Capítulo 16

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Luna

Quanta coisa pode acontecer em um curto espaço de tempo? Há poucos meses nem conhecia o Théo e hoje estou esperando um filho dele.

Saio da clínica tão desesperada que só percebi que atravessei a rua quando me vi sentada no calçadão. Choro tudo que tenho direito.

Não sei nem quanto tempo fiquei sentada. O Théo chegou e me levou para casa. Cuidou de mim e eu só conseguia chorar. Desabei quando ele involuntariamente tocou minha barriga.

Foi uma noite que eu não dormi. Rolei na cama e levantei várias vezes a noite toda. As 6h resolvi que ficar deitada não iria resolver meus problemas.

Cheguei ao hospital e encontrei minha mãe sentada comendo. Que linda.

- Oi mãe! Dormiu bem?

- Oi meu amor. Dormi sim. Que carinha é essa? - pergunta preocupada.

- O de sempre. Théo.

- Filha. Será que não é hora de dar um ponto final nisso? - fala pegando em minha mão.

- Nós não temos nada sério mãe. Mas eu sou apaixonada por ele. Não consigo ficar longe. - digo.

- Você sabe o que faz. Só não engravide. - diz e gelo.

Ela dormiu e eu permaneci ao seu lado até o horário final. Ao sair do quarto encontrei Douglas.

- Oi! Tudo bem? - cumprimento.

- Oi sumida. Como está?

- Bem. Com minha mãe acordada, melhor ainda. - respondo.

- Tenho um tempo. Vamos tomar um sorvete? - ele convida.

- Não posso Douglas. Tenho uma reunião daqui a pouco. Vamos combinar outro dia. - digo.

- Quando quiser. Vou sempre estar por aqui. - diz.

Passei os primeiros dias da senana criando coragem para falar com a dona Lúcia. Mas todas as vezes que pegava o telefone, não conseguia.

Fui na reunião do Edu. Graças a Deus Bella e Leo reataram. Minha irmã está muito feliz. Comemoramos muito. Apesar de Léo e eu não nos darmos bem, a Bella o ama e está feliz.

Ainda não sei o que vou fazer. Não tenho emprego. Tive que deixar a loja de bijouterias para acompanhar minha mãe.

Não dá para passar uma borracha em cima de tudo e começar do zero. Há uma criança em jogo. A quem amar e proteger sem medidas.

Passo o dia no hospital conversando com minha mãe e só retorno para casa do Théo mais tarde. Estamos mais uma vez naquela fase, completos estranhos numa casa.

Acho que esse clima é por causa da discussão que tivemos no final de semana. Não queria que ele saisse sozinho pela segunda noite seguida. Mas efim, cada um por si.

Geralmente dia de hoje, sexta sempre fico um pouco mais com minha mãe. E conversamos bastante.

- Mãe, está perto de receber alta. Vamos para nossa casa e vou cuidar muito bem da senhora. - digo feliz.

- Não vejo a hora filha. Durmo e acordo pensando nisso. - fala.

- Também mãe. Preciso voltar para Saquarema. Dar um jeito em minha vida. Me organizar. - digo.

- Porque não me diz logo o que está acontecendo Luna? - fala.

- Nada mãe. Só estou impaciente querendo ir para casa. - desconverso.

Segundas Intenções. (Série Família Portinari)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora