ZHT

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Quatro meses depois do meu parto, tudo parecia estar caminhando para o melhor lado possível. Oliver e eu decidimos nos mudar de Los Angeles definitivamente, comprando uma casa em Vancouver.

Depois de ser bombardeada por lembranças que eu nem sabia que existiam, decidi que o melhor para mim era seguir com a minha vida, e eu não conseguiria fazer isso se ficasse tão perto do meu pai, definitivamente não. Percebi depois de algumas semanas que não lembrei de tudo e procurei um médico, ele disse que provavelmente, eu não lembraria mais de nada e que já era surpreende esse flash de memória depois de anos.

Charlie concordou em deixar Adam morar dois anos conosco desde que ele passasse as férias em Mônaco, e Oliver e eu concordarmos. Ela não era tão ruim como imaginei, depois de uma conversa bastante franca, nos entendemos.

Não fazia sentido odiar a mãe do filho do meu marido, na verdade, não fazia sentido odiar mãe alguma.


Aaron tirava meu sono e o de Oliver quase todas as noites, mas com a ajuda de Noire (que também fez questão de se mudar) nós conseguíamos dar certo. Aaron era a coisa mais certa que poderia ter acontecido na minha vida, algo que eu nunca entendi por quê nunca quis até ver que precisava ter.



- Acho que sei por quê a senhora nunca quis ser mãe. - Noire falou enquanto me observava amamentar.

Oliver estava colocando Adam para dormir, e eu estava me empenhando em alimentar Aaron, que parecia confundir meu mamilo com um brinquedo de morder.


- Acho que eu tinha muito medo do parto. - Resmunguei. - O meu foi terrível, desmaiei três minutos depois.


Noire riu, diminuindo um pouco a luz do quarto. Com sorte Aaron iria perceber que a mãe dele precisava dormir e dormiria também.



- Não tinha achado a pessoa certa ainda. Não ia funcionar com a pessoa errada. - Ela pausou enquanto olhava para Aaron. - Nem todos relacionamentos foram feitos para formar famílias, acredita que seria feliz se tivesse um filho de Brian?


Semicerrei os olhos, Noire já sabia de tudo que aconteceu nas nossas vidas, e como se mostrava extremamente leal, não me incomodava que perguntasse tanto assim de tudo.

- Nunca me imaginei grávida. - Olhei para Aaron. - Mas se imaginasse algum dia, seria de Oliver.



A sua mãozinha direita contornava meu dedo mindinho enquanto ele me olhava com seus grandes olhos verdes. Alheio a tudo que tinha acontecido até estarmos nesse ponto que eu e Oliver chamávamos de paz absoluta.


- As melhores coisas que ganhamos são as que nem sabíamos que precisávamos.


Noire tinha me dado uma perspectiva diferente naquele dia, uma semana depois fiz minha primeira tatuagem. A frase agora marcava minha costela com traços finos. Eu e Oliver tínhamos ido ao mesmo tatuador que fomos quando éramos adolescentes e ele obviamente aproveitou para tatuar a data de nascimento dos filhos, como me disse uma vez que faria.



Graças a meu fundo de vinte e cinco milhões de dólares, a tatuagem não influenciava na minha carreira já que eu era a chefe. Elizabeth ainda morava nos Estados Unidos, mas estávamos fazendo dar certo. Comigo cuidando da empresa canadense junto com Madson e ela cuidando da Estadunidense com Louis, tudo estava indo bem. Tínhamos tido o primeiro desfile a alguns dias, e graças a Charlie usar uma das peças, a coleção tinha estourado.



ZHT era a nova grife do momento, e graças ao nosso trabalho impecável com marketing, tínhamos passado o triplo do que esperávamos das vendas.



Contrato EscarlateOnde as histórias ganham vida. Descobre agora