capítulo 17

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As gotas geladas molhavam o meu cabelo, e escorriam pela minha pele

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As gotas geladas molhavam o meu cabelo, e escorriam pela minha pele.
Apagando todos os resquícios da noite passada. Ou quase todos.

A minha cabeça pulsava enlouquecidamente, a ponto de eu quase não conseguir manter os olhos abertos.

Nunca antes havia sentido tal sensação.

O meu corpo parecia dormente, e o enjôo era insuportável. Eu estava definitivamente de ressaca. Uma tremenda.

Desliguei o chuveiro, e me enrolei na toalha felpuda. O plano era deitar e não levantar até que o sol se pusesse. Mas só foi dar um passo para fora do cômodo branco e clinicamente limpo, que tudo acabou.

Miguel estava ali.

Os braços cruzados para trás e o corpo confortavelmente sobre o meu colchão. Ele me olhava atentamente, no entanto, fiz pouco caso da sua presença, mas pelo canto do olho pude ver a bandeja recheada que ele trouxera. Havia um copo grande, que me parecia uma limonada extremamente gelada. Isso me fez salivar.

—Como você está? —A sua voz rouca, que eu costumava achar sexy e quente, dessa vez me causou uma dor profunda. Levei os dedos até às minhas têmporas.

—Fala baixo. —Shiei.

—Eu estou falando baixo, mas não deveria... —Disse, e levantou-se num só pulo. Abriu a segunda gaveta do móvel de cabeceira, e de lá tirou um analgésico.—Toma, é pra você.

Bebi o comprimido prontamente, e dei um certo tempo. Esperava que depois que ele concluísse a boa ação do dia, fosse embora. Mas isso não aconteceu.

—Você não vai sair?

—Não. Precisamos conversar!

—Conversar? Sobre o quê?

—Sobre o que você fez ontem.

Se rosto fechou-se após dizer, e eu cerrei os olhos. O que eu havia feito? Não me lembrava de nada.

—Pode explicar melhor? Eu não me lembro de nada.—Ele riu, mas não me pareceu sincero, e sim amargo.

—Muito conveniente… —Respirei fundo, e me aproximei dele.

—Olha aqui, Miguel, se tem algo a me dizer, diga de uma vez. Eu não estou com paciência para rodeios e meias palavras não combinam com você.
—Ele não reagiu, e eu bufei impaciente. —Não fui clara o suficiente? Diga!

Tudo o que eu queria era o sono dos deuses. Não uma discussão acalorada logo cedo, mas é como dizem: não se pode ter tudo...

—Além de ter ficado irritantemente bêbada, você, Sophia, praticamente transou com um desconhecido. —A crítica em sua voz era clara, ele não fez nenhuma questão de esconder.
Arregalei os olhos.

—O quê?

Não... Não era possível! Eu me lembraria se tivesse feito... Certo?

É isso mesmo que você ouviu.

Juntos por um Golpe Where stories live. Discover now