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O céu de Londres estava escuro, anunciando a chuva que estava por vir. O vento gelado balançava meus cabelos e me fazia tremer de frio, eu amava o frio, mas preferia quando estava devidamente agasalhada.
Minha memória não era das melhores, e apesar de ter visto a previsão do tempo, eu havia saído com pressa e acabei esquecendo de colocar minha jaqueta na bolsa.
Meu celular vibrou, enquanto eu entrava no metrô, sentei num banco vazio. Atendi o celular, que ainda vibrava na minha mão.

- Emma, cadê você? - Era Katrina, estava com a voz rouca, parecia ter acabado de acordar.

- Eu tô no metrô, por quê? - respondi.

- Nada, eu só queria saber se você já estava chegando. Vou fazer o jantar hoje. - deu risada e eu revirei os olhos.

- Deus me ajude. - falei e senti o homem que estava ao meu lado se remexer desconfortável. Quando Katrina ia responder, ouvi a voz do homem ao meu lado.

- Emma? Emma Hall? - virei meu rosto automaticamente ao ouvir meu nome. Ele estava me encarando com os olhos caramelados brilhando em reconhecimento, assenti levemente.

- Katrina, eu preciso desligar. - foquei minha atenção nele - Sim, sou eu. De onde me conhece?

- Emma! Sou eu, Noah. - disse sorridente e eu parei, em choque.
Reconhecendo, aos poucos, a figura do meu ex melhor amigo.

- Noah? Noah Blake? - perguntei incrédula, por favor não.

- Céus, faz muito tempo. - respondeu com um meio sorriso nos lábios, o sorriso que eu conhecia muito bem. Mais até do que eu gostaria. - Mas sim, sou eu.

Contraí meus olhos, incrédula, na esperança de que meu cérebro estivesse me pregando uma peça. Uma brincadeira sem graça, mas não, era realmente ele. Depois de seis longos anos, Noah Blake estava novamente aqui, bem na minha frente.

Um arrepio de reconhecimento percorreu meu corpo, me fazendo tremer levemente enquanto ele me encarava de volta, com a mesma intensidade que eu.

- Não pode ser... - sussurrei depois de um tempo em silêncio, tentando entender o que estava acontecendo.

Ele não pode estar aqui, não no mesmo país que eu, nem na mesma cidade, nem no mesmo metrô. Não pode ser ele aqui, sentado bem ao meu lado. Ele ainda me encarava, estudando cada detalhe do meu rosto atentamente, como ele sempre fazia quando queria guardar o rosto de alguém caso precisasse, algumas coisas nunca mudam.

- Eu preciso ir. - disse, finalmente cheguei ao meu destino, quando me dei conta de que as portas já estavam abertas e pessoas já estavam descendo, me levantei rapidamente e acompanhei a multidão. Ele estava atrás de mim, eu podia sentir seu olhar queimando minha pele sob o tecido da blusa.

BROKEN Where stories live. Discover now