19º Capítulo

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Dois dias se passaram desde que a briga com Micael foi em vão. Aline estava pronta para partir com Sophia, saíram na madruga e Micael nem discutiu, não foi levar a esposa até o aeroporto, ela tinha decidido que queria ver a sua mãe, e ele, estava a prendendo, não achava certo.

O destino foi entre duas semanas, de puro amor, sexo, conversas e histórias interligadas com Micael, o que Aline contava para Sophia era um prato feito, ele iria comer em suas mãos. As duas passearam até não quererem mais, conheceram pontos turísticos e aproveitaram para fazer suas loucuras, fora do hotel.

— Ele desconfia de que estamos aqui?

— Ele está achando que eu tenho alguém, mas não tem o por quê disso. — Aline caminhou junta com Sophia, de mãos dadas.

— Na verdade, você tem alguém. — Sorriram.

— Eu gostaria de te agradecer, por essa viagem. Estou me abrindo em relação á Micael, criando coragem para falar o que sinto.

— É bom nos abrirmos às vezes, nossa mente fica... Elevada. Até demais.

Dedam um beijo demorado.

— Gosto de você.

— Eu também gosto de você. — Mexeu nos cabelos de Aline. — Que tal voltarmos ao hotel? Eu preciso te satisfazer. — A morena riu.

— Eu vou me acabar desse jeito, com esse sexo selvagem que você me proporciona.

Sophia gargalhou.

— A semana passou tão rápida. — Voltaram para o hotel, não ficava longe dali.

— Eu quem o diga. Daqui a pouco estou escutando as reclamações de Micael, em minha cabeça.

— Ele deveria te deixar, se fosse eu, já teria me cansado.

— Pior é que não nos cansamos. E sabe de uma coisa? Micael é fiel a mim, isso posso te garantir. — Sophia observou Aline dizer confiante.

Micael não era fiel, nunca foi fiel. Por tudo que já lhe contaram, ele deve ter tido várias em sua cama, ou até mesmo em seu flat, uma coisa ele não era: fiel.

— Você tem confiança nele?

— Eu tenho. É por isso que ele me protege tanto, ele tem medo que eu faça alguma coisa, ou que alguém me conquiste. Ele tem medo.

— E se você deixá-lo?

— Acho que ele não conseguiria viver sem mim. — Aline respirou fundo.

— Espero que nossa proximidade, te ajude a conquistar o que quer.

— O que eu quero, ele não irá me dar.

— E o que você quer? — Pararam de caminhar, se encararam.

Aline achou um modo de dizer.

— Gostaria de ter um filho com Micael.

— E por que não teve até agora?

— Porque ele não quer, quando iniciamos essa conversa, sempre acaba em briga. — Suspirou.

— Ele não gosta de crianças?

— Nem um pouco, e também, não quer ter uma família. Todos os seus amigos têm uma família, menos Micael.

— E isso te deixa arrasada, não é?

— Demais. — Pausou. — O único sonho que eu não posso comprar.

Aline tinha razão, do que adiantava ser bilionário e não poder ter a melhor coisa da vida? Filhos. Ela pensava que, com Micael sendo pai, sua vida mudaria totalmente. Ele seria maleável, comunicativo e não ficaria de cara amarrada o tempo todo, lhe trataria bem e ficaria com o bom humor quase todos os dias. Era por isso que gostaria de ter uma família, junto com a pessoa que mais amava.

Sophia abraçou Aline que agradeceu, gostava da loira, estava ajudando no que podia, criando atitude para encarar Micael.

Voltaram para hotel, descansaram. Teriam que pegar o voo para suas respectivas casas.

Micael não ficou em seu apartamento durante esse tempo, achou um chalé para trabalhar sozinho, alugou na semana e sumiu da cidade. Precisava de paz, sem mulheres, sem Aline enchendo seu saco. Sabia o dia que ela voltaria, decidiu entregar o chalé á noite, pegando estrada na madrugada e voltando para cidade.

E assim fez, cronometrou as horas do voo e quando o relógio lhe indicou meia-noite, ele entregou o chalé, mandando mensagens para o dono. Estava tudo planejado quando Aline voltasse, deixou uma carta dizendo que estava fora da cidade, em trabalho. Dirigiu com sua Land Rover, pegando a rodovia principal, com sua música calma ecoando pelo veículo. Uma grande paz!

Agradeceu por ter feito uma boa viagem, estacionou a Land Rover em sua garagem, tirou sua mala e pegou o elevador, indo até sua porta.

O apartamento estava intacto, viu as diversas malas de Aline ao lado da escada, bufou, não tinha a capacidade de levá-las até o quarto. Subiu, em silêncio, queria não brigar com ela, começar outra briga, mas gostaria de saber como tinha sido a viagem para Washington. Procurou Aline pelo quarto.

Escutou um barulho vindo de sua cama, andou mais um pouco, sua mente rodeou e gostaria de saber quem estava na cama. O monte nu de mulheres arregalou os olhos de Micael, ele sabia de quem era aquele corpo, os dois. Sophia encontrava-se transando com Aline, no momento. As duas em alguma posição delicada, mantendo os dedos fixos em suas intimidades, e os gemidos manhosos ecoavam, junto com risadas.

Ele ficou ali, parado, como uma estátua. Decifrando a pessoa que estava junto com Aline, e ele já sabia. Seu sangue ferveu, as mãos tremularam, era como desafia-lo, e quem fazia isso, com certeza não tinha amor á vida.

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