eighteen

3.1K 403 59
                                    

Eu ouvi que tinha alguém, mas eu sei que ele não te merece
Se você fosse minha, eu nunca deixaria ninguém te machucar
Eu quero secar aquelas lágrimas, beijar aqueles lábios
Isso é tudo que eu tenho pensando

Eu ouvi que tinha alguém, mas eu sei que ele não te mereceSe você fosse minha, eu nunca deixaria ninguém te machucarEu quero secar aquelas lágrimas, beijar aqueles lábiosIsso é tudo que eu tenho pensando

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

–– Eu gosto do Arthur. Ele é tão cavalheiro, e todo mundo sabe que ele sempre gostou de você. –– Katrina comentou enquanto colocava os pratos empilhados na pia.

–– Que bobeira. Você acha? –– perguntei, atraindo sua atenção.

–– Só sendo cega pra não perceber. Desde que eu cheguei nesse prédio e vi vocês dois interagindo eu percebi isso, ele te olha como um historiador olha uma peça importante do Museu Nacional reencontrada depois de 500 anos. –– fiz cara feia assim que ela terminou de falar.

–– Eu não sou velha assim! –– disse e ela revirou os olhos.

–– O fato é que: agora você tem dois pretendes e precisa se decidir logo antes que fique sem ninguém. –– pontuou e eu espremi os olhos.

–– Eu não preciso escolher...

–– Você vai ficar com os dois? Emma! Não foi assim que eu te criei, mas se você quiser ajuda pra montar um calendário pode me chamar, tá? –– sorriu cínica.

–– Ai, pelo amor de Deus Katrina! –– assim que eu abri a boca pra argumentar mais uma vez, a campainha tocou e ela correu pra atender.

Foquei minha atenção nos pratos sujos e comecei a lavá-los, cantarolando baixinho enquanto Katrina conversava com alguém na porta.

–– Emma! Você não acredita! –– apareceu na porta da cozinha, gritando e pulando com um enorme sorriso no rosto.

–– O que aconteceu? –– perguntei e ela apareceu por completo na cozinha, segurava um buquê de orquídeas e um cartão na outra mão. –– Uau, que lindas.

–– Sim, são pra mim! –– ela pôs as flores de um lado e pegou o cartão para ler as inúmeras palavras fofas que foram escritas lá. Fiz menção de interromper para dizer o quanto aquilo soava enjoativo, mas achei melhor não estragar a alegria dela.

–– Que fofo, Kat. Vai se encontrar com ele?

–– Sim! Claro que vou, ele não é um amor? Preciso trazer aqui pra você conhecer.

–– Onde vocês se conhecerem? Qual o nome dele? –– questionei e sentei na mesa junto com ela.

–– No museu, o nome dele é Oliver.

–– Museu? Você sabe onde fica o museu? –– ela crispou os lábios, ofendida.

–– Claro que sei, lá é até legal; pare de me julgar, Emmy. –– segurei o riso e assenti.

–– Enfim, você gosta dele?

–– Gostar eu gosto, ele me faz sentir bem sabe? Então, eu acho que ele merece uma chance. –– incentivei ela a ir ao encontro, e depois que saiu para procurar uma roupa eu continuei a lavar a louça.

* * *

A campainha tocou outra vez pouco depois que Katrina saiu, tinha esquecido alguma coisa do seu trabalho na casa de uma amiga e precisava ir buscar urgentemente.

Suspirei e me levantei, deixando meu artigo recém começado de lado e indo até a porta. Antes que a pessoa do outro lado apertasse mais uma vez o botão, eu abri.

Arthur estava lá, muito bem posicionado a minha frente, não me dando a visão de nada mais além dele.
Então ele sorriu, e eu sabia que qualquer outra pessoa que passasse pelo corredor enquanto ele estivesse ali não seria notada.

–– Oi Emma. –– ele disse, pisquei rapidamente tentando não ficar parada a sua frente com cara de idiota enquanto apreciava o som da sua voz que parecia ter desbotado da minha mente.

–– Olá, aconteceu alguma coisa?

–– Não, na verdade... Eu só vim saber se, de repente, você gostaria de ver como meu apartamento ficou bonito depois da pintura. –– eu sorri abertamente, enquanto assentia e pedia para que ele esperasse um pouco.

Desliguei o notebook, tentando deixar as coisas um pouco organizadas em cima da mesa e finalmente calçando os pés. Ele estava encostado na parede ao lado da sua porta, me aguardando.

–– Eu jurava que você não gostava de azul. –– comentei assim que entrei, e ele riu.

–– Por que não? É uma ótima cor pra usar nas paredes.

–– Só se você estiver disposto a chamar atenção.

–– Consegui? –– demorei um pouco até entender o que ele quis dizer e sorri.

–– Não.

–– Como não? Ouvi falar que azul é a cor mais quente.

–– Isso não é um filme? –– questionei e ele pareceu pensar, depois riu e concordou.

–– Então, como foi o seu encontro com o Noah? –– crispei os lábios, tentando entender como ele sabia disso. –– Ah, Katrina me contou.

–– Ah, claro. Pois é, não foi um encontro, mas foi legal.

–– Legal mesmo?

–– Mesmo, a gente tá se acertando. Provavelmente, até o fim do ano vamos sair da estaca zero.

–– O que isso significa? –– sentei no sofá, suspirando audivelmente e pondo a mão na cabeça.

–– Significa que vamos voltar a ser amigos.

–– Isso quer dizer que eu posso te chamar pra sair sem culpa? –– contive minha expressão surpresa e tentei não parecer muito encantada com a proposta.

–– Se você acha que sim, fique a vontade.

* * *

• twitter: @htulipszz
• Instagram: @htulipsz

BROKEN Where stories live. Discover now