twelve

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Caminho a passos largos, debaixo de um sol preguiçoso e pouco caloroso que apareceu a pouquíssimo tempo

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Caminho a passos largos, debaixo de um sol preguiçoso e pouco caloroso que apareceu a pouquíssimo tempo. 

Depois da conversa com Arthur eu fui pra casa, tentei dormir e deu um pouco certo, eu ainda estava nervosa. 

Agora eu estou aqui, voltando do trabalho e caminhando sem rumo pelas ruas de Londres, tendo quase certeza de que sei onde quero chegar, apesar de ter certeza que é demais para minha sanidade mental. 

Queria que fosse mais fácil, que Noah não tivesse partido meu coração, que eu não tivesse revidado e principalmente, que ele não tivesse ido embora. 

Com certeza isso foi a gota d'água, ele ter ido embora me desestabilizou ainda mais, fez parecer que ele não se importava.

Ele iniciou o incêndio e eu joguei mais gasolina. 

Eu sabia onde estava indo, eu sabia perfeitamente que naquele momento eu só queria vê-lo outra vez, eu não freei meus pés quando eu parei na porta do seu apartamento. Então, rezando para que ele estivesse em casa, eu bati na porta usando o nosso código secreto criado aos 10 anos.

Quatro batidas na porta, depois duas, três e uma. Sorri com a lembrança, eu adorava fazer isso.

O sorriso se alargou assim que meus ouvidos captaram o barulho do lado de dentro, um assobio que me irritava, a forma dele avisar que estava vindo. 

–– Não sabia que ainda lembrava disso. – comentou assim que abriu a porta, sorrindo.

–– Algumas coisas são difíceis de esquecer. – respondi e ele abriu espaço, me deixando entrar. Fingi não perceber o quão animado ele estava enquanto eu atravessava a sala em direção ao sofá, deixando minha bolsa ali.

–– Aconteceu alguma coisa? – perguntou com cautela.

–– Não, nada. Eu só estava passando por aqui e resolvi subir. Algum problema? – questionei.

–– Problema algum, gostei que tenha vindo. Achei que se eu fosse procurar por você, acabaríamos discutindo. E eu não quero mais brigar, Em. – concordei com um aceno de cabeça.

–– Nem eu, é por isso que eu decidi te dar uma segunda chance. Acho que, por mais que eu tente negar, nunca tive alguém na minha vida como tive você. – admiti, apertando os lábios e suspirando.

–– Nós sempre tivemos uma conexão diferente, não é? Nunca encontrei isso em outro alguém também. – concordei enquanto olhava os quadros na parede, ele gostava muito de fotografia. Mas ali, continham apenas suas fotos de família.

–– As nossas estão guardadas, – ele havia se aproximando e me observava atentamente – as fotos. 

–– Ah, claro. – ele ainda as tinha, ainda guardava nossas melhores lembranças, e eu me questionei se havia sobrado algo bom sobre nós em mim. 

–– São pessoais demais para serem expostas aqui, gosto tanto delas que prefiro que sejam apenas nossas. 

–– Muitas coisas são apenas nossas, como as lembranças, as fotos só significam muito para você porque sabe o que aconteceu por trás delas. 

–– É exatamente por isso que são importantes. – ele sorriu.

–– Como você está? – questionei.

–– Eu estou bem, sabe, acho que nunca estive tão bem desde muito tempo. E você? – indagou, e eu sorri me virando para dar continuidade a observação do apartamento.

–– Bem também, eu estou onde sempre quis estar, trabalhando exatamente no lugar que imaginei, com a vida um pouquinho mais realista, mas eu gosto. – meu celular vibrou dentro da bolsa, era Katrina avisando que estava me esperando. 

–– Eu preciso ir, foi bom ver você. – sorri minimamente, enquanto me dirigi à saída. 

–– Foi bom ver você também, Emma.
Aliás, eu posso... Pedir uma coisa? – ele estava apertando as mãos, e passando-as insistentemente pelos fios castanhos quando assenti. –– Pode sair comigo no fim de semana?

–– Eu não sei, talvez sim, – dei de ombros, sorrindo sem graça –– eu vou pensar, ok?

–– Já é um bom sinal. Obrigada, honey. – saí do seu apartamento, enquanto ele ainda me observava ao longe.

Senti tanto sua falta, Blake.

***

–– Nossa! Finalmente apareceu, hein. Achei que tinham sequestrado você no caminho pra casa. – Katrina disse, assim que me viu chegar. Ela estava me esperando para jantar, tinha novidades para contar.

–– Por que ainda se ilude achando que vão me sequestrar? – questionei, sentando ao seu lado e ela riu.

–– Nunca desista dos seus sonhos, disse um grande poeta. – respondeu, se divertindo com a situação.

–– Muito engraçada, parabéns.

–– Obrigada, obrigada. Vem, vamos comer, aproveita e me conta onde a senhorita se meteu. – a acompanhei até a mesa, e resumi meu dia para ela que reagiu surpresa, porém feliz, quando soube que fui visitar Noah.

–– Quero tanto que vocês se reconciliem, Emmy. – ela disse, quando eu acabei de contar e parei para respirar.

–– Eu também quero. Poxa, eu sinto falta sabe? Por mais que seja duro acreditar e que eu me sinta meio idiota, eu queria que desse certo outra vez. – suspirei e ela assentiu, pressionando sua mão sobre a minha.

–– De qualquer forma, eu tô com você. – sorriu carinhosa e eu retribui –– Mas agora deixa eu te contar! Lembra do cara que eu te falei esses dias? Me chamou pra sair! – foi assim que encerramos nossa noite; conversa, filme, vinho e muitas risadas.

Havia esquecido o quanto Katrina, seu jeito animado e suas histórias hilárias me faziam bem.

***

Eu estava batendo na porta da casa de Arthur outra vez, era novamente tarde da noite e Katrina estava dormindo. Eu queria tanto contar tudo pra ele, queria de uma forma que eu mesma não sei explicar.

Talvez fosse apenas para me livrar disto, aliviar o peso. Porque eu estava aos poucos dando uma segunda chance à Noah, e eu queria muito.

* * *

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Vocês tem alguma ideia do que aconteceu entre o Noah e Emma?

BROKEN Where stories live. Discover now