Capítulo quatro

62.3K 6.3K 2.9K
                                    

A expressão de Oliver era exagerada para alguém que sabia que o casamento não era real. Meus olhos alternaram de Oliver a Brian durante um tempo. Suas mãos abandonaram as minhas fazendo meu corpo automaticamente sentir falta, Brian olhou para mim com um olhar que só ele conseguia dar e se levantou indo embora. Meus olhos o acompanharam em cada passo que ele deu até entrar na casa, pisquei algumas vezes antes de raciocinar.

Eu não tinha assinado o contrato.

Brian ainda me queria.

Eu poderia desistir.

- Que porra foi essa?
A voz de Oliver me tirou do transe. Olhei o rosto dele demoradamente antes de falar alguma coisa.

- Você sabe que esse casamento é de mentira não é?

Falei em um tom duro o suficiente para fazer-ló entender que eu não era dele. Sua sobrancelhas se levantaram em uma expressão de puro deboche, era oficial, eu odiava Oliver.

- Você sabe que mesmo assim vai ser a minha mulher não é?

- Eu não assinei o contrato, eu posso desistir a qualquer hora.

- Você não pode desistir. - Falou convicto me fazendo rir, ele achava que eu tinha me apaixonado por ele em dois meses?

- Eu posso qualquer coisa, Oliver.

- Se você tiver 30 milhões em dinheiro vivo sim. - deu ombros. - Você assinou o contrato provisório, queira você ou não, nós casamos em três dias.

Meus olhos piscaram me fazendo estática. Oliver sorriu para mim antes de se inclinar para beijar meus lábios indo embora logo em seguida.

- Do que está falando Oliver?

Elevei a minha voz.

- Seu pai sabe exatamente do que estou falando.

Dito isso, ele caminhou rapidamente para fora da casa me deixando sozinha. Eu estava paralisada, perdi a única chance que eu tinha de escolha.

Meus pés me levaram para dentro da mansão encontrando meu pai conversando animadamente com Helena sobre outra lua de mel depois que eu me casasse.

- Você assinou o contrato por mim?

Perguntei interrompendo a conversa sem me importar se Helena ouviria ou não.

- Qual contrato, Blake? - Sua esposa perguntou o fazendo respirar fundo, seus olhos pararam em mim com uma expressão culpada. Ele realmente tinha assinado, Oliver não estava blefando.

- Nós vamos conversar no escritório.

- Errado, vamos conversar aqui e agora. - Falei autoritária, minha expressão era incrédula. Meu pai tinha acabado de me vender.

- Querida, eu...- tentou se explicar sendo interrompido.

- Amor, você esqueceu isso lá fora. - a voz de Oliver soou atrás de mim, senti cada célula do meu corpo se remexer de raiva. Olhei para trás vendo ele mostrar o pingente que eu tinha ganhado de Brian antes de ver ele me traindo e suspirei. Oliver sabia quem havia me dado, e ele estava jogando comigo.

- Oliver! Não quer tomar café conosco? - meu pai o saudou nervoso.

- Eu adoraria. - Ele sorriu olhando para mim, esse homem só queria destruir a minha vida.

Eu ainda estava de com um conjunto de dormir totalmente indesejado segundo Helena, mas não me importei, eu não precisava estar bonita para ninguém e naquele momento eu só queria conversar com o homem que dizia ser o meu pai.

Comecei a ouvir saltos batendo no piso e eu gelei. A voz de Riley ecoou na sala me fazendo suspirar. Seria o pior café da manhã da minha vida.

A expressão de Oliver endureceu e ele chegou mais perto de mim, me dando um beijo simples mas pegando minha mão possessivamente.

- Então esse é grande Oliver? - Riley falou olhando para o meu noivo.

Contive a vontade de revirar os olhos, ela realmente queria me atingir com Oliver. Sorri falsamente para ela enquanto pegava qualquer comida da mesa colocando na boca, não queria ter que conversar com aquelas pessoas naquele momento. E provavelmente, nem nunca.

- Como se conheceram, Oliver? - Perguntou Riley, a pergunta tinha me pego de surpresa. E eu senti minha mão gelada por um minuto. Ferrou, agora ela saberia que tudo era uma farsa.

- Eu conheci a Zoe quando eu tinha 11 anos, Ela estudava no west College. Eu conheço o Senhor Smell a anos.

- Amor de infância então? - Perguntou em tom de deboche. - Ou casamento arranjado? - seu veneno na voz me fez arrepiar, eu iria colocá-la no lugar dela se a vagabunda não calasse a boca.

- Com certeza não foi amor de infância, nem amor a primeira vista. - Eu disse enfiando o garfo em um dos morangos da mesa. - Mas pode ter certeza, Oliver não era noivo de ninguém quando eu decidi por livre e espontânea vontade casar com ele.

A mesa ficou em um silêncio absoluto antes de meu pai engasgar com o que quer que fosse que ele estava comendo, Helena apressadamente começou a bater nas costas dele freneticamente. Riley estava chocada com o fato de eu ter falado isso em voz alta pela primeira vez, e eu sentia que Oliver queria rir.

A cara de Riley se contorceu de raiva enquanto eu passava inocentemente geleia no pão.

A cara dela era impagável, e ela mereceu.

Contrato EscarlateOnde as histórias ganham vida. Descobre agora