capítulo 39

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Receio

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Receio. Insegurança. Dúvidas. Erros.

Tudo isso ficou para atrás assim que pisei o pé para fora da sede.
Eu não poderia temer, hesitar, duvidar ou falhar.
Daqui em diante, a única coisa capaz de manter-me vivo eram as certezas.

Teria que ser cuidadoso, duas vezes mais eficaz, e extremamente letal. Isso não é um jogo, muito mesmo uma brincadeira. É uma missão. Praticamente suicida, como Tomás gostava de lembrar a todo momento. E eu não admito não acordar amanhã. A morte não é uma opção.

Muito pelo fato de ter um anel de brilhantes queimando no meu bolso. Lembrando-me que ainda não tenho o meu sim, e preciso estar vivo para recebe-lo. Para fazer a mulher que amo feliz.

Outra coisa que ainda preciso fazer. Dizer que a amo. Eu não acho mais, agora tenho a certeza. Preciso somente verbalizar o que tento todos os dias demostrar com atitudes, expor as três pequenas palavras que o meu coração quer gritar toda vez que a ver. Chega de adiar, de esperar o momento certo.

Porque ele é só uma questão de perspectiva. Isso ficou cristalino, para mim, quando cheguei a essa cidade, que tem um vizinho incomum e assustador. O vulcão Etna.

O maior ainda ativo da Europa, e a maior atração da Catânia.

Todos esperam pelo momento em que ele entrará em erupção realmente, o seu auge. E esquecem das pequenas erupções, que propiciam bons campos para a agricultura, com vinhedos e hortas espalhados nas faldas da montanhas. Ou não dão o devido valor as antigas explosões, aquelas que formaram boa parte da cidade, e forneceram os materiais para a construção dos famosos palácios.

Todos esperam o grande momento, e não percebem que tem uma parte dele acontecendo todos os dias. Peças que quando juntam formam perfeitamente o quebra cabeça. O tão estimado eu te amo, é só mais uma peça. Em meio há tantas outras que vai formar a sua história de amor.

"Sério, cara? Tá de viadagem?"

Praticamente sou capaz de ouvir a voz de Tomás em minha mente. Ele teria um olhar decepcionado, e lembraria-me da promessa que fizemos na faculdade. Nada de amor, viveríamos para foder o maior número de mulheres possível, sem nos apegar.

Sinto muito amigo, mas fui abatido.

Elas chegaram! —Diz alguém pelo ponto eletrônico que todos da equipe estão usando. E logo depois mais três vozes podem ser ouvidas. Duas delas, reconheço como sendo Tomás e Leonardo. Aos poucos vou situando-me na conversa deles.

Falam de Jane, uma mulher que conhecemos no colégio. Digamos que ela gostasse da vida fácil, e escolheu vender o seu corpo para conseguir isso. Tornou-se prostituta. Tomás a trouxe para ser nossos olhos dentro da casa, o que foi uma grande surpresa. Não sabia que eles mantinham contato, até que ele disse que a garota que costumava participar das nossas festinhas estava disposta a ajudar. Mas pelo que entendi ela ainda não havia dado notícias.

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