Capitulo 66

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Luna

Tento comer para que a Bela não fique me dando bronca e também porque preciso estar bem alimentada para dar mama aos meus pequenos.

Não  é o café da manhã que sonhei quando os tivesse, mas o importante é comer. Mesmo que tenha um nó na garganta e isso atrapalhe.

- Come tudo. Senão, vamos ter sérios problemas com o clã Portinari. - diz Bela.

Sorrio da piada. Eles parecem mesmo uma espécie de clã. Dona Lúcia já passou aqui para se certificar  como estou e mandou trazer tudo que gosto para o café.

- Vou comer tudo sim. Embora não  tenha vontade nenhuma. - falo desanimada.

- Bom dia! Posso entrar? - escuto a voz do Leonardo.

- Pode sim Léo. - respondo.

Ele se aproxima da cama, não sem antes dar uma olhada na Bela, e me dá um beijo  na testa.  Bela presencia a cena incrédula.

- Como está Isabella? Melhor? - pergunta olhando para ela com ternura.

- Sim! - ela responde seca e sei que isso é só uma capa de disfarce. 

Eles trocam um olhar demorado. Ela é a primeira  a desviar. Ele continua. Me sinto mal por vê-los assim. E me sinto um pouco culpada.

- Cadê o Théo? - pergunto. 

- Está com os gêmeos.  - responde baixo.

Não  entendo. Ele está no mesmo hospital que eu e desde ontem não nos vemos. O que está acontecendo?

- Ele não veio me ver desde que saiu do Centro cirúrgico com os gêmeos. O que houve Léo?  - pergunto irritada.

- Calma Luna. Você não pode ficar nervosa. Por favor! - pede Bella que também não  está calma. 

- E nem você.  Se acalma que eu prometo fazer o mesmo. - falo e em seguida me repreendo.

Pelo olhar dela e do Leonardo,  vi que falei demais. Eles se encaram. 

- Porque a Isabella não pode ficar nervosa? Aconteceu alguma coisa? O que eu não  estou sabendo? - pergunto olhando para ela.

- Nada. Ela se referiu a eu ter passado mal mais cedo. Estou com problemas emocionais. - Ela responde rápido.

Ele me olhou e voltou a sua atenção para ela. Se aproximou, segurou o rosto dela com as duas mãos e deixou seus rostos bem próximos. 

- Seja o que for que esteja acontecendo com você, me deixe saber.  Me preocupo. Não  sou seu inimigo Bella. Só quero seu bem. Um dia vai entender meu afastamento.  - diz Léo. 

- Não  tenho  nada. Não se preocupe comigo. Guarde seu esforço e atenção para sua campanha. - diz ácida.

Decido intervir antes que pegue fogo e vire uma discussão sem fim. É tudo que ela não precisa.

- Leonardo. Preciso ver meus bebês.  Não  aguento mais essa espera. Estou bem. Não  posso continuar aqui deitada e eles lá o tempo todo. Que se dane se estou cheia de pontos e se perdi muito sangue.  Quero vê-los. Agora! - falo sem pausa.

- Na verdade, você não está autorizada a sair do quarto. É regra do hospital.  Mas, podemos  quebrar algumas.  Vamos?

Quando escuto o Léo dizer isso é como  se ouvisse fogos sendo tocados. Tudo se iluminou ao meu redor. Saber que vou ver meus filhos  me deixa atordoada de tanta felicidade.

- Antes, quero lhe dizer que o Théo  está lá. Não arredou o pé um minuto sequer. Foi em casa tomar um banho sob tortura.  Então, mesmo chateada tente não brigar. - Léo fala.

Segundas Intenções. (Série Família Portinari)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora