twenty five

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O amor pode nos tocar uma vez e durar uma vida
E nunca nos abandonar até termos partido
Amor foi quando eu amei você, um momento verdadeiro ao qual me seguro
Em minha vida nós sempre seguiremos em frente

Você está aqui, não há nada que eu temo
E eu sei que meu coração seguirá em frente
Ficaremos para sempre dessa forma
Você está seguro em meu coração
E meu coração continuará e continuará


Meu dia começou excepcionalmente bem.

Havia me livrado de todas as paranóias envolvendo Arthur e finalmente focado no trabalho, já faz alguns dias desde a última vez que o vi e eu me sinto como uma dependente química que finalmente conseguiu passar mais de dois dias sem usar nada.

E, tecnicamente, sem sentir tanta saudade.

É sábado a noite, e eu estou fazendo as últimas edições na minha entrevista com o Brian, sobre o caso Alexandra Still.

Entrar em um presídio nunca foi uma meta pra mim, o lugar é horrendo.
A entrevista foi tranquila, ele é tão absurdamente calmo que me assusta.

Não se parece alguém que matou outra pessoa, e essa era sua intenção.
Ele quer parecer inocente, por isso o bom comportamento na cadeia e a boa recepção mesmo quando jornalistas enxeridos fazem perguntas ameaçadoras.

Ele sabe exatamente o que dizer para não parecer um assassino, e isso era fascinante na mesma medida em que era assustador.

–– Emma? –– Katrina estava a mais de uma hora buscando a roupa perfeita para sair pela trigésima vez com Oliver. Hoje ela estava mais nervosa. –– O que você acha desse?

Ela usava um vestido preto, ombro a ombro e justo, que era meu. Fiz minha melhor cara de animação e assenti alegremente.

–– Se eu fosse você descia logo antes que o Oliver vá embora.

–– Não joga praga! Você vai ficar aí?

–– Sim, senhorita. –– pegou sua bolsa e me deu um beijo no rosto.

–– Te amo, qualquer coisa me liga, ok?

–– Tá bem, agora vai. –– ela me mandou um beijo no ar e saiu.

Me levantei para buscar mais café, e peguei meu celular no caminho para responder algumas mensagens.

Noah: Oi, você tá bem?

E: Ótima, e você?

N: Muito bem, obrigada. A gente pode se ver amanhã?

Quando a mensagem brilhou na tela, deixei um pouco de café escapar para o chão. Praguejei baixinho, pegando um pano para limpar o chão. Ouvi a campainha tocar e revirei os olhos impacientemente.

Por que tudo tem que acontecer ao mesmo tempo?

E: Sim! Pode ser depois que eu sair da editora?

N: Claro, vou estar lá.

–– Já vai! –– gritei quando ouvi a campainha tocar mais uma vez, deixei o celular e a caneca na mesa e corri até a porta.

–– Arthur? –– ele estava encostado na parede, e sorriu quando eu abri a porta.

Céus, ele ainda vai acabar com a minha sanidade.

–– Você quer que eu me ajoelhe aí dentro ou aqui mesmo? –– assumi uma expressão de confusão e ele deu de ombros. –– Desculpe. Eu sei que não deveria ter feito isso com você, foi infantil e ridículo.

–– Sim, foi muito infantil. –– concordei.

–– Eu fui um idiota, não fui?

–– Todos os homens são. –– ele sorriu brevemente.

–– Você tem toda razão.

–– Eu tenho. –– sussurrei, perdida.

Ele deu alguns passos até estarmos próximos e eu prendi a respiração.

Apenas por precaução.

–– Podemos conversar? –– assenti e o deixei entrar totalmente, permitindo que sentasse no sofá enquanto eu fechava meu notebook e levava a xícara para a cozinha.

–– Então, pode falar. –– ele assentiu e deixou o rosto cair para o lado, pensando.

–– Eu vou ser totalmente sincero, então, se sentir que é demais pra você pode me pedir para ir embora, ok?

–– Claro.

–– Bom, eu te amo. É, eu sei que essa é uma palavra deveras forte, mas estou buscando ser o mais verdadeiro aqui.
Eu te amo desde... Bom, seria chato dizer desde a primeira vez que te vi? Como nos filmes e tal, você sabe;
Quando você sobe para o térreo e fica lá por horas, eu amo olhar você por minutos sem fim, me deixa bem. E todas as vezes que vinha aqui te chamar para jantar ou fazer qualquer outra coisa, era só porque eu precisava te ver. Eu amo a sua determinação e confiança, seu humor e sua língua afiada, e amo a forma como você fala sobre seu trabalho, adoro seu Francês também.

–– Arthur... –– tentei começar, mas não consegui formular uma frase que tivesse sentido. Então o deixei continuar.

–– E eu sei que você não teve uma boa experiência com o seu grande amor, e eu sei também que te dei inúmeros conselhos sobre como você deveria ir atrás dele e perdoar quando tudo que eu queria era... Eu só queria que olhasse pro lado, sabe? Não precisa correr atrás de um amor que te feriu, eu sempre estive aqui por você Emma; é difícil de entender? Eu te amo e não sei como me sentiria se você voltasse com o seu amigo, porque eu quero que me escolha, não a ele.

Ele fez um sinal, indicando que havia acabado sua fala e eu apenas caí na cadeira, um pouco impactada.

–– Não posso te dar isso. - quebrei o silêncio e ele me encarou, sem expressão. –– Não posso te dar o amor que merece, eu sempre soube disso e sempre quis muito corresponder a tudo isso, mas é demais para mim.
Eu acho que você deveria...

–– Não, por favor. –– me interrompeu, andando até mim e se abaixando a minha frente, segurando em minhas mãos. –– Não pode me dizer o que eu devo fazer com meus sentimentos, Emma.

–– Tem certeza? Olha, eu não sei cozinhar, eu sempre deixo as panelas pra Katrina lavar porque eu tenho preguiça; eu tenho certeza que converso a noite inteira, eu sou péssima com relacionamentos e vou fazer você querer arrancar os cabelos a cada dois minutos. –– ele sorriu e apertou minhas mãos nas suas.

–– Você me parece perfeita.

–– E a garota no seu apartamento? –– mordi o lábio, me sentindo ridícula mas sem conseguir evitar a pergunta.

–– Eva? –– sorri e eu assinto, incerta. –– É minha irmã, Em.

–– Irmã?

–– Adotada, mas sim.

–– Ah, ok. Desculpe.

Ele se levantou, e me puxou para cima. Sorriu e acariciou meus cabelos, me abraçando devagar e com carinho.

Como é possível amar tanto algo como eu amo ele?

–– Posso te beijar agora? –– ele riu.

–– Pode me ajudar a te amar? –– pedi, e sua expressão foi de surpresa para alegria em um segundo.

–– É tudo que eu quero.

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