Italy

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O barulho da chuva me deixava mais confortável do que eu deveriam estar depois da pior segunda-feira que tive no trabalho. Depois de todo aquele episódio Oliver achou melhor nós dois voltarmos para casa, e eu não pensei duas vezes antes de dizer que sim. Era muito para mim continuar trabalhando depois daquilo.

Liguei para minha mãe assim que cheguei em casa e ela conseguiu me convencer de que deveríamos sair, as compras me fizeram bem, mas eu não conseguia tirar a lembrança que a cena de hoje tinha me despertado. Não conseguia ver ela como minha mãe, eu só conseguia ver a mulher que traiu meu pai.

As compras, o spa e a massagem conseguiram me relaxar. Agora eu finalmente tinha uma roupa de dormir decente e não precisava usar as blusas de Oliver, por mais que eu gostasse. Ele parecia não se incomodar, mas eu tenho certeza que ficava se gabando na sua mente maligna.

O cheiro forte e gostoso do seu perfume invadiu o quarto e a cama afundou com o seu peso. O calor que seu corpo emanava era surreal, e mesmo sem tocar nele eu me sentia assustadoramente quente com a sua presença. Graças a Deus a luz estava apagada e ele não podia ver o jeito que eu olhava para onde ele estava agora, Oliver não tinha falado uma palavra comigo desde que chegamos da empresa. Talvez ele estivesse com raiva pela minha disposição para colocar a sua irmã atrás das grades, ou ele apenas estava se fechando de novo. Não tinha como saber, eu conhecia ele, mas não conseguia ler o seu silêncio tão bem sempre.

- Onde está Madson? - Arrisquei perguntar.

- Em um hotel. Ela vai pegar o primeiro voo para o Japão amanhã cedo. - Oliver disse seco.

- Você vai mandar ela de volta? Mas... - Tentei argumentar antes dele me cortar.

- Mas nada, Zoe. Acabou, a decisão já foi tomada. Madson precisa dos pais dela, ela está agindo como criança o tempo todo e eu não tenho nenhuma paciência para aguentar isso. - Ele falou ainda grosso.

- Não precisava falar assim também. - Murmurei magoada.

Não sabia qual era a dele. Oliver me chamava para um encontro, me deixava entrar e agora simplesmente estava grosso e rude por nada. O meu lado infantil se revirou dentro de mim e eu calei a boca, dando as costas para ele. Eu não iria ficar sendo pisada, nem mesmo por ele.

Um suspiro frustrado saiu dos seus lábios assim que eu me virei e sua mão quente tocou meu braço me fazendo arrepiar. Oliver me puxou para mais perto dele e cheirou meus cabelos antes de sussurrar no meu ouvido.

- Eu não quis falar com você assim.

Me senti suja no mesmo instante. Ele estava apenas pedindo desculpas, mas o seu lábio perto assim do meu pescoço me fez arrepiar mais ainda. Como se soubesse a reação do meu corpo Oliver continuou com as mãos no meu corpo, fazendo um carinho gostoso onde passava a mão quente. A sua mão desceu para minha coxa e ele deu um aperto leve, como se realmente não tivesse maldade nenhuma. Eu queria que ele nunca parasse de me tocar assim, que aqueles momentos fossem mais frequentes. Sentir a palma da mão dele trilhar meu corpo era maravilhoso, fazia meu coração bater descontroladamente dentro do peito. Tudo nele me tirava o fôlego.

A ponta dos seus dedos adentraram na minha camisa do Baby-doll fofo rosa e eu tremi. Ele fazia círculos invisíveis em mim com a maior calma do mundo, o toque que eu achei inocente foi interrompido quando ele me virou e começou a rir descontroladamente do suspiro zangado que eu dei. O idiota estava fazendo aquilo apenas para me provocar.

- Lembra quando você disse que não queria que eu encostasse em você? - Ele perguntou ainda sorrindo.

- Lembro. - Murmurei. - Parece que foi a anos atrás.

Contrato EscarlateOnde as histórias ganham vida. Descobre agora