twenty nine

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"– A maioria das pessoas tem sorte se encontra um grande amor na vida. Você encontrou dois."

–– Princesa Mecânica.

Acerto mais uma bolinha de papel na lixeira e suspiro irritada, estou no terraço há muito tempo e não consegui terminar nenhum dos desenhos que comecei

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Acerto mais uma bolinha de papel na lixeira e suspiro irritada, estou no terraço há muito tempo e não consegui terminar nenhum dos desenhos que comecei.

Já faz um mês desde aquele dia, as coisas ainda estão difíceis, mas nada que eu não possa suportar.

A dor não pode ser superada, mas acabamos nos acostumando com ela.

E é isso que eu estou fazendo, me acostumando.

Apesar de tudo, as coisas estão indo bem, naquela semana eu tive uma generosa folga e meu chefe aliviou um pouquinho pra mim, Arthur não fica chateado toda vez que eu choro e até me ajuda a me acalmar, Katrina está muito bem com Oliver e mamãe, apesar de ainda não estar 100% bem comigo, liga com mais frequência que antes.

Às vezes me sinto culpada por estar tendo uma vida normal e quase feliz sem Noah, mas penso que era isso que ele queria para mim, certo?

Ele só queria que eu fosse feliz.

Muitas coisas foram esclarecidas depois que ele partiu, inclusive sua vinda para Londres.

Matthew contou que assim que ele descobriu a doença, veio pra cá.
Veio para Londres porque queria passar um tempo comigo, nem que fossem seus últimos dias.

–– Ele sempre disse que achava que você nunca iria perdoá-lo, disse que não iria incomodar. Que a sua vida estava perfeita sem ele, mas depois que soube que estava doente ele quis muito ficar com você por um tempo. Ele sempre te amou, Emma, nunca passou pela cabeça dele ter outra pessoa em sua vida.

Imaginei como teria sido se ele não tivesse vindo, tentei pensar em como seria minha vida sem tê-lo visto uma última vez, sem mágoas.

Ele veio em busca do seu perdão, Matthew afirmou, e, pelo menos naquele momento, fiquei feliz por ter conseguido perdoá-lo antes que fosse tarde.

–– Emma? –– Arthur estava agachado bem na minha frente, mas demorei um pouquinho pra notar sua presença ali.

–– Desculpa, você disse algo? –– questionei e ele sorriu, assentindo.

Jesus, como eu o amo.

–– Vamos entrar? Aqui tá frio, e já escureceu faz muito tempo.

–– É, é verdade. –– notei que o sol já não estava mais lá, dando lugar a um céu sem estrelas e sem lua. Ele segurou minha mão, e levantou-se, me convidando a repetir o ato.

–– O que você desenhou hoje? –– questionou, passando os braços em volta dos meus ombros.

–– Nada, não consegui terminar nenhum dos que comecei. –– resmunguei.

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