(6) dont u feel like u need to relax

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[P O V    P A R K  J I M I N]

Sair na primeira noite de estadia, depois de uma longa viagem, e de um dia preenchido com momento íntimos entre mim e Jungkook, não era minha intenção ter que me deixar apresentável para que fossemos a um restaurante e, ainda pior, a uma festa ao ar livre. 

Eu vestia apenas umas calças pretas e justas, com uma camisa cinzenta escuro e detalhes brancos, o que me deixava um pouco fora da roupa que eu tinha que usar todos os dias e sim um pouco mais livre. Já Jungkook nunca deixava as suas calças sociais e as suas camisa brancas, que ele usava por dentro das calças, segura por um cinto preto, mas eu nunca iria reclamar pois assentava-lhe que nem uma luva. 

Eu colocava agora os piercings nas minhas orelhas que havia sido obrigado a retirar no aeroporto, sem tempo para os colocar na altura. E eu gostava de anéis, então deixei alguns deslizarem pelos meus dedos, pequenos, que não chamavam muito a atenção. 

''Você está pronto?'' Ele deixou o banheiro, e mesmo que do outro lado do quarto, eu sentia a fragância do seu perfume dali. 

''Sim.'' Eu acabei respondendo, mesmo que estivesse com dificuldade em prender o último piercing no topo da minha orelha, em frente do espelho. Jungkook veio até mim, pousando as mãos em cima dos meus ombros e aproximando o rosto do meu pescoço, onde pareceu que estava apenas cheirando, parando então para beijar a minha pele, me atrapalhando. Quando entendeu que eu eu seria incapaz de terminar aquilo se ele persistisse, afastou-se e roubou a pequena bolinha da minha mão, logo colocando o seu corpo do lado do meu e fazendo o pequeno objeto rodar sobre o piercing cinzento. ''Obrigado.'' Eu murmurei, checando o resultado no espelho e virando-me para ele, que tinha um sorriso de dentes no rosto. ''O que foi?'' Eu sorri de lado, saindo dali para pegar o meu celular. 

''Você ainda usa os mesmos piercings...'' Ele observou, batendo de leve na madeira da cómoda onde estávamos antes.

E era de meu espanto que ele se recordasse sobre os piercings que eu usava, mas eu não disse nada, mostrando-lhe que estava pronto para que saíssemos. 

Já no elevador, estávamos lado a lado, e Jungkook dobrava as mangas da camisa, como se já estivesse com calor, logo colocando as mãos nos bolsos da calça. 

''Que bom que sabe usar o elevador.'' Eu brinquei, e Jungkook baixou a cabeça rindo, provavelmente tendo a mesma memória que eu sobre o ínicio do dia. A sua mão passou pelas minhas costas, alcançando a minha cintura e puxando-me contra ele, logo infiltrando o seu nariz em meio aos meus cabelos e pressionando os seus lábios perto da minha orelha, onde chupou levamente. Eu coloquei a minha mão em cima da dele, puxando os seus dedos e troçendo-os para que ele me largasse, e com uma risada ele o fez. ''Em que restaurante nós vamos?'' 

Ele voltou à postura anterior, com as mãos no bolso das calças e encarando a porta na nossa frente. 

''Você não sente como se precisasse descontrair?'' Ele questionou-me, ao invés de me responder. ''Quero dizer, não é maçador? Ter que ir em restaurante e comportar-se como um adulto?'' 

''É porque você é um adulto, Jungkook.'' Eu ri baixinho, mas entendendo o que ele dizia. 

''Mas não somos velhos, certo?''

''Certo.''

''Então iremos em outro lugar qualquer.''  Ele sacudiu os ombros e quando a porta se abriu no piso térreo ele puxou a própria mão do bolso e levou-a para perto da minha, entrelaçando os seus dedos nos meus sem muita pressão, só um toque, que chegou para que eu andasse ao seu lado no caminho até à saída. 

''E você conhece esse lugar?''

Jungkook, desta vez, este ano, parecia muito mais disposto a alterar algumas coisas, disposto a mudar a nossa rotina e coisas que a compunham. 

Em resposta à minha pergunta ele negou com um aceno. 

''Não.'' Acescentou, puxando-me para que atrevessasse a rua movimentada, fazendo-nos correr nos últimos metros, pois aproximava-se um carro. 

E ainda estava de dia, mesmo que fossem quase oito da noite, mas em breve escureceria. 

Depois de caminharmos pela rua cumprida onde se encontrava o hotel, sobre um passeio que continha resquícios de areia por todo o lado, já que a praia de encontrava ao lado, com um extenso areal, que mesmo assim nos deixava ver as ondas lá longe, mas não ouvi-las. 

''Ali, huh?'' Ele apontou com o queixo, cruzando agora o seu braço nas minhas costas, puxando-me para o lado que ele queria. Eu semicerrei o olhar, tendo a certeza de que eu via bem. 

''Uma rulote de camarão?'' Eu perguntei. 

''É simples, não é?'' Ele parecia entusiasmado e para mim não havia qualquer problema em sentar-me em um banco de madeira e comer alguma coisa mais gurdorosa. Mas, Jungkook... Não parecia o estilo dele. 

''Você está falando sério?'' Eu perguntei, com um sorriso estampado no rosto, tornando agora a ideia que eu tinha sobre o jantar muito mais apelativa. 

''Estou.'' Respondeu, parando perto do veículo cheio de comida. ''Mas se não quiser, por mim é-''

''Vem daí!'' Eu segurei a sua mão de novo, o puxando para que se apressasse. 

E ele tinha razão, nós precisávamos de descontrair. 

Eu não sabia o que estava dando nele, mas nós ficamos sentados ali por duas horas, e metade do tempo nós estávamos rindo por coisas bobas. E aquilo era muito melhor do que estar sentado corretamente em um restaurante, onde teríamos que manter as maneiras e as regras da etiqueta, sem nos podermos rir alto. Restaurante era um lugar de mais tensão e Jungkook parecia querer divertir-se a todo o custo, fazendo-me rir de cada vez que abria a boca, chegando até a brincar com um camarão extremamente pequeno, dizendo que aquele seria eu no mundo marítimo.

E eu gargalhava sobre a mesa, encarando como o seu sorriso enchia o lugar sempre que eu fazia, percebendo que ele negava com a cabeça quando eu acabava dando uma risada mais alta, mas ninguém queria saber de nós, ninguém queria saber sobre dois turistas sentados em uma mesa, partindo-se de rir. E em algum momento nós acabamos por repetir a dose, partilhando-a entre nós. Eu dizia asneiras, às vezes, barbaridades, e ele enfiava os pobres dos camarões na minha boca, sentando em minha frente, mantendo as suas risadas baixas porque dali eu era, claramente, o mais escandaloso.

Em algum ponto eu só ria por rir, porque a recém descoberta de que Jungkook não era só bom na cama, mas também em fazer-me sentir um adolescente idiota fazia-me querê-lo beijar a todo o custo, então disfarçar com sorrisos era tudo o que eu podia fazer, por enquanto.  

It Ain't My Fault [jikook/kookmin]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora