capítulo 53

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A vida é uma caixinha de surpresas

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A vida é uma caixinha de surpresas.
Num dia você afirma com toda a convicção que nunca irá se casar, e no outro vivencia um ditado. Digno de um filme romântico de Hollywood.

Algo antigo, algo novo, algo emprestado, e algo azul.

A tradição, antes tida como tola por Sophia, de repente tornou-se importantíssima. E ela se viu não querendo abrir mão de nada. Queria o vestido branco, o véu, as alianças, a chuva de arroz... Queria seguir todos os antigos costumes.

Então, durante meses se dedicou. Se dividiu entre um bebê recém nascido, um noivo exigente, e os preparativos de uma cerimônia ao ar livre. Quase enlouqueceu, se desesperou, e quis desistir, mas acabou persistindo. E mais uma vez valeu a pena.

O grande dia finalmente havia chegado.

—Você está tão linda, querida!
—A voz de Dorothy soou, e Sophia sorriu. A governanta estava sendo um verdadeiro anjo em sua vida. Não sabia o que faria sem ela e os seus conselhos. —O menino Miguel vai ficar encantado quando te ver!

—Ele já chegou? E a minha filha, onde está? —Num rompante, virou-se. Deixou a pequena Laura aos cuidados de Tomás, e isso estava a preocupando. Ele não era sinônimo de responsabilidade. —Ela pode estar com fome...

—Se acalme, menina. —A governanta colocou uma das em seu ombro, e lhe sorriu. —O leite que tirou é mais do que suficiente para uma semana. Ela vai ficar bem...

Sophia suspirou, sofrendo por antecedência só de pensar nos três dias que passaria longe, em lua de mel. Não se sentia pronta para ficar tanto tempo longe da filha, mas ao mesmo tempo entendia que os momentos á dois eram importantes.

—Eu vou sentir saudades...

—Claro que vai. É a mãe mais coruja que conheço. No entanto, quero que aproveite a viagem. Nada de me ligar a cada 5 minutos. Estamos entendidas? —A voz sempre mansa, adquiriu um tom de seriedade. E Sophia sentiu-se uma criança arteira, tomando uma bronca

—Sim, senhora. —Virou-se, e bateu uma rápida continência. A brincadeira arrancou uma gargalhada da mulher, e um sorriso leve em Sophia.

Definitivamente não foi assim que imaginou esse momento. Quando criança, idealizou de forma totalmente diferente. Mas o destino resolveu pregar-lhe uma peça, e tirar toda as suas certezas. O seu pai não estava ali, muito menos a sua mãe. Não casava virgem com o namorado que conheceu ainda no colégio, e nem tinha um grande emprego. Nenhum dos seus sonhos infantis se realizou, e ela não poderia estar mais satisfeita por isso.

A Sophia antiga não tinha ideia do quanto sofreria, mas a atual tinha certeza que se pudesse voltar no tempo sabendo, ainda assim não mudaria nada. Todos os pequenos acontecimentos a levaram até ali. E ela não queria estar em nenhum outro lugar.

—Eu estou tão orgulhosa de vocês... Da família que construíram. —A voz serena soou, e Sophia rapidamente dissipou os pensamentos afim de prestar atenção. —Teve um tempo em que eu achei que nada disso fosse possível. Eu temi que o meu menino ficasse igual ao pai, e não fosse capaz de encontrar a felicidade.

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