capítulo 8

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—E a sua família? Como você explicou o sumiço?

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—E a sua família? Como você explicou o sumiço?

O clima no carro era ótimo, e o caminho de volta estava sendo surpreendente divertido. Miguel parecia outra pessoa, dava gargalhadas, e até fazia piadinhas.
Estava tudo bem, até ele fixar o olhar no meu rosto, e fazer a fatídica pergunta.

Desviei o olhar, e instintivamente amarguei a minha expressão.

—Eu não tenho família.
—Mãe, pai, irmãos, avós, tios... Sequer um cachorro. Absolutamente ninguém. —E não acho que isso seja da sua conta!

Virei o rosto, e permaneci com os olhos na janela durante todo o percurso restante. Miguel, como se pressentisse que havia feito besteira, não mais falou.

Assim que o carro parou, saltei para fora. Todos os sentimentos que haviam sido despertados pelos beijos que trocamos, iam sendo empurrados para o lugar mais fundo do meu peito. Eles eram um erro. Eu não tinha ninguém, e não queria ter ninguém. Era assim que tinha que ser!

***

Batidas insistentes e ritmadas me despertaram. Abri os olhos sonolenta, e avistei o relógio que marcava 4:59h.
Gemi frustada, e trouxe a coberta mais para cima. O meu plano era ficar quieta, talvez assim quem me incomodava fosse embora...

Toc, toc, toc... —Afundei o rosto no travesseiro, e suspirei.

—Pode entrar!

A maçaneta girou, a porta abriu e o Miguel apareceu. Ele adentrou o quarto até ficar de frente pra mim e me estendeu a mão.

—Sophia, vem comigo? Quero te mostrar uma coisa...

O que? Talvez fosse a minha mente recém acordada, mas as suas palavras simplesmente não fizeram sentido na minha cabeça. Ele havia bebido?

—Ham? —O analisei, estava de pijama, como eu, mas não parecia ter dormido um minuto sequer. Os seus olhos atentos, olhavam-me cheios de expectativa.—Ainda nem amanheceu!

—Eu sei. Vem comigo? —Insistiu, e não tive outra alternativa a não ser me render. Segurei a sua mão, e agilmente fui tirada da cama.

Miguel começou a nos guiar, tendo na mão livre um cobertor quentinho.
A princípio não dei-me conta do nosso destino, mas quando o fiz, prendi os meus pés no chão, sem entender o que ele poderia querer levando-me ali.
Recebi um olhar impaciente.

—Vamos, entre. Está quase na hora!
—Falou, enquanto ia até uma porta que havia numa das extremidades do seu quarto e abria, dando-me a visão de uma escada. Franzi o cenho, mas o segui. A curiosidade aflorada.

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