(35) my mistake

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[P O V    P A R K  J I M I N]

Ainda 13 horas para o casamento

Não era ruim ouvir os passos de Jungkook atrás de mim. 

As ruas ainda eram as mesmas, escuras, e pareciam mais longas agora, enquanto eu caminhava com calma, porque a minha pressa não era muita, e esfregava as minhas mãos pelos meus braços, aproveitando-me dos milésimos de segundos que eles ficavam quentes. 

E só podia ser Jungkook atrás de mim, a uma distância de segurança, uns bons cinco ou mais metros, e ele vinha calado, mas era ele. 

Claro que Jeon Jungkook dificultaria aquilo. 

Éramos só nós os dois, nas ruas escuras, na calçada fria, na névoa gelada, com ele atrás de mim, mas sem se pronunciar. 

Mas, claro que alguns minutos depois, com a minha tremura, eu fui obrigado a parar, porque se eu continuasse, se nós continuássemos, nós chegaríamos a minha casa, ou a demasiado perto dela. 

E eu esperei, esperei que ele não me obrigasse a virar e ver que era ele, esperei que ele viesse até mim e dissesse alguma coisa, mas ele não o fez!

Jeon Jungkook adora complicar! 

Então eu girei em meus pés, com raiva, vendo-o parado a pelo menos três metros, descontraído, com as mãos nos bolsos das calças, com o semblante sem expressão, e o ar que saía de sua boca sendo visível na nuvem que se formava, densa. 

Eu não disse nada e ele não disse nada. 

Até que ele puxou a sua mão do bolso, e mesmo dali, eu podia ver a prata reluzente dali, negando com a cabeça e baixando-a, rindo baixinho quando ele fez o mesmo. 

''Você voltou a esquecer algo.'' Ele disse então, alto o suficiente para eu ouvir, e eu queria me aproximar, mas não o fiz. 

''Você é impossível.'' Eu resmunguei, negando insistentemente com a cabeça. 

E ele não fez nada, eu não fiz nada, nós não fizemos nada. Em algum momento a sua mão caiu, mas ainda segurava a peça de bijutaria, esperando que eu fizesse alguma coisa. 

''Não é a última vez?'' Ele perguntou então, e eu sorri de canto, mesmo que fosse a coisa mais triste que já ouvira. 

Eu mexi nos meus cabelos, indelicado, sem querer ceder daquela forma. 

Ele deu dois passos em frente, grandes, ficando mais perto, claro, sem que tivesse que projectar a sua voz. 

''Ou você vai sem nem me dar um último beijo?'' Ele perguntou, e era mesmo muito ruim. ''Ou um último abraço?'' Continuou, agora junto de mim, segurando a ponta da minha camisola. ''Ou sem me chamar amor uma última vez, baby? Você vai sem nem vestir o meu casaco uma última vez?'' 

Toda aquela saliência estava me matando, mas ele nunca saberia. 

Então, daquele modo perplexo, ainda distante demais, eu o deixei colocar o maldito casaco sobre os meus ombros, vestindo-o daquela vez, olhando-o em seguida, ciente de que ele esperava algo. 

E era minha intenção resistir-lhe, mostrar-lhe de que seríamos capazes, no entanto, foi meu impulso abraçar o seu corpo, apertando-me contra ele, sendo imediatamente respondido do mesmo modo, sendo apertado, mas não fazia mal. E ele tocou os meus cabelos, uma última vez afinal, afastando-os, fazendo-me olhá-lo, e assim que feito ele se encolheu um pouco, segurando o meu queixo e juntando os seus lábios aos meus. 

Aquele era o único calor que eu precisava, o único que me aqueceria naquele momento. Mas era tão difícil respirar... 

Jungkook estava pegando os meus lábios nos seus, com aquele toque doce dele, segurando a minha face com firmeza, mantendo-me ali, um pouco esticado para o alcançar, segurando a lateral da sua camisa, subindo depois os meus braços para o seu pescoço, envolvendo a minha língua na dele, de uma maneira que não teria volta. 

Nós ficámos daquele modo por algum tempo, ora parando para nos abraçarmos, ora para nos beijarmos, ora para simplesmente trocarmos o olhar mais intenso das nossas vidas mas que dizia tudo o que não precisávamos de ouvir para saber que era a verdade.  

E, em algum segundo, daquela madrugada que parecia a mais bonita de todas, eu cometi um erro, e eu descobriria em breve. 

Aquela madrugada era a mais bonita, a mais bela, a mais encantada, porque eu vivia tudo aquilo uma última vez, da melhor forma, porque você sabe que nós só valorizamos as coisas quando elas são limitadas. E você também sabe que as coisas limitadas são as melhores coisas. 

Pode começar pela sua guloseima que acaba na escola, mas a minha começava no ínicio daquela noite, em que eu prometera a Jungkook todos os beijos que eu conseguisse, mas, no entanto, terminaria ali, no momento tenebroso disfarçado do melhor da minha vida. 

O meu erro. 

E você nem se deu conta! Ah... engraçado. 

Jungkook afastou o meu rosto do dele, olhando o céu, ainda me mantendo junto, com aquele sorrisinho de canto, que eu viria rapidamente a perceber que era maldoso. E ele me olhou depois, como se precisasse de coragem. 

Eu mordi o lábio, nervoso sobre o que parecia que ele ia dizer, mas ainda ansioso. 

Mas não era o que eu esperava! Porque eu não me dera conta também... 

''Você não devia ter me mostrado aquele convite, Jimin....'' Ele disse então, com os seus lábios se roçando nos meus propositadamente, selando-os depois. A sua outra mão estava perto da minha coxa, mas eu não entendia porquê enquanto o olhava com toda aquela atenção. ''Me ouça com atenção...'' Ele pediu, o tom tão sério, tão maldoso, mas tão sedutor. Ele me beijou mais uma vez, e eu devia ter sabido que aquela era realmente a última. ''Se você não vier em Maio... Eu estou destruindo o seu casamento amanhã.'' Ele disse por fim, e eu recuei um passo, mas ele me puxou, ainda com a mão na minha face. ''E se você me enganar... Eu farei pior.'' 

It Ain't My Fault [jikook/kookmin]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora