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No dia seguinte, Rui recebe em casa o seu amigo João Pereira, ex-colega de clube e que agora joga em Espanha. Apesar da distância, mantêm contacto regular um com o outro e, sempre que tem oportunidade, João desloca-se a Lisboa para rever a família e os amigos.

–Então, tudo bem? – Cumprimentaram-se com um forte aperto de mão.

–Tudo e contigo? Entra! – Autorizou Rui. João entrou, dirigiram-se para a sala de estar e sentaram-se no sofá. Maggie, a mascote de quatro patas, resolveu juntar-se à conversa e veio também sentar-se ao pé do dono. Começaram por trocar impressões sobre os últimos jogos mas rapidamente a conversa foi parar a outro tema.

–E aquela rapariga com quem tu falaste noutro dia no Cais do Sodré? – Perguntou João mudando, assim, de assunto.

–Quem, a Sofia? – Questionou Rui revelando, distraidamente, o nome da rapariga.

–Ah, é esse o nome dela? Sim senhor, e há mais novidades a esse respeito? – Voltou a perguntar João, curioso por saber mais detalhes.

–Por acaso… ainda ontem fomos jantar fora! – Revelou Rui.

–Eh lá, já a levas a jantar e tudo? Estou a ver que a coisa está mesmo a ficar séria! – Exclamou João positivamente admirado.

–Séria, séria ainda não mas… digamos que as coisas estão no bom caminho! – Afirmou Rui sorrindo confiante. – Eu gosto dela e quero conquistá-la mas quero ir com calma.

–Fazes bem. E achas que ela também está interessada em ti ou…? – Perguntou João.

–Não sei mas… - Hesitou Rui.

–Mas o quê? Aconteceu alguma coisa que queiras contar aqui ao teu amigo? – Insistiu João.

–Quando a fui levar a casa e nos estávamos a despedir acabou por surgir um clima entre nós.

–Ai, já existe clima entre vocês? – Perguntou mais uma vez João em êxtase.

–Pronto, não foi bem um clima mas… - Corrigiu Rui. - ...nós estivémos quase a beijarmo-nos.

–A sério? Isso é bom! – Exclamou João entusiasmado.

–Achas que sim? – Perguntou Rui. – É que ela depois ficou um bocado atrapalhada e saiu à pressa e nem voltou a olhar para mim.

–Mas já é um sinal! Ela se calhar também gosta de ti! Senão não ficava assim. – Argumentou João. – E combinaram mais alguma coisa?

–Não. E, siceramente, não sei se lhe devo voltar a ligar. Como já disse, quero levar as coisas com calma primeiro e ver no que dá. – Afirmou Rui cauteloso.

–Percebo. – Compreendeu João. – Depois do que aconteceu é natural que estejas assim ao princípio. Mas se achas que deves avançar, então força.

–Claro. Mas eu desta vez quero fazer as coisas como deve ser. – Afirmou Rui. Depois da maneira pouco pacífica como acabou o seu último relacionamento, Rui estava ainda um pouco relutante em avançar para um novo relacionamento e, por isso, só iria avançar quando tivesse mesmo a certeza daquilo que queria.

–Fazes bem. Mas, independentemente do que decidires, sabes que vou estar sempre do teu lado, não sabes? – Questionou João retoricamente. Independentemente do que Rui decidisse para a sua vida, só queria que estivesse bem e se sentisse feliz.

–Claro que sei. E obrigada por tudo! – Levantaram-se do sofá e deram um forte aperto de mão.

–Vais ter agora treino, não vais? – Perguntou João já de pé. Apesar de já não jogarem juntos no mesmo clube, ainda sabia de cor a que horas costumavam ser os treinos.

–Sim, por acaso vou! Vou só lá dentro buscar o saco do treino e saímos já. – Já com o saco na mão, encaminharam-se para a porta e saíram.

–E eu também aproveito e passo pela casa dos meus pais e depois sigo logo para Valência. É que eu amanhã de manhã também vou ter treinos, não penses que és só tu! – Brincou João
enquanto desciam de elevador o prédio onde morava Rui.

–Vá, adeus e faz boa viagem! – Chegaram à entrada do prédio e despediram-se com um aperto de mão.

–Obrigado. Vai dizendo qualquer coisa entretanto.

–Claro. – Respondeu Rui. A partir daqui, seguiu cada um para seu carro, seguindo depois, caminhos diferentes.

Tudo Tem Um Fim Where stories live. Discover now