baby

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A cada planilha que eu olhava, minha cabeça latejava ainda mais. Sempre achei que não seria tão estressante ser responsável por uma empresa, já que pessoas sem privilégio como os meus lutavam por seus sonhos e venciam na vida.

Eu estava completamente errado.

É literalmente, a pior coisa da porra do universo trabalhar para o grande e poderoso Hawtorn. Resolver coisas sobre a empresa dele e ter paz eram polos opostos. De algum jeito esquisito ele sempre parecia resolver fazer os piores investimentos e se associar ao pior tipo de empresário. Zoe estava quase perdendo a empresa que ganhou de mim por causa da péssima gerência, e a empresária de Tóquio estava ruindo aos poucos.

Mais cedo ou mais tarde eu teria que visitar uma por uma e resolver toda a situação. Só de pensar na hipótese de ter que deixar  Zoe grávida em um lugar como Los Angeles fazia meu olho tremer de nervoso.  Los Angeles era a porra do pior lugar do mundo para criar um filho, existiem paparazzis em cada esquina, o calor é insuportável e ele ainda correria risco de ser exposto na televisão com menos de um ano.

- Adivinha quem trouxe um donut gigante para você?


A voz de Zoe me fez sair do transe. Ela bateu a porta e caminhou com uma pequena caixinha de papelão branca. O logo do Starbucks me fez revirar os olhos, eu sabia que ela iria comer todos eles bem na minha frente.

- Não gosto de nada que venha dessa porcaria. - Rejeitei assim que ela me ofereceu aquela palhaçada rosa cheia de granulados.


- Eu gosto. - As palavras sairam simples antes da mordida enorme que o donut levou.

Me encostei na cadeira sorrindo com a cena. Zoe estava linda. Era a grávida mais bonita que eu já tinha visto na vida e esperava um filho nosso. Pensar em estar formando uma família com ela era surreal, passei anos me perguntando se iria ter filhos com alguém até que chegou o momento de me tornar pai do filho da mulher da minha vida.

- Encarando minha boca? - Ela soltou um sorrisinho malicioso que me fez rir pelo nariz.


- Apenas lembrando que é a mesma boca que me chupa.


Seu sorriso malicioso morreu e ela pareceu se engasgar, tossindo compulsivamente. O cabelo liso foi para frente do seu rosto assim que ela se esticou para beber sei lá o quê que estivesse no copo de plástico. Dei um sorriso maldoso para ela quando a mesma pareceu se acalmar, ela ainda parecia uma menininha inocente nesses momentos.

- Não acredito que você falou isso no nosso trabalho. - Ela sussurrou como se alguém estivesse escutando atrás da porta.


- Ninguém tem absolutamente nada a ver com o fato de você ser uma mulher totalmente safada, só eu.

Provoquei, vendo-a revirar os olhos. Eu sabia que era extremamente idiota fazer brincadeiras desse tipo só para ver Zoe sem graça, mas não posso deixar antigos hábitos morrerem.

- A doutora Claire disse que nosso bebê é bastante saudável, mas só vamos poder descobrir o sexo no próximo mês. - Ela mudou de assunto, ignorando completamente meu deboche. - Você tinha que ouvir Oliver, o coração dele bate tão forte e...

- Você fez uma ultrassom? - A interrompi.


- Sim, era lá que eu estava. - Falou como se não fosse importante. - Ela disse que...


- Por quê diabos não me avisou que a primeira ultrassom do nosso filho era hoje?

Soube que tinha aumentado o tom de voz no momento em que seus olhos se esbugalharam, me fazendo soltar um suspiro de frustração.

- Você estava em reunião, uma das mulheres faltou e ela ligou para mim. Não achei que fosse se importar. - Zoe  tentou explicar.

- Não achou que fosse me importar em perder de ouvir o coração do meu filho bater? Que tipo de pai acha que quero ser?

Seu olhar foi em direção ao chão me fazendo suspirar em frustração. Eu não deveria estar gritando com ela, sei que estava sendo bastante difícil lidar com todas as coisas que tinha descoberto esse ano. Não deveria agir como a porra de um babaca quando ela me esquecia de avisar alguma coisa. Estar empolgada com o nosso filho já era um passo enorme, desde que descobrimos sobre o bebê, era a primeira vez que eu via alegria em seus olhos.

- Eu não devia ter gritado, sei que não se esqueceu de propósito. - me obriguei a falar.

Ela largou o segundo donut que tinha começado a comer e contornou a mesa, sentando em cima de mim e me abraçando com uma força surreal. Seu rosto foi de encontro com meu pescoço e ela fungou quando rodeei suas costas com meus braços. Essa era com certeza a melhor parte de ter uma mulher grávida emotiva em casa. Perdi as contas de quantas vezes Zoe se jogou em cima de mim na última semana, transamos todas as vezes em que ela quase chorou, e eu esperava muito que agora não fosse uma exceção. Não importava quanta raiva eu estivesse sentindo de ter perdido ao tão importante quanto isso, todo o sentimento  evapora assim que ela decide sentar em cima de mim.

- Desculpe. - Ela sussurrou enquanto me apertava ainda mais contra seu corpo. - Eu não quis te privar disso, você tem tanto direito quanto eu e só pensei em mim e na ansiedade que tinha de ouvir qualquer mínimo som do meu filho.


Senti lágrimas pingarem na minha blusa branca assim que comecei a afagar seu cabelo.

- Nós vamos ouvir outra vez mesmo, não é o fim do mundo. - Menti, eu estava puto para caralho.

Ela assentiu e fechou os olhos, se preparando para me usar de cama. Bufei internamente assim que sua respiração ficou mais calma, indicando que a mesma tinha dormido. O sexo que eu esperava não veio, mas a paz de ter as duas pessoas que eu mais amava na minha vida aqueceu meu coração.

- A gente vai ter que tentar entender a louca da sua mãe sempre bebê. - Sussurrei para a barriga antes de fechar os olhos, imitando Zoe no seu sono.







OI LINDAS E LINDOS. a grande maioria ja deve ter desistido do livro, maaaaaas VOLTEI! galera me perdoem de verdade. Faltam apenas 11 capitulos para o fim oficial de CE e demorei horrores para postar, alguem deveria me dar um tapa af



Obrigado a todos que gostam o suficiente para ir me perguntar sobre atualizações no chat ♡ achei fofo af

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