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Entretanto havia chegado o dia combinado. Rui telefonou a Sofia antes de sair de casa e foi apanhá-la no Vasco da Gama. Num instante chegaram a uma zona residencial sossegada e discreta e deram entrada num prédio moderno que ficava ao fundo de uma rua sem saída. Ao abrir a porta de casa já Maggie se encontrava à entrada, abanando freneticamente a cauda como que a dar as boas-vindas ao seu dono.

–Esta é a Maggie! – Apresentou Rui.

–É muito simpática! – Exclamou Sofia simpatizando-se de imediato com o animal de estimação. Baixou-se para lhe fazer uma festinha e Maggie respondeu com umas simpáticas lambidelas nos dedos que lhe acariciavam o focinho.

Entrou em casa e olhou em volta. A habitação era moderna e tinha muita luz. A decoração era bastante simples resumindo-se a uma planta comum posta a um canto e a um ou outro quadro colocado na parede. Na sala de estar destacava-se um enorme sofá cinzento com o lado direito a fazer uma espécie de chaiselonge e em frente encontrava-se uma cómoda de madeira cerejeira sobre a qual se encontrava um televisor LCD e alguns DVDs desarrumados. Do lado esquerdo estava a zona de jantar com uma mesa de 8 lugares e um aparador encostado à parede. Em frente havia um pequeno corredor que dava acesso à cozinha, à casa de banho e aos quartos.

–Espero que gostes de bacalhau com natas. Só que é daquelas refeições já prontas, espero que não te importes! – Informou Rui.

–Não há problema! Queres ajuda? – Perguntou Sofia.

–É melhor! Com o jeito que eu tenho para a cozinha ainda pego fogo à casa! – Respondeu aceitando a ajuda. Sofia retirou a refeição do interior da embalagem de plástico, colocando-a no interior do microondas, seguindo as instruções indicadas na embalagem.

–Este género de refeições já feitas são muito práticas. É só tirar da embalagem e meter no microondas. – Explicou Sofia. Enquanto aguardavam que a refeição ficasse pronta
aproveitaram e colocaram a mesa. – Onde é que tens os talheres?

–Estão aí na segunda gaveta a contar do fundo. – Indicou Rui. Sofia retirou os talheres necessários e colocou-os nos respetivos lugares na mesa.

–Os pratos?

–Estão aqui! – Respondeu Rui passando-lhe os dois pratos empilhados um no outro.

Sofia sentiu uma espécie de choque elétrico na espinha ao ter tocado, inadvertidamente, nas mãos de Rui. Este, por sua vez, sentira também uma energia especial. A delicadeza das mãos dela por cima das suas assemelhava-se a toque de algodão. Sorriram um para o outro, como que para disfarçar o incidente, até serem interrompidos pelo sinal sonoro do microondas.

–O bacalhau já deve estar pronto! – Exclamou Sofia, aproveitando a deixa para ir retirar a refeição já pronta. E, distraidamente, acaba por deixar cair os pratos no chão, causando um
estardalhaço tão grande que até a cadela se assustou. – Desculpa, foi sem querer, juro!!

–Não faz mal. – De imediato os dois baixam-se para apanhar os cacos e acabam por bater, sem querer, com a testa um do outro.

–Auch, desculpa! Magoei-te? – Desculpou-se mais uma vez.

–Não, isto já passa! – Tranquilizou Rui, apesar de o choque ainda lhe ter doído um pouco.

Embaraçada com toda aquela situação, Sofia levantou-se e procurou a vassoura e a pá para limpar o chão. Ultrapassado este pequeno contratempo, acabaram de colocar a mesa e deram então início ao almoço.

–Tens a certeza que não queres pôr gelo aí? – Perguntou Sofia, já durante o decorrer da refeição, vendo que começava a surgir um ligeiro inchaço na testa de Rui, resultante do choque
de há pouco entre ambos.

–Deixa estar, isto já passa! – Recusou Rui. Sentia-se, de certa forma, lisonjeado por um simples acidente ser alvo de tanta preocupação por parte de Sofia, apesar de, na sua perspetiva, achar que não havia motivo para isso.

–Tudo bem, tu é que sabes! – Exclamou Sofia não insistindo mais. Apesar de tudo, Rui gostava de sentir toda esta preocupação de que estava a ser alvo por parte de Sofia. Ela fazia-o sentir-se especial e gostava dessa sensação.

Tudo Tem Um Fim Where stories live. Discover now