13º Capítulo

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Duas semanas haviam se passado, Sophia pensou no que iria fazer, se iria ficar quieta em seu canto, ou apenas elaborar alguma coisa. Se arrumou em frente ao espelho, seus clientes voltaram á procurar, seguiu a vida, ganhando os presentes e luxos dos velhos cobiçados na cidade.

Durante o dia mandou mensagens á Aline que respondeu, rapidamente. Combinaram outro café, no mesmo local, Sophia queria vê-la, mas não contar que estava saindo com seu marido. Isso seria morte na certa.

— Encontro? — Carlie apareceu, estava doente. Tinha uma xícara de chá nas mãos.

— Sim, não posso perder. — Passou o batom escuro. — Amanhã irei sair cedo, passear com uma amiga.

— Estou com ciúmes. — A loira riu.

— Não fique, eu trarei donuts com recheio de caramelo para você. — Beijou o topo da cabeça de Carlie. — Fique bem, tome todos os remédios.

— Ok, mamãe. — Revirou os olhos. — Bom trabalho!

— Obrigada. — E assim Sophia saiu, indo ao encontro com seus clientes.

O dia seguinte lhe veio, e lá estava ela, se arrumando novamente em frente ao espelho. Optou por usar um óculos escuro, ainda não tinha se recuperado das garrafas de vinho na noite anterior, tudo para agradar seu cliente. Saiu do apartamento e foi até o café central, que combinou com Aline no dia anterior. Por incrível que pareça, estava com saudade, era uma boa amiga, não queria distanciar, e ficava triste de ver ela naquelas condições, com um marido que não a amava de verdade.

— Sophia. — Abraçou a loira. — Que bom que nos encontramos. — Sentaram as duas em casa cadeira.

— Digo o mesmo. Sinto muito por aquele dia, meu avô se recuperou rápido. Já está em casa!

— Eu fico mais calma, iria te ligar mas... Eu e Micael acabamos brigando, você viu o que ele é, ali.

— Eu vi sim, mas não se incomode. — Sentia raiva só em tocar no nome de Micael. — E enquanto á você? Está bem?

— Estou sim, fiquei triste pelo nosso jantar.

— Terá outras oportunidades.

— Creio que sim. — Pegou o cardápio. — Um cappuccino?

— Ah, hoje irei de chá, estou com um pouco de dor. — Esperou o garçom se aproximar. — Bom dia, eu quero um chá com rodelas de limão e algumas bolachas para acompanhar. — O garçom anotou o pedido. — Aline?

— Eu vou querer um cappuccino, com creme. — Sorriu. — Obrigada.

— Volto em instantes. — Silabou o garçom e saiu da vista das duas.

— Aline, eu gostaria de ter perguntar uma coisa. — Sophia mexeu em seus cabelos. — Espero que não se incomode.

— Claro que não, pode me dizer.

— O seu marido lhe trata assim todos os dias?

Aline ficou quieta, não tinha o que esconder. Sophia era sua amiga.

— Sim, todos os dias. Micael é um enigma. — Encarou as unhas. — Não somos um casal normal, só estamos por... Mídia, acredito eu.

— Por que acha isso?

— É só similar. — Pausou. — Não saímos, não temos carinho, não fazemos sexo, não temos nenhum vínculo a não ser o apartamento. Ele briga todo o tempo comigo, me proíbe de fazer coisas, mas eu, sempre tenho que aceitar as coisas que ele quer.

— E por que você aceita?

— Porque eu o amo. — Disse, sincera.

Aquilo doeu em Sophia, a amiga não precisava dele. Era linda, tinha um corpo belíssimo e estava presa á um cara que não a queria.

— Tem certeza que o ama? Essas pessoas só fazem da gente um meio de... Capacho, se é que me entende.

— Acredito que ele se estresse comigo por conta da empresa.

— E você ainda deixa?

— Eu não tenho o que dizer, é só aceitar. — Os pedidos chegaram.

— Precisa parar de ser assim, tenha voz ativa com ele!

— Seria um erro.

— Se fosse comigo, não seria. Clark era do mesmo jeito. — Bebeu um pouco do chá. — Comecei a ganhar iniciativa, e ganhei a minha guerra.

— Também vivia em guerra com Clark?

— Todo o momento, estávamos em guerra. — Riu leve contando mentiras á Aline. — Mas consegui me resolver, dentro do meu relacionamento. E veja só, estamos nos dando super bem.

— Então seria uma ótima inciativa, quando ele voltar.

— Como assim? — Sophia franziu o cenho.

— Micael está em viagem, uma reunião de negócios. Você pode ficar comigo, me sinto sozinha em casa. — Ótimo. — Podemos fazer o nosso jantar e elaborar um programa de meninas.

— Como nos velhos tempos? — As duas riram.

— Sim, como nos velhos tempos. — Aline bebeu seu cappuccino.

Ela queria contar a Sophia que Micael proibiu da mesma ir em sua casa, decidiu deixar quieto, não daria mais corta na briga. Combinaram as duas, enquanto tomavam seus cafés que iriam se encontrar, no apartamento de Aline. Sophia passaria a noite com a mesma.

Perfume de Mulher - MiniFic Where stories live. Discover now