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–Olá, tu é que és a rapariga que atuou há bocado? – Perguntou Rui olhando-a de alto a baixo. Saltava-lhe à vista o blusão preto de cabedal com tachas que destoava do seu rosto delicado. Gostava também do modo como a camisola branca de alças realçava subtilmente as formas redondas dos seus pequeninos seios.

–Sou, porquê? – Respondeu surpreendida. Afinal não precisou de nenhum pretexto nem de ninguém a fazer de cupido para meter conversa com o famoso Rui Patrício, de quem Márcio tanto lhe tinha falado, pois ele próprio tinha tomado a iniciativa de lhe dirigir a palavra. Mas, de facto, tinha que dar a mão à palmatória: o rapaz não era mesmo nada de se deitar fora!

–Dá para falar um pouco? – Perguntou primeiro antes de introduzir qualquer assunto.

–Claro! Pode ser lá fora? – Sugeriu Sofia. Rui respondeu afirmativamente com a cabeça e dirigiram-se ambos ao exterior do estabelecimento, sob o olhar curioso do resto do grupo.

Àquela hora a rua estava repleta de gente e, para a grande maioria, a noite ainda era uma criança. Escolheram ir para um canto mais sossegado e afastado de todo aquele fumo e álcool que inundava aquela estreita e pitoresca rua de Lisboa.

–Gostei imenso da tua atuação! Atuas cá todos os dias? – Perguntou Rui ao mesmo tempo que as luzes provenientes dos poucos candeeiros existentes naquela rua incidiam no rosto da rapariga, conferindo-lhe uma delicadeza ainda maior.

–Não. Só cá estou às quintas e sábados. Mas fico contente por teres gostado da atuação! – Respondeu Sofia contente.

Não percebia qual o objetivo de Rui, nem tão-pouco a razão de ser daquela conversa de circunstância, mas até estava a ser agradável. Rui era um rapaz simpático e educado, duas das características que mais valorizava no sexo oposto.

–Então tenho que passar a vir cá mais vezes para te ver atuar! – Combinou Rui surpreendendo Sofia. Pelos vistos já começava mesmo a ter os seus próprios admiradores.

–Claro, aparece sempre que quiseres. Eu agora tenho que me ir embora, não leves a mal, mas gostei de falar contigo!

–Tudo bem, então. Adeus! – Despediram-se e seguiram direções diferentes. – Já agora, diz-me só o teu nome, por favor! – Rui voltou atrás e perguntou.

–Sou a Sofia! – Respondeu.

–Eu sou o Rui! – Respondeu também sorrindo-lhe. Ao regressar ao interior do estabelecimento foi, de imediato, bombardeado pelos amigos:

–Então? Não querias vir e tal mas já te foste afiambrar à rapariga, não foi! – Observou João.

Aliás, todos tinham reparado quando Rui se aproximou de Sofia e se dirigiu ao exterior a convite dela.

–O quê? Mas tu estás mesmo interessado naquela febra, meu? – Perguntou Cédric. – Olha que para tocar guitarra é preciso ter unhas! – Os outros dois riram-se e Rui respondeu:

–Mas quem é que vos disse que eu estava interessado nela? Só lhe fui dizer que gostei do espetáculo.

–Claro, não paraste de olhar para ela o tempo todo! – Insistiu Cédric.

Na verdade Rui tinha ficado interessado em Sofia, sim. Desejava conhecer a rapariga que se escondia por trás da Miss Vegas mas não queria que os amigos soubessem, pelo menos para já, do seu interesse por ela.

–Olha quem fala! Vocês também olharam! – Atirou Rui.

–Pudera! Com um avião daqueles na frente é impossível um cara não olhar, né! – Exclamou Marcelo.

Permaneceram mais alguns minutos e acabaram, também, por se ir embora.

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Acho que a Sofia não ficou lá muito impressionada com o Rui... O que é que vocês acham?
E gostam do videoclip que escolhi para este capítulo? 😊

Tudo Tem Um Fim Où les histoires vivent. Découvrez maintenant