(11) who gave it to u

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[P O V     P A R K   J I M I N]

O dia a seguir ao meu aniversário não foi muito melhor do que o próprio.

Quando eu acordei Taemin já não estava na cama e sim na sala, varrendo o chão e arrumando os doces que sobraram da noite anterior no frigorífico.

Era minha ideia ajudá-lo, agradecê-lo pelo dia anterior, trocar alguns carinhos antes que a nossa filha acordasse. Mas então eu o vi, abrindo a caixa de bombons que Jungkook mandara pelo correio e então ele fez uma cara feia, e antes que ele os pudesse deitar no lixo, eu exasperei:

"Taemin! O que pensa que está fazendo?!" Eu apressei-me, ficando perto dele e tirando aquilo de suas mãos, mais bruto do que eu queria alguma vez ser com ele. "Isso é meu." Eu recompus-me, mais calmo.

"Oh, desculpe, babe." Ele tirou a caixa de minhas mãos, pousando-a em cima do balcão. "Ofereceram a você? Você ao menos gosta desse sabor?"

Eu encarei a caixa, com a resposta na ponta da língua, tentando entender se Jungkook tinha feito aquilo para mim ou se tinha os comprado. A caixa não tinha nenhum logótipo, apenas uma linha dourada quase no final então a dedução era fácil.

"Gosto, é bom." Eu murmurei, com a mente fora de mim.

Mesmo longe... Jungkook tinha cozinhado para mim? Ele tinha tirado um tempo de sua vida para fazer aquilo para mim?

"Então quem te ofereceu te conhece bem." Ele disse-me e eu guardei um sorriso discreto para mim mesmo, abrindo a caixa e preguiçosamente levando um dos doces aos lábios, fechando os olhos quando toda aquela anestesia me trazia memórias boas.

E não era justo que ele se envolvesse na minha vida daquela forma, não era. Nunca tinha feito aquilo na sua vida, ele respeitava todas as regras e o mais longe que eu tinha chegado perto de cometer um erro fora o facto de sorrir quando um dias nos cruzamos em uma conferência de imprensa.

Então, o que havia de errado?

"E então?" Taemin me questionou.

Eu abri os olhos, preocupado com o que aquela pergunta se referia.

"O quê?" Cuidadoso, questionei.

"Quem te deu?"

"Eu não sei." A mentira saiu da minha boca antes que eu pudesse pensar em uma melhor.

"Não sabe?" Ele semicerrou o olhar.

"Vinha na caixinha..." Eu mirei a caixa ainda em cima do balcão.

"A da rosa?" Ele olhou-a também, atrás de si. E eu acenei com a cabeça. "Acertaram em cheio."

"Foi um golpe de sorte, eu acho." Cocei os cabelos, desconfortável.

"Acha?"

"Taemin." Eu segurei os seus ombros, percebendo que ele estava desconfiado. "Se fosse alguém decente se apresentaria aqui, estaria comigo em meu dia de aniversário e se identificaria." Eu disse, contragosto.

"Mas não está assustado?" Ele segurou as minhas bochechas com carinho. "Alguém sabe onde você vive, sabe o seu gosto para bombons."

Onde eu vivo...

"Mas me mandaram um presente. Se quisessem me fazer mal... Não sei." Eu terminei por fim.

Enquanto ele me abraçava e concluía portanto que não devia ser nada demais, a minha mente viajava. Haviam algumas coisas que Jungkook sabia que eu não me lembrava bem se havia lhe dito, como o nome da minha filha, mas haviam outras, como a minha morada, que nem na minha maior bebedeira eu lhe contaria.

Então ele tinha quebrado o nosso trato ainda mais, pesquisando-me de verdade, descobrindo onde vivo. Não era assustador, só estranho.

Parte de mim queria falar com ele agora, perguntar-lhe porque fizera aquilo, porque estava tomando aquela posição.

Mas a outra, a que eu seguiria a todo o custo, queria irradicá-lo da minha vida, como sempre fora, considerando aquilo um ato isolado e apenas uma provocação para ter troco quando nos encontrassemos mais uma vez.

Não era uma justificativa, mas servia pelos sete meses seguintes.

No entanto, tudo aquilo tornava difícil que eu me esquece-se dele, porque afinal ele lembrava-se de mim.

It Ain't My Fault [jikook/kookmin]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora