Capítulo 33

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"Strolling so casually
We're different and the same"
—Rather Be, Clean Bandit

    Fiquei pensando o tempo todo sobre a última noite durante o banho, eu ainda não acredito no que fiz tampouco reconheço aquela Flora, mas não me arrependo de nada

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    Fiquei pensando o tempo todo sobre a última noite durante o banho, eu ainda não acredito no que fiz tampouco reconheço aquela Flora, mas não me arrependo de nada. Nós fomos maravilhosos... a cada segundo que passa confirmo isso! Não sei o que vai ser a partir de agora, e essa é a minha preocupação, não quero que seja passageiro mas também não quero um relacionamento sério, pelo menos oficializa-lo. Será que é difícil de entender?
    Me obrigo a parar um pouco de esquentar a cabeça e me arrumo pra encontrar Brooke; pela mensagem senti que não era algo tão bom... apesar de usar a desculpa da correria acadêmica durante o encerramento, reparei que ela já não estava muito bem, por isso estou preocupada!
    Visto um short jeans soltinho com uma blusinha azul, calço minhas alpargatas e saio de casa pra esperar o uber.

(...)

    Entro no Starbucks sentindo o cheiro maravilhoso do local, ainda bem que está mais sossegado por conta do horário. Avisto minha amiga sentada lendo seu livro numa mesa isolada e me aproximo.

    — Espero que você fale tudo que está te chateando, caso contrário não sairemos daqui!

    — Então é bom pedir bastante comida porque vai demorar. — ela brinca suspirando.

    — O que aconteceu?

    — Eu fui feita pra ficar sozinha.

    — Como assim?

    — O que quero dizer é que eu e Jay simplesmente não vai rolar. — responde com uma certa exaustão na voz. — Me enganei novamente achando que poderia ser ele mas não é... sinceramente? Eu sou bem trouxa por achar que ele, um vocalista gato de uma banda de sucesso na região, gostaria de sair da zona de conforto pra achar uma namorada.

    Observo seu sangue subir mostrando o quanto está ficando irritada em falar sobre o assunto, basicamente uma tentativa de pôr toda a sua angústia pra fora, por isso decido esperar e deixar sua raiva ser eliminada.

    — Tipo, o que eu tenho na cabeça pra ficar pensando nessas coisas? Faz sentido nenhum... você estava certa, você está sempre certa sobre essa bosta de amor. Essa versão que a gente idolatra é nada menos que uma falsidade das feias; o romance dos meus livros ou dos meus filmes não existem, meu Deus como eu sou idiota!

    — Brooke, não queria que você se revoltasse dessa maneira... — penso alto.

    — Hã, por que não? Acabei de confirmar a sua teoria, a qual eu sempre discordei.

    — Eu sei, poderia dizer que te avisei com o maior ar de triunfo se quisesse mas não me parece real. Você só está falando isso porque está puta da vida e desiludida, não acredita ainda! — respondo com calma. — Amiga... eu enxerguei essas coisas sozinha, tudo fruto da minha própria reflexão e escolha. No seu caso é o ódio agindo e eu entendo perfeitamente, afinal eu também tive esse momento.

    Ela fica perdida por um instante como se eu estivesse falando em japonês, sua expressão é de pura confusão... mais um motivo por não ter conseguido me entender direito.

    — O que quero dizer Broo, é que você é a pessoa mais positivista e apaixonada que eu conheço. Olha, por favor, só esqueça o Jay porque ele foi nada mais que só mais um na sua vida... tanto como você foi pra ele! — pronuncio essas palavras bem calma pra não causar um surto maior. — Volte pra sua realidade, faça coisas em que acredita, saia muito com geral e aproveite as férias comigo!

    — Por que não quer que eu acredite em você? — ela ainda está parada na mesma dúvida de antes, provavelmente não ligou pra nada do que eu disse.

    — Porque... — suspiro desviando o olhar. — Sei lá, não é questão de não querer amiga, não tem o que querer aqui... entende? Eu não falo essa "teoria" como se fosse vendê-la tampouco pra parecer descolada. Eu s-só não acredito no amor, sabe? Não é discutível nem contagioso.

    — Eu sei que não... Mas eu... e-eu estou chateada, decepcionada, triste e nervosa!

    — Ele te falou alguma coisa?

    — Não, eu falei na verdade. A gente estava ficando há algumas semanas... todo mundo sabia, e eu realmente achei que ele estava na vibe, só que do nada ele começou a ser grosso comigo algumas vezes, então a gente meio que discutia... é bizarro porque ainda não tínhamos nada muito sério muito menos esclarecido o nosso rolo. Eu já estava mal esses dias por conta desses acontecimentos não sabendo o que pensar sobre a gente, quando enfim decidi ter uma conversa... nem precisei...

    — Por que? O que deu errado? — pergunto franzindo a sobrancelha.

    — Simplesmente porque ele não se questionava sobre isso... simplesmente porque ele nunca levou a sério, mesmo pelo fato de ter ficado comigo um tempo e... óbvio, falado coisas que todos os garotos falam! — ela reprova com a cabeça rolando os olhos. — Quando fui falar alguma coisa, ele já estava com a língua na garganta de outra menina.

    — Desculpe por não ter te dado atenção... você está sempre comigo, enxerga quando estou mal e eu nem tive essa capacidade.

    Ela fica quieta guardando minhas palavras, o que acho uma atitude estranha mas quando decido perguntar somos interrompidas pelo garçom. Pedimos alguns baguetes, doces e dois sucos, a assim que ficamos sozinhas de novo, ela responde.

    — Não, tudo bem amiga. Na verdade eu não gosto de te incomodar com os meus problemas e eu também não queria ficar ouvindo o seu "te avisei"...

    — Tá vendo só, eu sabia que era a raiva falando mais alto... você não acredita em mim ainda! — damos risada quando ela bate no meu braço me mandando calar a boca.

    Mudamos de assunto pra se distrair um pouco enquanto a comida não chegava e acabamos nos atualizando sobre a vida alheia. Fofoca? Não, apenas comentários inocentes... afinal, quem nunca.

    — Sei que já faz uma semana mas como foi seu encontro com Collin?

    — Nossa... você quer que eu lembre daquele dia, Brooke Stones?

    — Até parece que você esqueceu de tudo, Flora Mendes.

    — Não, mas eu te conheço... você sempre quer detalhes e eu não sou nem um pouco boa com isso!

    — Então me conte como você sempre faz... — Broo fala ironicamente.

    — Na verdade, tenho uma coisa melhor pra falar sobre ontem! — paro escondendo um sorriso quando somos interrompidas novamente pelo garçom que traz nossos lanches. — Então, como ia dizendo...

    — Fala logo, menina!

    — Rolou!! — ela me encara confusa. — Eu e Collin. Ontem. Minha casa. Sozinhos. Hm, que gostoso...

    — MENTIRA. — ela ri toda feliz. — Desse eu quero detalhes e nem adianta fugir!

    — Ai meu Deus, estou ferrada!

    Passo minha tarde inteira ali, contando como foi a melhor noite da minha vida pra minha melhor amiga. Agora posso pensar com clareza e percebo o quanto eu era caloura no assunto... Collin está sempre me marcando de alguma maneira.


   

Broken heartsOù les histoires vivent. Découvrez maintenant