Capítulo 18

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Théo

Não sei em qual momento tudo fugiu do meu controle. Claro que percebi que a Luna estava se apaixonando por mim. Porém, deixei bem claro que não quero me prender. E hoje, o fato dela querer ir embora sem me avisar só comprova isso. Por saber minha opinião a cerca de um relacionamento, ela optou por fugir. E o faria se minha mãe não tivesse chegado.

Quando escutei a conversa das duas achei que fosse alguma coisa mais séria. Mesmo assim a ideia da Luna ir embora as escondidas me deixou chateado comigo mesmo. Além do vazio que senti ao ouvir essa informação.

Gosto dela de verdade. É muito especial. Mas não quero me prender. Tenho necessidade de liberdade depois dos cinco anos com Mabel. Os quais foram desperdiçados. Porque só percebi a pessoa fútil e interesseira que estava ao meu lado, bem depois.

Conversamos e ela prometeu que não sairá sem falar comigo. A deixei em casa e fui encontrar o pessoal da delegacia.

- Grande delegado. Pensei que não viria. - diz um colega.

- Estava resolvendo um problema. - respondo.

- Está tenso delegado. Se quiser uma massagem, faço com prazer. - diz Agatha.

- Está tudo resolvido. Quero beber agora. Quanto a massagem, quando chegar em casa, relaxo. - falo e ela fica sem graça.

A conversa era geral. Falamos sobre tudo. O clima era amigável. Mas, não conseguia tirar a Luna da cabeça. Para tomar uma atitude dessa, de sair sem me avisar, deve ser por algo que ela não quer me contar. Vejo medo em seus olhos. Sou acostumado a interrogar todo tipo de pessoa. E sei que a Luna me esconde algo.

De repente o rosto da Luna com lágrimas por cair vem em minha mente. Viro todo o conteúdo do copo de vez. Levanto.

- Preciso ir. - coloco 100 reais na mesa.

- Assim tão cedo? Tenho planos para mais tarde. - diz Agatha.

- Justamente por isso que já vou. Tenho planos para agora. - me despeço e saio.

No caminho meu pensamento viaja. Lembro do dia que conheci a Luna. Da nossa primeira transa. Já estou duro aqui. Acelero mais do que devo. Escuto uma buzina estridente. Olho pelo retrovisor e lá está Renan me monitorando. Gargalho porque sei que isso o deixa irritado.

Chego em casa, tomo um banho e deito. Quando a Luna percebe minha presença conversamos. E no final fizemos aquilo que somos imbatíveis juntos. O melhor sexo.

Tive a necessidade de fazer com que ela se sentisse bem. Visto que sei que tem um problema e dos grandes. Mas sei, que quando tiver a vontade, me contará.

Depois de alguns dias a Luna me liga do hospital dizendo que a dona Edna está de alta. Ao mesmo tempo que fiquei feliz por elas, senti uma pontada de tristeza. Pois já estava acostumado com a presença da Luna.

As levei em Saquarema. Fiquei até a Luna ajeitar tudo e saio. Mas o olhar que ela me deu na saída, me matou. Ficou gravado na minha mente.

Renan pega a estrada para o Rio. Sigo calado e pensativo. Fecho os olhos e a imagem da Luna no portão vem forte. Com aqueles olhos cheios de lágrimas.

- Pára o carro Renan. Agora!

- O que houve? Ta doido? - ele pergunta

- Volta. Não vou mais para o Rio. - digo.

- Você surtou? Vao fazer o que? - Renan pergunta atordoado.

- Dormir com a minha morena. - falo.

Segundas Intenções. (Série Família Portinari)Where stories live. Discover now