+16 | Flora Mendes foi um tipo de garota que enfrentou as frustrações da vida justamente quando tinha começado a viver. Os sonhos, as lembranças, as ideologias... tudo pelo o que tinha passado foi manchado pela falsa versão criada do amor. Ela era s...
"I'm just trying to remember how it feels to have a heartbeat" —Two Ghosts, Harry Styles
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Collin estaciona o carro assim que chegamos ao DearDark, já estava de noite e as letras néon da entrada contrastavam com a escuridão da rua, deixando-o chamativo.
— Já está virando rotina você vir me ver tocar. — Collin fala enquanto entramos no estabelecimento.
— Se você quiser eu posso parar de vir, Pop Star. — brinco com ele fazendo-o sorrir instantaneamente.
— Faz isso e eu faço os meninos irem comigo tocar na janela da sua casa. — eu dou risada e ele me acompanha. Vamos até onde o resto da banda se encontra e eu me abraço, sentindo-me meio excluída naquele meio. Cumprimento Jay e Toby com Collin ao meu lado, enquanto Jasmine está sentada nos degraus para subir para o palco.
— Eai Jasmine... — Collin sorri de lado para a morena que apenas revira os olhos e solta:
— Eai... bem, está na hora de começarmos. — ela fala mais com Jay e Toby do que com o guitarrista. Os meninos pegam seus instrumentos e sobem nos deixando sozinhos por um instante.
— Ainda está brigado com a Jasmine? — pergunto com o peso da culpa.
— Mais ou menos... a gente se estranha a todo momento mas nos conhecemos há tempos, uma hora ou outra volta ao normal. — ele dá um sorriso torto.
— Para de namorar e vem tocar, Evans! — Jay volta para pegar o microfone e repreende o amigo, recebendo um "cala a boca" do mesmo. Eu abro um sorriso me lembrando de Brooke... como será que vão as coisas entre ela e o Jay? Meus pensamentos são interrompidos quando Collin me beija de surpresa, um beijo quente mas curto.
— Pra dar sorte. — ele sorri ao partir o beijo e sobe para o palco.
Vou até uma cadeira que dá visão completa do bar e me sento, ainda com uma certa alegria no rosto. Ouço risadas e sussurros ao meu lado e me viro pegando uma ruiva desconhecida e a loira que acariciava Collin no outro dia me olhando com deboche, apenas ignoro assim que ouço a voz do Jay preencher o lugar.
(...)
Collin vem até mim assim que o show acaba, passando uma toalha no rosto úmido de suor.
— Eai... você gostou? — ele pergunta sentando-se ao meu lado.
— Eu até que gostei... mas o guitarrista desafinou um pouco. — ele parece surpreso e eu penso se ele realmente levou isso a sério. — Eu estou brincando — caio na risada de seu semblante sério e preocupado.
— Acho que eu estou muito cansado mesmo pra não perceber essa ironia. Até parece que eu tocaria desafinado — convencido. — Se bem que se você estivesse lá na frente com esse decote... eu bem que erraria algumas notas sim. — comenta olhando mais em baixo me fazendo acompanha-lo, não me lembro de estar usando um tão chamativo e coloco as mãos para tampar impulsivamente. — Eu estou brincando, Prô Flora. — ele ri me fazendo relaxar. — Ou será que não estou? — ele arqueia uma sobrancelha enquanto me apresso pra dar um tapa em seu ombro.
— Tive que arrumar toda a decoração da festinha da Alyssa hoje de manhã... mas se você quiser a gente pode ficar mais.
— Também estou a fim de ir, já passa de uma da madrugada. — respondo pegando minha bolsa.
— Vai indo na frente, vou falar com o Jay e já te encontro. — ele sorri carinhoso e some da minha visão. Saio do DearDark procurando meu celular quando um homem esbarra em mim enquanto voltava ao bar, fazendo minha bolsa cair e espalhar minhas coisas no chão da calçada.
— Merda! — xingo sozinha quando me abaixo para recolher minhas coisas sob a luz néon fraca. Depois de alguns minutos Collin chega perguntando o que havia conseguido assim que pego o último objeto caído, explico fazendo pouco caso e logo nos adiantamos pra ir embora. Ele me leva até em casa, sem parar de se gabar de quem está de carona agora sou eu, o que me faz rir.
— Entregue senhorita. — ele fala parando o carro quando chegamos, mas eu quase nem percebo por conta da busca que estou fazendo pela minha chave dentro da bolsa. — Algum problema?
— Droga! — ele me olha um pouco confuso. — Eu acho que perdi minhas chaves... quando a minha bolsa caiu. Como eu vou entrar agora? Meu pai não está em casa. — Fecho os olhos decepcionada comigo mesma mas os abro assim que uma lembrança me vêm a cabeça. — A janela! — sorrio abertamente fazendo Collin me olhar estranhando. — No meu quarto tem uma janela grande que Nick sempre... — mordo a língua me repreendendo, achando mais uma coisa que Nick estragou em minhas lembranças, porém o sentimento ruim passa quando sinto a mão quente do Collin na minha.
— Bem, vamos ver se conseguimos entrar por essa janela... se não der, você pode dormir na minha casa. — ele fala me confortando. — Sem segundas intenções, claro... a menos que queira. — seu comentário novamente consegue tirar um sorriso meu e nós saímos do carro indo até a lateral da casa com acesso a meu quarto.
— E então, como o idiota subia...? — penso comigo mesma olhando a parede durante alguns minutos até me dar conta de que ele havia saído dali. — Collin?
— Acho que usava essa escada. — ele surge detrás do muro segurando o ferro enferrujado. — Não me parece muito seguro, quer que eu suba primeiro? Na verdade... você está de vestido né, primeiro as damas! — ele sorri safado me fazendo rir. — Se você cair eu vou estar aqui pra te segurar.
— Você é um pervertido, Collin Evans. — me seguro e subo até a janela, dando graças a Deus por não tê-la trancado essa manhã. Meu ajudante sobe logo atrás sem deixar de fazer piadinhas. Já dentro do quarto, solto minha bolsa na mesinha e me sento na cama, cansada.
— Então... — começa a falar enquanto tranca tudo. — Já que está sã e salva, vou indo. Melhor guardar a escada também, não quero prejudicar mais ainda sua segurança. — Collin esfrega o pescoço se aproximando de mim para se despedir. Um frio me percorre na ponta do estômago fazendo-me repensar se é realmente isso que quero. E meu coração acaba falando mais rápido que minha razão.
— Pensei que você fosse ficar... — reparo por um instante se não pareço desesperada demais mas esse pensamento me foge assim que ele abre o mais lindo sorriso.
— Você quer que eu fique? — ele me provoca chegando mais perto, misturando nossas respirações. Meus olhos revezam entre seus olhos brilhantes e seus lábios secos, que se tornam molhados e rosados ao serem umedecidos, me fazendo avançar ali mesmo.
— O que você acha? — parto o beijo carregando uma expressão maliciosa e ele sorri mais ainda, me deitando na cama.
Nunca pensei estar preparada de fato para esse momento. Não é nada muito novo pra mim apesar das circunstâncias... passei tanto tempo fugindo de cada oportunidade que até me sinto a adolescente inexperiente de alguns anos atrás. Eu não faço isso com frequência, não faço com pessoas diferentes tampouco com pessoas certas. Por isso a cada avanço meu nervosismo me consome!