(57) spare me

7.7K 1.1K 450
                                    

[P O V   P A R K  J I M I N]

Você não sabe quando é amor.

Não julgue que por você falar você sabe o que é o amor.

Você não sabe quando, ou onde, nem como, nem o quê. Não sabe nada de nenhum sobre o amor.

Todo o ser pessoal tem o seu direito a criar a sua teoria.

Porque você acha que há tantas definições sobre o amor? São montes de tentativas, mas nenhuma é universal.

Qual a sua teoria sobre o amor? Qual a definição que você segue?

Eu sabia o que era o amor. Sabia o que era o amor para mim. Aliás, sabia-o naquele momento.

Eu pensava que o sabia antes, mas agora, com o verdadeiro gosto, eu me sinto tão enganado...

"E aí?" Hoseok me perguntou, me vendo chegar junto deles com as mãos nos bolsos, e o meu sorriso se abriu gradualmente enquanto ele pousava Yang Mi no chão, depois de andarem duas voltas naquele brinquedo.

"Está tudo bem." Eu respondi mais curto, olhando a pequena. "Você já está cansada, bebê?" Eu lhe perguntei, me baixando minimamente para a olhar.

Ela me olhou séria, com o cenho franzido e nariz empinado, até que a sua mão voou até à minha coxa e me deu um tapa e eu arqueei as sobrancelhas, ouvindo o Jung rir.

"Te falei que não sou mais bebê!" Ela gritou, quase magoada e eu sorri-lhe provocador.

"Não-bebês andam sozinhos até ao carro." Eu respondi-a, porque eu sabia que ela estava cansada.

Ela acabou olhando Hoseok, porque os dois eram realmente cúmplices, mas ele negou, sacundindo os ombros e me apoiando nessa.

"Eu posso ir andando." Ela resmungou, cruzando os braços, afastando os cabelos e pondo-se a caminho.

E eu sorri para a cena, enquanto ela andava na nossa frente, ajeitando os cabelos todos despenteados e se arrastando pelo piso térreo, resmungando baixinho.

"Algum problema?" Hoseok me perguntou, o seu braço passando pelos meus ombros.

Eu neguei, com as mãos dentro dos bolsos da calça e chutando uma pedra no asfalto sem força.

"Nenhum." Remeti, o olhando e vendo-o sorrir.

"Esse homem te faz bem." Ele comentou e eu rapidamente toquei a sua cintura com o cotovelo, o empurrando, mas rindo.

"Cala a boca." Eu brinquei, me soltando dele e caminhando depressa na direção de Yang Mi, a pegando no colo e a mesma rapidamente abraçou os meus ombros, encostando a cabeça em um deles e deixando o seu peso descansar sobre mim. "Bebê." Eu resmunguei, infantil.

Dali em diante, quando eu deixei Yang Mi no banco de trás, bem segura, mas ainda dormindo, nós nos pusemos a caminho de casa de Hoseok.

O mesmo sugeriu que passassemos lá a noite, mas não havia motivo para adiar o inevitável.

E então nós dois fomos conversando baixinho.

"O que vai lhe dizer?"

Eu sacudi os ombros, inerte daquilo, me deixando levar, porque não era nisso que eu pensava.

Será que Jungkook estava se sentindo melhor?

"Taemin vai querer conversar." Eu respondi-o, mesmo que não fosse à sua pergunta. "Vai terminar numa discussão ridícula, tenho a certeza."

"E mais adiante? Qual a sua decisão?" Ele insistiu, porque não era a primeira vez que essa questão vinha, mas eu apenas comprimi os lábios um no outro, respirando pelas narinas e continuando o caminho. Hoseok bufou e eu o vi negando com a cabeça. "O que ele disse..." Ele incitou e eu acabei rindo de forma comprometedora.

"Nada." Eu acabei rindo para mim, porque Jungkook não tinha dito realmente nada!

"Para quem não disse nada ele melhorou o seu humor com bastante facilidade." Ele comentou e eu olhei Yang Mi através do retrovisor, vendo como ela dormia, caída sobre o seu peluche e com o chapéu de Jungkook cobrindo os seus olhos.

