Luna
Tento comer para que a Bela não fique me dando bronca e também porque preciso estar bem alimentada para dar mama aos meus pequenos.
Não é o café da manhã que sonhei quando os tivesse, mas o importante é comer. Mesmo que tenha um nó na garganta e isso atrapalhe.
- Come tudo. Senão, vamos ter sérios problemas com o clã Portinari. - diz Bela.
Sorrio da piada. Eles parecem mesmo uma espécie de clã. Dona Lúcia já passou aqui para se certificar como estou e mandou trazer tudo que gosto para o café.
- Vou comer tudo sim. Embora não tenha vontade nenhuma. - falo desanimada.
- Bom dia! Posso entrar? - escuto a voz do Leonardo.
- Pode sim Léo. - respondo.
Ele se aproxima da cama, não sem antes dar uma olhada na Bela, e me dá um beijo na testa. Bela presencia a cena incrédula.
- Como está Isabella? Melhor? - pergunta olhando para ela com ternura.
- Sim! - ela responde seca e sei que isso é só uma capa de disfarce.
Eles trocam um olhar demorado. Ela é a primeira a desviar. Ele continua. Me sinto mal por vê-los assim. E me sinto um pouco culpada.
- Cadê o Théo? - pergunto.
- Está com os gêmeos. - responde baixo.
Não entendo. Ele está no mesmo hospital que eu e desde ontem não nos vemos. O que está acontecendo?
- Ele não veio me ver desde que saiu do Centro cirúrgico com os gêmeos. O que houve Léo? - pergunto irritada.
- Calma Luna. Você não pode ficar nervosa. Por favor! - pede Bella que também não está calma.
- E nem você. Se acalma que eu prometo fazer o mesmo. - falo e em seguida me repreendo.
Pelo olhar dela e do Leonardo, vi que falei demais. Eles se encaram.
- Porque a Isabella não pode ficar nervosa? Aconteceu alguma coisa? O que eu não estou sabendo? - pergunto olhando para ela.
- Nada. Ela se referiu a eu ter passado mal mais cedo. Estou com problemas emocionais. - Ela responde rápido.
Ele me olhou e voltou a sua atenção para ela. Se aproximou, segurou o rosto dela com as duas mãos e deixou seus rostos bem próximos.
- Seja o que for que esteja acontecendo com você, me deixe saber. Me preocupo. Não sou seu inimigo Bella. Só quero seu bem. Um dia vai entender meu afastamento. - diz Léo.
- Não tenho nada. Não se preocupe comigo. Guarde seu esforço e atenção para sua campanha. - diz ácida.
Decido intervir antes que pegue fogo e vire uma discussão sem fim. É tudo que ela não precisa.
- Leonardo. Preciso ver meus bebês. Não aguento mais essa espera. Estou bem. Não posso continuar aqui deitada e eles lá o tempo todo. Que se dane se estou cheia de pontos e se perdi muito sangue. Quero vê-los. Agora! - falo sem pausa.
- Na verdade, você não está autorizada a sair do quarto. É regra do hospital. Mas, podemos quebrar algumas. Vamos?
Quando escuto o Léo dizer isso é como se ouvisse fogos sendo tocados. Tudo se iluminou ao meu redor. Saber que vou ver meus filhos me deixa atordoada de tanta felicidade.
- Antes, quero lhe dizer que o Théo está lá. Não arredou o pé um minuto sequer. Foi em casa tomar um banho sob tortura. Então, mesmo chateada tente não brigar. - Léo fala.
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Segundas Intenções. (Série Família Portinari)
RomanceQuando um homem é o sonho de toda mulher não quer se prender e não acredita no amor? Mas se vê obsecado por um par de olhos castanhos e um sexo rapido numa parede de um local desconhecido. Mesmo aboninando relacionamentos não consegue esque...