Capítulo 21

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Luna

Começo a sentir pontadas muito fortes. Me desespero e fico sem saber o que fazer. Não possso perder o meu bebê. Agora é só esperar pela ajuda que pedi.

Ligo para a Ninna. Peço que venha para ficar com minha mãe. Ela parece meio atrapalhada. Com a voz estranha. Me diz que vai se arrumar rápido e virá.

Os minutos passam como se fossem horas. O tempo é muito precioso. Eu tenho que ir para o hospital.

- Luna! - alguém bate na porta depois de mais de meia hora.

Me arrasto até abrir. Não quero que minha mãe me veja assim. Ela ainda está se recuperando.

Me dobro de dor antes de chegar na porta. Estico o braço e consigo destrancar apenas. Gemos baixinho. As lágrimas caem sem controle.

-Luna! O que houve?

- Pai. Me ajuda! - falo baixinho quando ele entra.

- O que você está sentindo Luna? - escuto a voz de dona Helena.

- Estou grávida. Não deixa eu perder meu filho pai. Eu te imploro.

Ele me olha surpreso, mas não questiona, apenas me pega nos braços e sai em direção ao carro.

- Calma meu amor. Não vou deixar que nada aconteça a vocês. - ele diz.

- Minha mãe pai. Não quero que ela me veja assim. - falo.

- Luna, sei que não sou a pessoa mais indicada, mas posso ficar aqui. - diz dona Helena.

- A Ninna está vindo. - a vejo chegando.

- Amiga. Pelo amor de Deus o que foi? - ela pergunta nervosa.

Quando vou responder vejo alguém atrás dela e meu coração gela. Sinto a dor apertar mais ainda.

- Renan! - digo baixinho.

Nunca passou pela cabeça que os dois estivessem juntos. E Agora? O Théo vai saber que será pai de uma forma que não me orgulho.

- O que está acontecendo aqui? - ele pergunta.

- Te explico depois Renan. Só preciso de um médico. - digo nervosa.

Meu pai me coloca no banco e prende o cinto. Passa a mão em meu rosto.

- Aguente firme. Vai dar tudo certo princesa. - diz emocionado.

- Vou seguindo vocês. - diz Renan.

O caminho parece longo e doloroso. Tenho medo de sangrar. Peço a Deus que dê tempo. Me preocupo com o que o Renan vai falar para o Théo.

- Filha. Vou te levar para a emergência mais próxima. Helena, vou precisar do talão de cheque. Veio em sua bolsa? - pergunta.

- Sim! Não se preocupe com isso. O importante é chegarmos logo. - ela responde.

- Pai. Na minha bolsa tem uma quantia em dinheiro e um cartão. Não se preocupe com isso. - falo com dificuldade.

- Depois discutimos isso filha. Já estamos chegando. - diz.

Respiro fundo para me acalmar. Mas a dor é forte. Evito esboçar algum som para não preocupar meu pai.

Chegamos a recepção da emergência. Meu pai nem esperou a cadeira de rodas.

- Boa noite. Minha filha está sentindo muita dor. - meu pai diz a recepcionista.

- Proveniente de que senhor? Sabe informar? - ela pergunta.

Segundas Intenções. (Série Família Portinari)Where stories live. Discover now