Capítulo 10

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Luna

Esse fim de semana me tirou dos trilhos. Não só pelo encontro com meu pai e a nossa conversa, mas pelo fato da Bella e Léo terem terminado. Eles se amam tanto. Ela está sofrendo demais. Tenho certeza que ela não o traiu e depois que conversamos mais ainda. Só o tempo vai dizer como será.

É diante de um acontecimento desses que a gente pára e pensa que o melhor é viver um dia de cada vez.

Quanto a minha vida com o Théo, está mais louca ainda. Não temos um compromisso sério mas eu gosto de ficar com ele. E querendo ou não estamos vivendo na mesma casa. Tem coisas bem difíceis de controlar.

Depois de um embate com o poderoso Leonardo, sigo para o hospital. O caminho vou remoendo o que ele me disse entrelinhas. Me acusando o tempo inteiro de interesseira. Isso dói muito. Não sei como minha irmã gosta de um imbecil daquele.

Uma semana que a Bella e o Léo terminaram. Resolvemos sair. Me desentendi com o Théo por defendê-la. Dormir com a Bella e quando cheguei em casa pela manhã o encontrei no sofá.

Decido não cair na birra dele. Organizo minhas coisas e tomo café. Leio um capítulo de um livro. Me arrumo e sigo para o hospital. É minha jornada diária.

Esses dias estão sendo tranquilos em relação a minha mãe. Sempre chego cansada do hospital. Tomo um banho e deito. Desculpa que uso para não transar com o Théo. Desde o dia que ele chegou de cabelo molhado percebi claramente que ele esteve com outra, estou dando um gelo nele. E essa abstinência está me matando.

Sei que tenho que ser mais forte e resistir ao Théo, mas ao mesmo tempo tenho medo dele desistir e não me querer mais. Esse é um risco que tenho que correr.

Tive um relacionamento conturbado. Abusivo ao extremo. Era proibida de fazer as coisas mais simples. Eu achava que era proteção. Depois da primeira agressão entendi que era abuso e que precisava me libertar. No dia que fui terminar tudo levei uma bofetada. Ele me empurrou no sofá e só não me enforcou porque a mãe dele chegou gritando. Saí de lá assustada e com medo. Théo é a primeira pessoa que me envolvo depois disso.

Hoje é sexta, sempre fico com minha mãe um pouco mais. Por isso vou mais cedo. Aproveito todos os minutos. Mesmo sabendo que so posso olhar para ela e mais nada.

Chego uma hora mais cedo. Quero conversar com os médicos. Prefiro assim para ficar tranqüila.

Entro na sala e fico surpresa ao contatar que é o mesmo que fez a cirurgia. Dr. Douglas. Que por sinal, é lindo.

- Entre e sente. Tudo bem? - fala.

- Sim. E minha mãe dr. Como esta?

- Sua mãe esta melhorando. Tem que ter paciência. E por favor, me chame de Douglas.

- Tudo bem! Quanto tempo você acha que ela começa a reagir? - pergunto aflita.

- Ela já vem reagindo. Tenha em mente que sua mãe está em coma induzido. É melhor para sua recuperação. - diz.

- Sei. Mas é que as vezes me bate uma incerteza. Um medo de ficar sem ela. - digo trêmula.

- Não fique assim. Sua mãe apresenta um quadro bom. - diz.

- Que bom! - falo.

- Seu namorado hoje não veio? - pergunta.

- Ah! Não. O Théo é um amigo. - respondo sem graça.

- Então isso quer dizer que posso convidá-la para jantar então. - diz.

- Depende muito do seu estado civil! - falo sorrindo.

Segundas Intenções. (Série Família Portinari)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora