Bônus II

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(Esse é um bônus que a Zoe não lembra galeris, já já tem capítulo novo, me perdoem e aceitem esse mimo.)

Oliver.



- Esse lugar me dá calafrios. - A voz de Zoe sussurrou enquanto seus olhos curiosos passavam no estúdio de tatuagem.

O lugar era exatamente igual Drew tinha me dito. As tintas na parede eram de um tom de vinho extremamente escuro, fazendo a parte mais clara ser uma parede cheia de desenhos feitos com tinta spray. Um rock suave soava na sala, deixando um clima calmo no ar. Eu conhecia a maioria dos tatuadores e gostava do jeito que nenhum deles tentava forçar a barra conversando sobre o quão legal era ser um drogado fracassado o dia inteiro.

- Essa idéia de tatuagem foi uma burrice. - Bufei olhando o ZSZ recém feito no meu braço.

Hoje tinha feito um ano da forma descarada que Zoe se declarou para mim no meio da festa de aniversário de Madson. E como o imbecil que eu era, tive que rir da cara dela um segundo depois de ouvir, e ainda lhe disse que se ela sequer lembrasse daquilo um ano depois, eu tatuaria o que ela quisesse no braço.

Eu obviamente estava bêbado quando falei aquilo, mas Zoe como a pirralha chata de catorze anos que era, lembrou exatamente de cada palavra e me obrigou a cumprir a minha promessa.

- Claro que não! - Ela exclamou virando a sua cabeça automaticamente para mim. - Essa é a prova de que você sempre está errado ao meu respeito, e a tudo.

Seu queixo se empinou em uma demonstração de orgulho e eu não pude me impedir de sorrir. Zoe era ainda mais linda quando estava sendo teimosa, tirava toda a graça de qualquer menininha loira oxigenada e sem sal que existia nesse fim de mundo.

- Sua namorada é dura na queda, cara. - Drew riu em uma tentativa ridícula de saber se Zoe e eu tínhamos alguma coisa.

Revirei os olhos estendendo o braço para ele antes de murmurar com uma voz ríspida.

- Ela não é minha namorada.

Drew olhou Zoe de cima para baixo quase que imediatamente, parando em seu rosto. Suas sobrancelhas se arquearam sugestivamente para ela, em uma espera silenciosa de resposta. Ela revirou os olhos de forma tediosa para mim e depois sorriu convencida para Drew que a olhava com expectativa.

- Ainda não sou namorada dele. - Zoe falou, convicta. - Daqui um tempo ele desiste de resistir a mim.

- Eu não resistiria. - Drew se apressou a dizer, umidecendo os lábios em uma forma de flerte.

Me levantei da cadeira agarrando uma garrafinha de álcool com o braço que não tinha sido tatuado, atirando-a na cabeça do imbecil loiro a minha frente. Zoe gargalhou assim que Drew se abaixou urrando de dor, fazendo um sorriso satisfeito se acomodar em meus lábios. Ele era meu amigo mais antigo, e era um idiota, mas eu sabia que jamais encostaria um dedo em Zoe se soubesse que eu quebraria a cara dele se o fizesse.

- Já entendi, não dou em cima dela. - Ele murmurou enquanto massageava sua cabeça.

- Vou embora, se isso aqui inchar, volto pra quebrar a porra da sua cara. - Sibilei dando um sorriso cínico.

Drew me olhou com tédio e apertou a minha mão em um cumprimento de despedida. Zoe se levantou com um pulo se despedindo murmurando um "tchau" fraco antes de me seguir rapidamente, sua mão se entrelaçou na minha de forma possessiva.

- Essas garotas adoram ficar secando você o tempo todo. - Resmungou enquanto me arrastava para fora do estúdio.

- Você sabe que nós não temos nada, não é? - Perguntei com sarcasmo enquanto soltava sua mão. - Você tem catorze anos, não deveria sequer pensar em namoro e nem nada do tipo.

- E você tem dezesseis, não é como se fosse o cara mais velho do mundo. - Ela retrucou fazendo uma carranca.

Soltei uma risada irônica. Pensar na nossa diferença de idade assim era quase idiotice, mas a verdadeira diferença entre mim e Zoe era que ela tinha sua inocência intacta, bem diferente da maioria das meninas desse fim de mundo. Tudo que ela imaginava sobre namoros era que era uma relação que se baseava em andar de mãos dadas.

- Você continua sendo uma criança. - Dei ombros. - E uma criança irritante, posso dizer.

- Uma criança faria isso? - Ela perguntou arqueando a sobrancelha em rebeldia.

- Mas de que diabos você está...

Zoe ergueu os pés, puxando minha camisa com duas mãos, me fazendo ficar menor. Antes que eu pudesse raciocinar, seus lábios se juntaram aos meus me fazendo ficar imóvel. Claro que, eu já tinha dado mais beijos do que eu podia lembrar e de que alguns desses beijos eram roubados de menininhas atiradas negligenciadas, mas nem em mil anos chegava a ser igual aos beijos que Zoe sempre dava um jeito de roubar. Era perturbador a forma com que tudo acontecia tão rápido, em um segundo eu estava a poucos passos de esgana-la e agora meus braços tinham se enrolado na sua cintura sem sequer me dar conta. Zoe sorriu me fazendo apertar sua cintura em resposta, ela sabia que tinha ganhado.

- É em momentos assim que eu te odeio um pouco menos. - Ela sussurrou enquanto afastou sua cabeça lentamente da minha.

- E é em momentos assim que penso em sugerir a sua mãe para te deixar de castigo com mais frequência. - Murmurei, recebendo um tapa no braço como resposta.

- Você é mesmo um imbecil! - Ela exclamou, revirando os olhos e caminhando apressadamente até o carro.

Comecei a seguir seus passos devagar, ela razão, eu era um imbecil. Nenhum cara em sã consciência tatuaria a sigla "Zoe sempre Zoe" no braço, nem tampouco alimentaria uma amizade com uma adolescente chata de quatorze anos. Acima de tudo, eu era um imbecil por sentir minha pele inteira formigar durante o beijo de uma garota totalmente inexperiente e irritante.

Eu era um imbecil por muitas razões, e uma delas era por ser perdidamente apaixonado por Zoe.


amo vcs, eh isto

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