+16 | Flora Mendes foi um tipo de garota que enfrentou as frustrações da vida justamente quando tinha começado a viver. Os sonhos, as lembranças, as ideologias... tudo pelo o que tinha passado foi manchado pela falsa versão criada do amor. Ela era s...
"You make me feel little how you're looking at me And you can throw me shade, all it does is just cool me off" — The Beach, The Neighborhood.
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— E como ela sabia? — Brooke me pergunta na chamada de vídeo.
— Disse que ele confiou nela, que são mais do que amigos de banda... parece que só ela sabe! Provavelmente a relação deles é especial. — controlo a sensação esquisita que me aflige.
— Estou chocada, nunca imaginei! Essa menina me irrita tanto, consigo ouvir o tom sarcástico só com você explicando. Argh! — ela comenta revirando os olhos. — Sabia da fama de pegadores deles, mas não que isso rolasse entre os dois...
— Pois é, eu também não! Esperava mais do Collin, acho. — digo meio decepcionada.
— Esperava mais, é? Sei... por que será, senhorita Flora? Não acho que seja só pelo mau gosto...
— Ha ha, Brooke Stones! Muito engraçada. — faço cara feia, mas sou atraída por um sorriso.
Depois de algumas horas no notebook, faço algumas ligações envolvendo o evento da faculdade pra adiantar. Quero fazer direito já que estou na comissão, e algo me diz que será marcante!
Os dias vão passando assim, tranquilos e rápidos. Na escola, as crianças sempre ficavam me abraçando e eu ficava tão ocupada com todos os meus deveres que quando me dei conta, já era sexta!
Acabei me animando pra festa da praia, o clima está gostoso e a noite está muito bonita. Preciso distrair minha mente de uma forma divertida também. Combinei de encontrar Mia logo na entrada pra ser mais fácil, estou um pouco ansiosa na verdade mas não sei bem o porquê. Todo mundo vai estar lá. Quando chego na praia, vejo Mia acenando na porta. Ela está linda vestindo sua saia jeans e camisetinha de alcinha, toda delicada.
— Uau, que gata. "Hotter than hell", então? — brinca ela se referindo a minha camiseta. Não queria exagerar muito, então só fiz um pequeno nó nela para combinar com o short cintura alta. Acabei gostando do resultado.
— Olha quem fala garota, você está toda princesa! — rimos enquanto entrávamos.
A festa está animada e as pessoas dançam na areia com seus copos na mão como se não houvesse amanhã. Vários fios de luzes estão esticadas pela área deixando um aspecto bem praiano, claro. Tem algumas frutas frescas para petisco e bebidas estrangeiras. O cenário combina com a brisa leve da primavera. Encontramos um grupo conhecido da universidade e passamos horas batendo papo, me sinto mais alegre e solta devido o álcool. Mia desapereceu pra ficar com um cara e agora me encontro dançando radiante com as outras meninas. De repente, sinto braços fortes me apertarem. Outro bêbado me agarra contra minha vontade, qual é o problema desses caras? Tento sair mas seu corpo está pesado e quando me dou conta de que estamos perdendo o equilíbrio, o bêbado é puxado com força para trás sendo obrigado a me largar. Quando me viro quase perco o ar, vejo Collin o segurando pelo ombro e empurrando até uma mesa afastada.
— Olha cara, não sou de arrumar briga com quem não conheço, mas... — me encara por um segundo e continua, comprimindo os lábios — Mexer com uma mulher dessa maneira é um puta vacilo do caralho, e eu não costumo ter dó de sujeito sem noção e sem respeito. Então se eu fosse você, acalmaria os ânimos e daria o fora antes que sejamos obrigados a resolver o problema de uma outra maneira!
Como se fosse um aviso Divino, o cara se afasta em direção aos seus amigos quase pálidos ao observar a cena. Você deve estar igual, meu subconsciente me lembra. Collin olha para mim no mesmo instante e eu rezo para que não seja capaz de ouvir minha respiração de onde está. Vejo seus olhos descerem e então subirem lentamente me analisando de forma sútil, agora rezo para não ser possível escutar as batidas do meu coração... Ele é o primeiro a falar:
— Está tudo bem? — vem se aproximando me encarando da mesma maneira de sempre.
— S-sim, acho que está! Só foi um susto. — respondo ainda fascinada por seu olhar.
Ele segura minha mão como segurou na última festa, murmura que preciso tomar um ar e me leva num canto próximo a água. Sentamos na areia para observar as ondas, a música e as vozes já não são tão altas por conta da distância e a calmaria que sinto quando Collin me entrega um copo d'água é gigantesca. Respiro por uns minutos apenas apreciando a noite, até reparar que ele me observa intensamente...
— O que foi? — rio meio sem jeito o olhando nos olhos.
— Nada. — sorri me acompanhando — Está mais calma?
— Estou sim, obrigada! Não é a primeira vez que passo por isso, não sei porquê ainda me surpreendo. — digo com impaciência.
No entanto, ele não diz nada... o que é estranho, só fica em silêncio me observando. Viro e tento intimidá-lo do mesmo jeito. Ele é bom, muito bom no jogo e acabo perdendo quando começo a gargalhar.
— Isso não é justo! — digo corando por inteira.
— Você que não é. — fico sem entender a resposta, olho pra ele mas seu olhar já está na minha boca. Ele molha os lábios de uma forma quase imperceptível, mas eu reparo bem. Ele se aproxima lentamente... Eu preciso parar, eu preciso parar, eu preciso parar!
