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Skylar POV

 Eu estava sentada no pequeno balcão da cozinha, escrevendo em meu notebook, às 8:00h da manhã seguinte. Dormir com Justin na noite anterior não havia sido nem um pouco esquisito e tudo por causa dele.

 Ele não me sufocara a noite toda na cama e eu estava contente por isso. Logo que eu caí no sono, ele virou-se e tomou o seu lugar na cama espaçosa, me deixando dormir sem que nada me perturbasse.

 Eu acho que fui a primeira a abrir os olhos quando o despertador disparou essa manhã, às 7:30h. Rapidamente apertei o botão para parar ao ouvir o zumbido irritante e depois rolei de costas, dando uma olhada em Justin, esperando que o barulho não o tivesse incomodado.

 Eu quase arfei com a forma como ele era lindo dormindo. Eu nem sequer tinha olhado para o seu peito esculpido ainda. Foi o rosto dele que me fisgou. Os lábios estavam alongados em um beicinho que me fez lembrar de uma criança pequena, teimosa, mas doce. Sua boca era tão perfeita e os lábios tão cheios e macios que me dava vontade de beijá-lo o tempo todo.

 E os olhos fechados me atraíram ainda mais. Olhe para esses cílios, eles são mais longos que os meus! Eu quase estendi a mão para tocá-los, mas achei melhor não, ele iria simplesmente amar acordar sendo cutucado no olho por mim, tenho certeza.

 Sorri, vendo um pouco de pêlos crescendo em seu rosto e me perguntei como ele aparentaria com ela sem fazer por três dias. Sim, eu já sei que tenho uma queda por tipos ‘bad boy’.

 Eu tenho me analisado por anos, usando o meu próprio cérebro como estudo. Agora era a minha primeira vez fazendo isso com outra pessoa. Eu estava furiosa comigo mesma por estar botando tudo a perder. Eu já  estava próxima de Justin, próxima demais. Como posso perguntar coisas sobre a vida e o trabalho dele e depois me aconchegar sob seu corpo  durante a noite e não pensar nas coisas que ele havia dito?

Eu adoro pertencer a você.

 Por que aquilo fazia eu me sentir feliz e triste ao mesmo tempo?

 Sorrindo para ele, o observei por mais alguns minutos. Eu adoro o jeito como seus braços estavam trançados embaixo do rosto, abraçando o cobertor para si mesmo e voltado para o meu lado, como se ele estivesse olhando para a parte de trás da minha cabeça quando pegou no sono.

 Talvez esse fosse apenas o meu cobiçado desejo particular.

Abraçando a si mesmo.

 A maneira como ele dorme diz muito sobre sua  mente. Gostaria de saber se alguma vez ele já havia sido realmente abraçado, sem estar nu ou após a relação sexual. Provavelmente não, e se sim, há muito tempo. Eu sei que existem sempre dois lados de toda história, mas me peguei odiando a mãe dele.

 Eu podia entender um pai sendo severo e frio, mas sua mãe era designada a amá-lo, ajudá-lo a crescer, lhe ensinar o amor. E, ele é o único filho dela. Como ela poderia não amar esse rosto? Eu aposto que quando criança ele era dez mil vezes mais adorável. Imaginei como era a voz dele naqueles tempos. E em seguida, imaginei um Justin mais novo, tentando conseguir a atenção de sua mãe e ela o ignorando.

 Queria caçá-la e simplesmente esbofetear seu rosto. Eu sei, pareço uma típica psicanalista, culpando a ‘mamãe’ sem parar.

 Mudando de assunto, me lembrei de coisas mais agradáveis… Ontem à noite havia sido tão maravilhoso. Eu estava me sentindo bem até agora. Minha virilha estava muito melhor neste momento, não super sensível e nem um pouco dolorida como estava na noite passada. Não, agora… sentia apenas extremamente satisfeita e, eu acho que se ela pudesse soltar um profundo suspiro feliz ela teria feito isso.

Red Lines [ Tradução ]Where stories live. Discover now