Capítulo 23

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You should see me in a crown
Your silence is my favorite sound”
—you should see me in a crown,
Billie Eilish

“You should see me in a crownYour silence is my favorite sound”—you should see me in a crown, Billie Eilish

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    — Então vocês ficaram?

    — Sim e não. Não foi bem uma ficada, ele me levou de volta pra casa e como despedida acabamos trocando alguns beijos... — Brooke esclarece com um sorriso safado. — Foi muito bom ir com calma, sabe? Até pra ele ver que não sou as outras.

    — E como você tem tanta certeza que não é “as outras”? — pergunto tentando esconder o tom sarcástico. Broo me olha pensativa por um instante.

    — Não sei... simplesmente não quero ser. Tipo, quero que ele perceba que não pretendo ser só mais uma que ele sai, fica e larga, pensando que aquilo foi só pra satisfazer o ego de ambos.

    — Satisfazer o ego de ambos pela garota ter pegado o Jay, vocalista de uma banda, e ele por ajudar na sua reputação de pegador e desejado?

    — Sim! — ela me responde com toda a certeza do mundo. — Quero que ele me conheça e goste de mim, se acontecer, verá que eu sou diferente delas! Não ligo para o fato de ser conhecido e essas coisas... Não sou interesseira.

    — Entendi, mas e se ele gostar disso? Digo, se ele não quiser nada sério agora...

    — Eu perceberei, acho. Se eu ver que não está indo, simplesmente paro! — ela diz meio hesitante. Já sei que errei em plantar uma sementinha de dúvida. —Agora chega de falar de mim. Me fala sobre você.

    — Não tenho muito a dizer Broo... a única coisa que vem me preocupando é o meu pai, você viu como ele estava quando chegamos? — Brooke assente e segura minha mão, me passando segurança. Conto á minha melhor amiga cada detalhe de como ele começou a ficar mal a cada dia que passa. Também contei sobre o Nick e como ele piorou tudo, e assim nós rimos até conseguirmos dormir, xingando-o de muitos nomes.

(…)

    Hoje é o dia da tal festa da fraternidade, a qual todos vão menos eu. Brooke, que saiu bem cedo pra conseguir adiantar seus deveres e ficar livre mais tarde, não para de me mandar mensagem perguntando com que roupa deve ir. Depois de escolher o cropped amarelo bem vintage com o short cintura alta, ela agradece e insiste mais mil vezes pra ir também.
    Vou tomar um banho para deixar meu sábado gostoso. Eu esperei muito por hoje, o dia que eu poderei relaxar e assistir minhas séries sem ser interrompida ou perturbada. Saio do chuveiro e visto uma roupa confortável para deitar na minha cama e só levantar quando sentir fome.

    Depois de um tempo ouço a porta da frente abrindo e fechando logo em seguida, imagino ser meu pai já que ele saiu para comprar outros remédios para ele e para repor nossa caixa de medicamentos também.

    Assisto mais uns dois episódios e no meio do segundo minha barriga ronca implorando por comida. Desço para a cozinha mas me deparo com uma coisa... ou melhor, uma pessoa que acaba de estragar meu sábado com apenas duas palavras.

    — Oi morena. — Nick está sentado na poltrona assistindo futebol enquanto meu pai ronca no sofá. O garoto abre um sorriso me fazendo perder meus últimos neurônios.

    — O que faz aqui Nick? — o mesmo se levanta, desligando a TV. — Pra fora! Agora! — tento não gritar para não acordar meu pai.

    — Qual é Flora, eu só ajudei seu pai. Ah, ele tomou um calmante, provavelmente só acorda amanhã... a gente podia aproveitar isso, como nos velhos tempos. — ele sorri de um jeito sacana fazendo meu estômago revirar. Ele se aproxima cada vez mais, fazendo eu ir pra trás a cada centímetro avançado.

    — Ah! Você quer dizer os velhos tempos onde você fodia a Kate? — dou um sorriso sarcástico. — Ou os velhos tempos em que você dizia que me amava. Ah não, esses dois momentos foram ao mesmo tempo. — finjo uma risada com a mão na boca.

    — Ah vamos lá Flora! Esquece isso, eu amo você, já te disse. Sempre amei, sempre vou amar... não quer lembrar dos velhos tempos? Aqueles que quando seu pai e sua mãe saiam, deixando nós dois sozinhos... nossa! Eu sinto falta daquilo. Você sussurrando meu no... — ele para pelo estalo da minha mão em sua bochecha. Nick sorri de canto, respirando fundo antes de colocar os olhos em mim novamente.

    — Eu quero você fora! Fora daqui e fora da minha vida! E eu nunca, nunca mais quero lembrar desses momentos nojentos que tive com você. Qual é o seu problema? Entenda que você fodeu com tudo e agora não estamos mais juntos, nunca estaremos. — cuspo essas palavras e ele fecha a cara.

    — Não pareciam nojentos pelos sons que você fazia. E quer saber Flora? Eu não preciso de você pra me satisfazer... assim como quando a gente namorava. Já você... aposto que a última pessoa que transou fui eu. Se tem alguém necessitando desses "momentos nojentos" aqui, é você! — ele aponta o dedo, fazendo minha ira aumentar a cada segundo. Não sei porquê insiste em achar que tudo foi maravilhoso, nem transamos direito. Minha insegurança nesse assunto só crescia quando ele estava perto, por isso demorei tanto... Agora eu vejo o quão burra fui, ele nunca me apoiou, nunca fez eu me sentir bem de fato. Ficava ouvindo minhas amigas falarem, inclusive Kate, como se sentiam incríveis e como seus parceiros eram bons, mas a verdade é que eu nunca soube como é. Devia jogar isso na sua cara! — Eu vou embora, porque eu tenho uma vida e pretendo aproveitar cada minuto dela.

    Ele sai pela porta e só então eu percebo minha respiração irregular. Vejo meu pai dormindo que nem pedra no sofá e uma idéia me ocorre no calor do momento. Eu vou à festa, meu sábado já está arruinado mesmo. O que mais pode estragar?

    Corro para o quarto pensando nas palavras do Nick... Como pude namorar uma pessoa dessa por anos? Só de pensar que ele me parecia muito diferente meu estômago embrulha. É assustador quando amadurecemos e damos conta do verdadeiro papel de cada um em nossas vidas... Percebemos muitos “amigos” indo embora, e os quais você costumava idolatrar eram os mais perigosos! Depois desses ensinamos, precisei filtrar as pessoas em minha vida, por isso hoje tenho poucas presentes.
    Tudo o que me vem a cabeça é o Collin e como eu o desejo, pena que meu constante hábito de impedir as coisas se sobrepõe. Visto rapidamente um vestido vermelho com seus botões na frente e uma sapatilha, sem esquecer de passar perfume e um pouco de maquiagem antes de sair com o carro do papai. Sigo o endereço que Mia havia mandando no grupo das meninas e chego numa casa grande com música alta. Estou determinada a esquecer tudo hoje: Collin, Nick, meus problemas pessoais e o que mais me afligir.

Broken heartsWhere stories live. Discover now