Capítulo 29

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"The way you got me under your spell
Don't you keep it all to yourself"
—Touch, Little Mix

"The way you got me under your spellDon't you keep it all to yourself"—Touch, Little Mix

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    No dia seguinte, acordo mais cedo e capricho no banho... não tenho um motivo especial para isso, apenas acordei mais inspirada. Visto uma calça branca juntamente com uma camisa social de botões com leve aspecto jeans; não é uma roupa muito calorenta nem muito friorenta para o clima que está. Apesar de estar mais agradável, o verão só chega no final de Junho, por isso o meio termo.

    Desço para tomar café e encontro meu pai atento mexendo no notebook, estranho!

    — Bom dia Sr. Mendes, o que está fazendo?

    — Bom dia filha! — ele inclina a bochecha recebendo meu beijo. — estou trocando e-mails com aquela empresa a qual fiz entrevista esses dias... acho que consegui, porém precisarei trabalhar nas férias de verão!

    — Poxa papai, bem agora que estão próximas! — digo murchando. — Terei recesso logo, logo. Planejei tantas coisas para nós.

    — Eu sei, querida! Infelizmente não tem o que fazer, não aguento mais ficar sozinho nessa casa enquanto está trabalhando. Preciso desse emprego, não vou ficar longe também, voltarei pra cá todos os dias! Você pode ir pra praia como sempre faz, ir em festas e aproveitar com os amigos...

    — Queria poder ficar com o senhor mais vezes. Sei que não tive muito tempo esse semestre!

    — Está tudo bem filha, ainda temos muitas coisas pra fazer! — ele sorri segurando a minha mão.

    Passamos um tempo conversando e terminando de comer. Percebo que estou me atrasando ao reparar no horário, recolho minhas coisas rapidamente antes de sair.

    — Posso usar o carro hoje né?

    — Pode sim, não vou precisar. Beijos querida, boa aula! — papai responde enquanto saio pela porta me despedindo.

    Fico só alguns minutos batendo papo com as meninas... isso acabou virando rotina, posso dizer que é um dos momentos mais distraídos que tenho no dia, por isso adoro.
    Chegamos num período que não sei se agradeço ou choro. Quero dizer, agradecer pelo fato dessa loucura acadêmica estar acabando ou chorar pelo tanto de provas que marcam nessas duas semanas, as quais equivalem praticamente o ano levito inteiro. É um saco...
   
    — Miga, me responde uma coisa... — Mia chama minha atenção durante a atividade em dupla que estamos fazendo. — Tudo bem pra você se eu ficar com o Nathan, tipo, ficaria chateada?

    — Nathan, quem? — a olho franzindo a testa. Ela bebeu?

    — Hmm... ele. — aponta para janela. Viro e reparo um grupo de meninos rindo do lado de fora. — O alto com camiseta branca, corpo escultural, cor de pele do pecado!

    Fico um tempo observando o rapaz. Ele me parece familiar... digo, já devo ter visto perambulando pelos câmpus, mas sinto que é algo maior que isso.

    — Olha, ele não me é estranho...

    — Meu Deus Flora, realmente pegou e passou para o lado! — ela comenta rindo. — Ele me contou que vocês ficaram na festa da fraternidade. Eu nem sabia, sério... comecei a me interessar agora. Quando me arrisquei, acabei sendo reconhecida como sua amiga.

    — Mentira! — ouço uns "shh" se propagarem pela sala, tampo a boca com a mão arregalando os olhos em direção à Mia. — Não acredito que é aquele moreno... eu sei que eu estava bem bêbada, mas não acredito que não reparei.

    — Vish, se estava tão louca assim, com certeza à noite rendeu de alguma outra maneira. — reviro os olhos balançando a cabeça negativamente disfarçando. Ela não precisa saber de todos os detalhes não é mesmo?

    — Ai amiga, fica tranquila e se joga! Foi apenas o resultado do álcool agindo. — lhe garanto deixando-a incrivelmente alegre.

    — Era o que eu precisava depois de ser chamada de "amiga da Flora" — ela brinca com os dedos.

    — Não sei porque ele comentou isso, foi uma coisa tão rápida e sem sentido.

    Até me sinto meio ridícula por usar alguém e admitir isso sem remorço, mas o que posso fazer? A gente não consegue controlar as ações do coração...

    — Eu estava carente Mia, às vezes isso junta com outras coisas que acabam me ganhando — continuo fingindo inocência — Sabe como é...

    — Sei sim Flora Mendes, pior que sei! — ela ri me empurrando com o ombro — Te conheço querida, você não me engana. Mas tudo bem, fico mais aliviada em saber que realmente não significou nada pra você!

    — Okay, agora fique quieta senão vamos tirar zero nesse negócio! — rio junto querendo esquecer esse assunto

(...)

    O sinal toca despertando todo mundo da aula mais sonífera que tem. Agilizo a arrumação querendo sair logo do prédio e encontro Brooke sozinha na área externa encarando seu celular meio inexpressiva. Minha melhor amiga assim é algo estranho de ser ver, por isso fico em alerta rapidamente.

    — O que houve e quem eu terei que matar?

    — Hã? Ah... nada, aconteceu nada. Apenas o mesmo de sempre, só estou vadiando pela internet. — diz com uma certa hesitação.

    — Tem certeza, Broo?

    — Sim, sim! Sei lá, essa correria está me desgastando pra caramba... só isso. Ainda bem que está terminando. — responde alisando o rosto um pouco abatido. — Mas e aí, quero saber do encontro viu mocinha! Pode me ligar quando chegar em casa mais tarde, sem desculpas.

    — Hmm, não sei não... — brinco lhe ajudando a mudar o clima.

    — É o que dona Flora? — reage incrédula — Se for assim... Pode deixar que não terá mais meus carinhos no seu cabelo, tá okay?

    — Ah não! Isso é golpe baixo amiga, eu amo que mexem no meu cabelo!

    — Uau, eu nem fazia ideia...

    — Idiota! — dou risada da nossa provocação — Te conto quando chegar, se eu lembrar na verdade.

    — Você vai, pode ter certeza!

    Assinto e nos despedimos para irmos ao trabalho. Ando até o carro, estacionado mais longe hoje, destravo a porta e me aproximo calmamente para abri-la... mas antes de entrar sou surpreendida por duas mãos cobrindo meus olhos. Não preciso de muito pra adivinhar.

    — Quem será? — pergunto.

    — Uma pessoa que você gosta muito!

    E é claro que eu já sei de quem se trata. Ultimamente só tem uma pessoa responsável pelos meus pensamentos ou até mesmo participando da minha vida.

    — Ah, então provavelmente é um surfista muito gostoso... — brinco com a intenção de provoca-lo e ele ri.

    — Um guitarrista gostoso serve? — Collin retira suas mãos fazendo-me virar para admira-lo. Envolvo seu pescoço com meus braços sorrindo.

    — Acho que dá para o gasto. — me inclino lhe dando dois selinhos, mas não parece suficiente — ainda bem — então, nos pressionando contra a lateral do carro, ele aperta minha cintura e une nossos lábios de uma forma muito mais quente.

    Como se o contato fizesse esquecermos completamente do mundo, ficamos nos explorando durante bons instantes.
    Acho que já chega de fugir...

  

Broken heartsOnde histórias criam vida. Descubra agora