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Entretanto chegava o dia do encontro. Ainda não eram 6 horas da tarde e já Rui estava a acabar de se aprontar para o encontro. Em cinco minutos escolheu uma t-shirt branca com uns desenhos em preto, umas calças de ganga azuis ligeiramente rasgadas e também um blazer preto. No fim, completou com o seu perfume habitual e saiu de casa. Ainda faltava uma hora mas achou por bem sair de casa antecipadamente pois, àquela hora, era bem provável encontrar algum congestionamento no trânsito, em especial no acesso à ponte. Assim, já não corria o risco de deixar Sofia pendurada à espera. Saiu de casa e em meia hora já se encontrava a atravessar a ponte Vasco da Gama. Poucos minutos depois recebia uma mensagem de Sofia. Apesar de ter
plena consciência do perigo que representa a utilização do telemóvel durante a condução, resolveu ler a mensagem:

Olá Rui, já estou no Vasco da Gama à tua espera. Dá-me um toque quando chegares, para eu ir ter contigo. Até já! Sofia.

Atirou o telemóvel para o banco do passageiro e continuou a sua condução.

Chegou ao Parque das Nações e, na escuridão e sossego do parque de estacionamento, devolveu a mensagem a Sofia:

Estou à tua espera no parque de estacionamento por baixo do centro comercial. Até já. Rui.

Carregou em Enviar Mensagem e aguardou a resposta. Dois minutos
depois recebeu a resposta de Sofia:

Boa, já estou a caminho. Depois apita quando me vires, para eu saber onde estás.

Assim que recebeu a mensagem de Rui, Sofia levantou-se da mesa em frente à geladaria Häagen-Dazs, no 1º andar, e desceu as escadas rolantes em direção ao parque de estacionamento. Percorreu o longo corredor que dava acesso ao metro e ao terminal rodoviário mas saiu a meio, numa das portas de lado, em direção ao parque de estacionamento. Caminhou até que ouviu a buzina de um veículo. Olhou em volta até que um Porsche Carrera 4S de cor preta piscou as luzes da frente para si. De imediato, Sofia dirigiu-se até à viatura e bateu no vidro do lado direito. Este abriu-se e, do interior, surgiu Rui com a cabeça ligeiramente inclinada para a frente para poder ver Sofia.

–Entra! – Autorizou Rui sorrindo para a rapariga. Sofia abriu a porta e entrou.

–Olá, estás bom? – Cumprimentaram-se com dois beijos na cara.

–Sim e tu? – Olhou para ela e reparou como estava bonita.

Sofia envergava um vestido curto esvoaçante azul-petróleo com umas minúsculas flores amarelas. Por cima, trazia o mesmo blusão de cabedal preto com tachas que usava aquando da primeira ocasião em que trocaram palavras, no bar onde esta atuava. O visual era complementado com uma carteira a tiracolo com várias aplicações e com uns sapatos de salto alto em nude. O cabelo estava hidratado e os seus efeitos ondulados realçavam-lhe o rosto, com especial destaque para os seus vivos olhos verdes, conferindo-lhe um aspeto doce e angelical e sedutor ao mesmo tempo.

–Também. Vamos andando? Estou curiosa por conhecer esse italiano! – Exclamou Sofia acomodando a mala no colo.

–Claro! – Colocaram o cinto de segurança e arrancaram. – É um restaurante que fica ali no Colombo. Espero que gostes.

–Fixe. Costumo ir ao Colombo várias vezes, mas raramente vou aos restaurantes, para dizer a verdade. – Afirmou Sofia.

Chegaram ao local e dirigiram-se logo para o restaurante. Havia algum movimento, mas também não era nada do outro mundo. Aguardaram por uma mesa disponível, indicada por um dos empregados do restaurante que os acompanhou até ela, efetuaram o pedido e, enquanto esperavam, foram conversando:

–Fazes mais alguma coisa para além da dança? – Perguntou Rui.

–Sim. Faço sessões fotográficas de moda alternativa esporadicamente mas a dança burlesca é, de facto, aquilo que me dá sustento neste momento. Mas eu ainda agora estou a dar os primeiros passos e tenho a certeza que estou a evoluir no bom caminho. – Admitiu Sofia confiante no seu futuro profissional. – E tu? Presumo que o teu dia-a-dia seja quase exclusivamente dedicado ao futebol!

Tudo Tem Um Fim Where stories live. Discover now