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Justin POV

 Obrigado, Deus, pelas academias, halteres e suor. Eu tinha terminado o levantamento de peso e já tinha feito minha corrida de oito quilômetros, então me sentia ótimo e disposto, e minha camisa cinza estava escura  com a umidade do meu corpo. Agora eu estava dando golpes com meu punho no saco de pancadas, o aparelho seguinte, atacando intensamente a sua volumosa superfície rígida.

 Ryan o segurava no lugar para mim enquanto eu tomava fôlego e avançava novamente, com bastante força.

 —Tudo bem, Justin, quando você vai se abrir comigo, cara? -  ele me olhou e deu um sorriso convencido.

 —Me abrir sobre o que? – eu soltava o ar, batendo no saco outra vez, como se eu o estivesse esmurrando no estômago, com uma mão, e depois com a outra.

 —Bem, esse saco de pancadas ou fez algo  para você, e você está tentando matá-lo, ou há alguma outra coisa te incomodando. – ele disse, girando um pouco, segurando o saco enquanto eu seguia o movimento.

 —Eu só estou me exercitando, Ryan. – afirmei, atingindo o saco com mais dois socos.

 —Ok. – ele desistiu, depois perguntou.  —Como estão indo as coisas com aquela garota?

 —Bem. – eu disse secamente, dois socos mais fortes.

 —Uhum… – ele me deu um olhar como se entendesse.

 Ignorei aquilo e continuei distribuindo murros.

 —Qual é, cara, sou eu. – Ryan estava fitando meu rosto agora.  —Eu não tenho sempre te ajudado? Você pode conversar comigo, você sabe. Eu sou seu amigo.

 Fechei meus olhos e me senti culpado agora, sabendo que ele estava certo. Eu estava  construindo muros a minha volta, mesmo entre as pessoas em que eu acreditava que poderia confiar. Ryan não merecia ser deixado de fora. Ele é um amigo de verdade.

 —Porra. – eu soltei, parando com os socos, encostando minhas costas na parede, olhando agora para Ryan, enquanto ele largava o saco de pancadas e dava um passo na minha direção, cruzando os braços, esperando. —Desculpe, Ryan. Eu sei que você é meu amigo. Eu só não me abro muito bem.

— Eu sei disso. – ele riu, nem um pouco surpreso com minha confissão.  — E aí, o que está incomodando você? Aquela garota não é boa na cama ou algo assim? Ela tem pêlos horríveis pelo corpo, ou o quê?

 Eu dei risada dele, apesar do meu mau humor. Mas por que estou mal humorado? Não tinha acontecido nada de diferente comigo hoje. Faço isso o tempo todo.

— Não, ela é maravilhosa na cama. – arregalei meus olhos para enfatizar o meu ponto.  —E ela é linda demais… mas…  –dei um longo suspiro. —… ela… quer conversar comigo o tempo todo. Ela faz muitas perguntas pessoais. Tem aquele papel em que ela fica escrevendo ou coisa do tipo, ela me acha interessante e eu concordei em deixar que ela me estude, sabe… no começo pensei que seria tudo tranquilo. Eu não tenho nenhuma intenção de contar toda a minha história de vida,  mas, eu pensei em algumas coisas que não faria mal dizer a ela. Só que agora… –eu olhei para ele. —… eu me sinto esquisito.

— Esquisito como? – a testa dele enrugou em curiosidade enquanto ele escutava com atenção.

 —Meu estômago parece dar nós e minha cabeça dói. – eu relatei a ele os sofrimentos físicos primeiro. — E hoje, durante um trabalho, eu quase não consegui ir até o final. Senti que não conseguia respirar por alguns segundos. Quero dizer, eu nunca tenho problema encarnando um personagem, principalmente com a mulher de hoje. Ela sempre me excita, de imediato, mas hoje, demorou muito mais tempo. Ela não se importou, ela teve uma bela foda, mas aquilo me perturbou. O que quero dizer é que, graças a Deus que hoje tive que ser o lado submisso, mas o que vai acontecer quando eu tiver que ser o cara dominante? entende?

Red Lines [ Tradução ]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora