungkook éramos impossíveis, não éramos? 

Depois de Jungkook sair para se vestir, com a teoria óbvia de que quando ele voltasse nós conversariamos, algo, algo pesado, pareceu tomar conta do meu peito, como se o queimasse, e, depois, com o absurdo imenso, o deixasse tão gelado que o peso dobrava e eu não podia sequer erguer a cabeça. 

Era irredutível. 

Eram trinta e dois dias que não podíamos estar juntos. Não como queríamos. 

Eram treze meses que não podíamos estar juntos. Não como queríamos. 

E eram trezentos e sessenta e sete dias que não podíamos estar juntos... Não como queríamos. 

Então o que nós éramos? 

Jungkook e eu éramos o desafio do impossível. 

Em um mês, com o número máximo de trinta e um dias, nós queríamos trinta e dois. E estávamos ali. 

Em um ano, com o número máximo de doze meses, nós queríamos treze. E estávamos ali. 

Em um ano, com o máximo de trezentos e sessenta e seis dias, nós queríamos trezentos e sessenta e sete. E ali estávamos nós. 

Éramos impossíveis... Mas estávamos ali. 

E Jungkook tinha marcado isso na sua pele, tinha-nos marcado em si, de uma forma tão peculiar que nunca mais poderia ser de ninguém, só nossa. 

E se o impossível estava ali, em frente dos meus olhos, o irredutível podia se formar. 

Então mesmo que o meu peito estivesse pesando o dobro do dobro, com o calor e o gelo, eu afastei os meus cabelos para trás, decidido a me levantar daquele sofá, decidido a fazer alguma coisa que não fosse esperar Jungkook. Porque Jungkook não merecia que eu esperasse, merecia mais. Merecia que eu fizesse alguma coisa. 

Os três, quatro, segundos até ao quarto não foram tempo suficiente para que eu encontrasse algo a fazer digno de Jeon Jungkook, mas quando o vi, convencido de que qualquer coisa chegaria, eu percebi que não. 

Não chegaria qualquer coisa. Jungkook merecia mais. Bem mais. 

E eu era só meio. Nem meio. 

Eu era uma semana por ano, eu era a barra naquela tatuagem. 

Duas barras. A chegada e a partida. O final da data, o início dela. 

Eu não era o suficiente, mas se havia algo em que eu era egoísta era com Jungkook. Eu podia ser egoísta com Jungkook, egoísta sobre Jungkook, egoísta por mim. Estava fazendo algo por mim! 

Os meus pés moveram-se, mas apenas quando o meu peito encontrou as costas dele é que o peso se foi, sem gelo, sem calor, só casa. E os pés subiram, para que os meus braços alcançassem e rodeassem os seus ombros com firmeza. 

Eu deitei a cabeça nas suas costas nuas, porque ele ainda só tinha as calças vestidas, com o cinto já, fechando os olhos, deixando que ele manipulasse os meus braços para debaixo dos seus, devolvendo os meus pés ao chão, enquanto eu passava a abraçar o seu peito, com as mãos espalmadas contra ele, que Jungkook segurava, cobrindo-as com as suas, soltando uma respiração profunda. 

E foram longos segundos, mais uma vez. 

Você poderia ter colocado sessenta e um segundos, Jungkook. E sessenta e um minutos, vinte e cinco horas, porque o tempo não é realmente nosso amigo, você sabe. 

Você sempre soube, Jungkook, você é tão ciente. Dói em você também, meu amor? 

Quando eu fui dar por ela, não era mais as costas de Jungkook que eu tinha na minha frente, porque ele tinha se virado tão subtilmente, me puxando para o seu peito, segurando a minha cintura primeiro, depois a minha nuca, e um beijo na minha testa depois. 

Aquilo chegava, no momento. Os abraços de Jungkook, o seu cheiro, a sua pele, o seu carinho, os dedos vagando na minha nuca, os beijos castos em locais decentes, a proximidade. Não haviam limites, mas estávamos os cumprindo sem sabermos. 

"Doeu?" Eu perguntei, com a bochecha contra a sua pele ainda, a minha mão pousada no mesmo lugar, na frente da minha cara, mexendo a ponta dos dedos de vez em quando. 

"Tem coisas que doem mais." Ele murmurou, o seu queixo encontrando o topo da minha cabeça. 

E ao contrário do que parecia, não era um tom acusador, era um tom dolorido, de quem realmente passou por pior. 

"Mas também tem coisas que doem menos." Ele amenizou, e a sua mão se moveu na minha nuca, a pressionando levemente para que eu o olhasse. Eu o encarei, mesmo que de cada vez alguma coisa parecesse crescer dentro de mim, como um novo sentimento sem nome, ou explicação. "Como você está?" 

Eu sorri de canto, com a preocupação viva estampada no seu olhar, levando-me a sacudir os ombros. 

"Estou bem." Eu murmurei, os meus braços subindo para o seu pescoço, no mesmo segundo que ele se baixou para me erguer do chão, fazendo-me soltar um riso com a pressa adiantada, assim que eu me segurei nele e ele se moveu, baixando-se perante a cama, pousando-me lá e ficando do meu lado, mesmo que insinuado sobre mim, com uma das pernas do meio das minhas e uma mão afastando os meus cabelos. 

"Você me perdoa?" 

E eu o olhei sério, com aquela memória ruim que eu sabia não ser Jungkook, não o meu Jungkook.

"Eu acho que sim." Respondi, a minha mão se moldando à sua bochecha, assim que ele desceu um nível e o seu nariz tocou no meu. 

"Você acha?" Ele sussurrou, com a proximidade tão repentina, mas tão desejada. 

E eu acenei, como se não estivesse chapado na minha cara que ele estava mais do que perdoado. 

Com a conformidade da minha resposta, Jungkook deixou a sua testa cair contra a minha, com tudo o resto por fazer, e sem uma ponta de arrependimento eu segurei a sua nunca e o puxei para mim, com calma, porque... por uma vez... o tempo tinha que estar do nosso lado. 

E, se um dia, em um mês, se passarem trinta e dois dias, em um ano, treze meses ou trezentos e sessenta e sete dias... Você ainda estará no meu coração, Jungkook. 

♤♡♤ 

Se tiver algum erro, perdão, porque escrever no celular é tão ruim. 

E... Cinco Kapa!!!! C I N C O   M I L ! ! ! 

It Ain't My Fault [jikook/kookmin]Where stories live. Discover now