Luna
Acordo mais cedo que o Théo. Ainda estou muito chateada por ontem. Sei que não temos nada, mas ele poderia ser menos canalha e não esfregar na minha cara que estava num motel ou em qualquer outro lugar com uma mulher.
Quanto a Mabel, não me interessa. Ex namorada ou não quero me manter longe das histórias dele.
Vou para o hospital mais cedo. Renan me leva. Fico com minha mãe apenas meia hora pego o boletim e saio do hospital pela porta do lado e pego um ônibus para a rodoviária.
Chego em Saquarema por volta de 12:30. Da rodoviária para minha casa é pertinho. Como estou sem bagagem, vou andando.
Ao chegar no portão de casa, demoro procurando a chave. Quando acho, sinto uma tontura estranha. Deve ter sido o sol.
- Minha filha, você está bem? - escuto a voz de dona dolores, minha vizinha.
- Só um mal estar. - falo.
- Você está pálida. Venha, entre. - sento no sofá da sala.
- Vou em casa buscar algo para você comer. - fala.
- Não se incomode dona Dolores. Fiz um lanche na rodoviária. - falo.
- Tudo bem. Vai tomar um banho e deitar. Vou em casa e volto. - diz e sai.
Levanto me sentindo um pouco melhor. Tomo um banho gelado e deito. Preciso mesmo dormir. Passei a noite quase em claro.
Levanto correndo e vou direto para o vaso. Vomito até a alma. Acho que o lanche que fiz me fez mal. Por isso minha mãe sempre fala para não comer assim na rua.
Dona Dolores me dá um chá de camomila e depois pego no sono. Acordo com um perfume muito conhecido.
O Théo está sentado ao meu lado com o semblante preocupado. Conversamos e mais uma vez ele me ganha. Não queria ser tão fraca. Mas estou muito vulnerável e carente com esse problema da minha mãe. Se pelo menos tivesse com quem contar além dele, a história seria outra.
Chegamos ao Rio e me sinto mal de novo. Desmaiei e Théo insiste para que eu vá ao médico. Não acho necessário.
O hospital liga e pede que eu vá com urgência. Precisam falar comigo. O medo me consome.
Entramos no hospital as pressas. Théo foi direto para a recepção. Nos direcionaram para a sala do médico plantonista.
Entramos em uma sala depois de bater. Tem um médico bastante jovem e bonito nos esperando.
- Boa noite! Sou Douglas, médico plantonista. - nos cumprimenta e respondemos.
- O que houve doutor? - pergunto agoniada.
- Bem. Sua mãe apresentou uma melhora e assim, queremos fazer a cirurgia se possível agora. Pode ser? - ele pergunta.
- Claro que sim doutor. Como achar melhor. - falo.
- Vamos aguardar na sala de espera até que a cirurgia termine. - diz Théo.
- Assim que acabar, falo com vocês. - nos despedimos e saímos.
Sentamos na sala de espera e não conversamos mais nada. Senti sono e me recostei na poltrona e fechei os olhos.
Acordei com fome. Mas não quero incomodar o Théo. Estou perdida no tempo. Não sei quanto dormi.
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Segundas Intenções. (Série Família Portinari)
RomanceQuando um homem é o sonho de toda mulher não quer se prender e não acredita no amor? Mas se vê obsecado por um par de olhos castanhos e um sexo rapido numa parede de um local desconhecido. Mesmo aboninando relacionamentos não consegue esque...