capítulo 48

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Enrolada dos pés a cabeça, devido ao frio intenso do hospital, Sophia foi despertada por um roçar suave em sua bochecha direita

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Enrolada dos pés a cabeça, devido ao frio intenso do hospital, Sophia foi despertada por um roçar suave em sua bochecha direita. Achando ser os fios do seu cabelo o motivo do incômodo, passou a mão no local.
Estava tão confortável e quentinha...
Não queria abrir os olhos.
Mas o toque persistiu. Dessa vez em sua perna.

No meio da sua letargia, ela não pensou no que poderia ser, somente deu um tapa estalado, que não atingiu nada, mas afastou o que roçava em sua pele e incomodava o seu sono.
E quando achou que poderia voltar a adormecer, um riso atingiu os seus ouvidos e a sua barriga passou a ser acariciada.

—Acorda dorminhoca! —Ouviu, e foi impossível impedir que seus lábios formassem um grande sorriso. Era ele.

Miguel tinha chegado há pouco tempo, e ir ao seu encontro foi a primeira coisa que fez. Queria vê-los.
Mas não gostou que o sorriso direcionado a ele tenha durado tão poucos segundos. E que a sua mão tenha sido tirada bruscamente de perto da casinha do seu filho. Franziu o cenho.

—O que aconteceu?

—O que aconteceu? —Repetiu Sophia, soltando um riso irônico. —Deixe-me ver... Eu fui ameaçada pela minha própria mãe, que descobri estar negociando pelas minhas costas com o meu noivo. O mesmo que me deixou sozinha para dar fim a vida do pai. Legal, não é?

Puta merda. Ela está furiosa...
—Percebeu Miguel, dando-se conta que a recepção calorosa que esperava não iria acontecer. Resolveu correr logo atrás do prejuízo. Levou uma das mãos até o rosto dela, mas foi novamente repelido.

—Não encoste em mim. Eu não quero que me toque com o sangue do seu pai nas mãos. —Mandou ela, sendo capaz de ver as gotículas espaçadas que maculavam o tecido branco da sua camisa. —O matou. Está satisfeito agora?

O tom agressivo que ela não costumava usar, o machucou. E envergonhado, recolheu as mãos.
Imaginar que ela poderia estar com nojo dele quebrou seu coração em milhares de pedacinhos.

—Sinto muito... —Murmurou, e passou as mãos no cabelo de forma nervosa. —O sangue é dele, mas eu não o matei.—Confessou, e Sophia arregalou os olhos, balançando a cabeça descrente.

—Não minta para mim!

—Eu não estou mentindo. —Suspirou audível, por estar tendo que se explicar daquela forma. —Realmente saí daqui com a intenção de mata-lo. Mas mudei de ideia por causa de vocês.

Ele não matou? Como assim?
—Pensou, mas não precisou externar a pergunta pois Miguel se adiantou.

—No caminho percebi que não valia a pena. O prazer seria momentâneo e a culpa duradoura.—Respirou fundo, e continuou. —Carregar o peso de mais uma morte não seria um problema, te decepcionar sim. Nunca irei fazer isso por vontade própria. Eu te amo demais pra isso.

Por mim. Ele desistiu da própria vingança por nós. O coração de Sophia encheu de um sentimento inexplicável, e ela sabia que não poderia sentir mais orgulho daquele homem. Com lágrimas escorrendo dos olhos, ela o puxou para um beijo.
Intenso e avassalador, como o relacionamento deles. Esquecendo completamente a raiva que nutria.

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