"Às vezes é melhor quando não dizemos nada." Eu retruquei e Hoseok assobiou, numa provocação barulhenta. "Hobi!" Eu resmunguei, batendo na sua perna e verificando Yang Mi mais uma vez.

"Ele é especial para você? De forma... intensa?"

Eu a acabei mordendo os meus lábios, e concordando com a cabeça, porque assim que Hoseok proferiu aquela palavra, só veio em minha cabeça os momentos realmente intensos entre mim e Jungkook, ao acréscimo do pensamento de que, naquele momento, ele estava deitado apenas com uma calça, se sentindo com calor, e todo doentinho.

"Bastante." Acabei dizendo, arranhando a garganta e fungando, atento na estrada.

"Bom."  Ele acabou batendo as mãos nas próprias coxas, soltando o cinto de segurança assim que estacionamos na frente de casa dele.  "Se cuide, Jimin." Ele disse, de repente com o tom sério, a mão já na abertura da porta. "De você e da sua pequena. Mas de você."

Eu concordei, entendendo o que ele queria dizer, porque Hoseok não era apologista de traição, nunca fora, mas estava fazendo um esforço para me compreender, principalmente ele, que conhecia a história toda, estivera lá durante toda a história.

Eu não esperava que me dessem palmadinhas nas costas, festinhas de piedade, não.

Mas Hoseok me surpreendera, dizendo-me que eu nunca fora egoísta com nada, no entanto, ele nunca pensou que quando eu fosse ser, fosse ser com uma coisa tão grande.

Eu entrei em casa, de forma atrapalhada, mas silenciosa, tarde da noite, Yang Mi nos braços, quieta, adormecida. Pousei a chave no móvel logo à entrada, me encostando na porta para fechá-la em silêncio, logo seguindo o caminho para o interior.

E logo de caras, eu dei com Taemin sentado no sofá, o computador na mesa de centro, e ele se levantou, pousando o copo de água na mesinha e esfregando as mãos contra a calça.

"Amor." Ele disse, vindo em minha direção. "Chegou tarde. Se divertiram?" Ele foi rápido a falar, como se não estivesse silenciosamente me repreendendo, quando se esticou sobre o corpo da pequena e beijou os meus lábios.

E eu sorri torto quando ele a tirou dos meus braços e disse que a colocaria para dormir.

Eu ri irônico, sabendo o que ele fazia, tirando os meus sapatos e deixando o meu corpo exausto cair no sofá, olhando a tela do seu ecrã, onde apenas se via o símbolo do Windows, sem qualquer página aberta.

Então eu revirei o olhar, entendendo tudo.

Quando ele voltou, parando na minha frente, de mãos no quadril, sorrindo, eu fiquei de pé quando ele deu entender que falaria algo.

"Me poupe." Eu disse, caminhando para a cozinha, porque eu sabia que ele viria e se fôssemos para o quarto ainda poderíamos acordar a pequena.

"O que foi?" Ele perguntou, apoiando as mãos no balcão enquanto eu pegava um copo do armário e o pousava no balcão, para depois me virar de forma brusca para ele.

"Não vai resultar, Taemin." Eu falei, ainda calmo. "As coisas aconteceram. Aceite."

"Sim." Concordou. "Mas a gente vai passar por isso, babe." Falou, de forma descontraída, porque aparentemente estava tudo nas mãos dele.

Eu revirei o olhar na sua frente, enchendo o copo com água e bebericando do mesmo.

"Vai dormir." O mandei, sem querer discutir aquela hora. "Amanhã a gente conversa."

"O que tem para conversar?" Questionou, como se fosse inocente.

"Taemin, é a sério!" Eu exclamei, o copo batendo contra a mármore. "Coisas foram ditas e coisas foram feitas e você não pode simplesmente fingir que não."

"Você sabe que é assim que lidamos com as coisas, Jimin." Ele respondeu-me e eu pousei o copo na banca.

Eu o olhei, pronto para sair dali, bagunçando os cabelos da minha nuca e o olhando com desgosto.

"Não é mais."

Você não sabe quando é amor, mas você sabe quando não é.

It Ain't My Fault [jikook/kookmin]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora