16º Capítulo

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— Onde passou a noite? — Carlie tinha um rosto preocupado, esperou Sophia passar pela porta.

— Com um cliente.

— Mentira! Eu liguei diversas vezes e você não atendeu. — Estava brava.

— Carlie, por que não se arruma para trabalhar? Está um dia lindo lá fora, pode arranjar alguns clientes no Society.

— Eu não gosto de boleros e muito menos uísques de segunda linha. Quero saber onde você estava! — Bateu os pés, Sophia não iria responder.

— Eu estava ocupada, e exijo um pouco de respeito. Não lhe devo satisfações.

— Clark passou aqui, perguntou de você, eu disse que estava longe, passou a noite fora. — Perseguiu Sophia até á cozinha. — Onde está se metendo?

— Céus, me deixe em paz! — Irritou-se. — O que estava fazendo ou que eu faço não dirige a sua opinião. Para o inferno você e essa sua cisma de mãe protetora, eu resolvo os meus problemas. Sozinha. — Tinha um copo de água nas mãos, andou até o quarto, fechou as janelas que Carlie tinha aberto. Desamarrou a cama e despiu-se, precisava dormir, sem ter olhos milionários e presenças bilionárias tirando seu sono.

Vinte e quatro horas depois e Micael já estava pronto para fazer o checkout do hotel, deu uma última conferida em sua mala, mandou mensagens á Aline e esperou que ela respondesse. Ela não tinha respondido sua ligação no dia anterior, o que deixou ele preocupado. Pediu o motorista que levou até o aeroporto, mostrou suas passagens de primeira classe e esperou até chegar em sua cidade natal, chegaria cansado e possesso, como sempre.

Aline também o esperava, preparou carne ao molho grego, com salada de picles e uma pequena sobremesa com granolas. Decidiu jantar sozinha, acompanhada de um bom vinho, encarou a vista de sua janela, incrível. Estava á vontade, usava uma camisola de seda, optou por ficar descalça e os cabelos, amarrados em um coque frouxo. Tinha os pés juntos enquanto sentava na cadeira, esperando pelo marido.

A porta da frente sondou um barulho e logo a silhueta de Micael apareceu, deixou as malas ao lado da escada e foi á procura de Aline.

— Por que não atendeu as minhas ligações? — Tinha o semblante bravo.

— Estava ocupada. — Bebeu seu vinho. — Como foi de viagem?

— Por que não atendeu as minhas ligações? — Perguntou novamente, cerrou os punhos.

— Eu estava ocupada. — Largou a taça na mesa. — Eu preparei o jantar, fiz uma sobremesa. Está com fome? — Saiu da cadeira, andou para trás do balcão.

— Você está estranha!

— Não estou. — Deixou os pratos na lava louças. — Só estava esperando você chegar.

Micael viu a curvatura da esposa, quando abaixou o corpo para colocar os pratos na lava louças. Sentiu um pequeno volume dentro da calça social, a bunda de Aline pareceu ganhar vida naquele pedaço de pano importado.

— O que fez nesses últimos dias? — Queria de todo o jeito saber.

— Fiquei sozinha, esperando por você. — Foi de encontro ao marido.

— Está brava por sua amiga?

— Não toque nesse assunto, eu devo tomar minhas decisões agora. — Pousou as mãos no ombro de Micael.

— Decisões? O que está querendo dizer?

— Nada. — Beijou os lábios de Micael, calmamente. Deu mordidas certeiras no beiço.

— Onde aprendeu isso? Você não estava assim. — Sussurrou.

— Estou com saudade do meu marido. E quero desejá-lo, hoje. — Voltou a beija-lo. Micael estranhou o comportamento insano de Aline.

Levou a esposa no colo, subiram as escadas, entre beijos calorosos. Com sua força, Aline empurrou Micael que caiu sentado na cama, retirou a camisola em que usava revelando seus seios, deslizou a calcinha e engatinhou até o marido, que franziu o cenho. Aquela não era a sua mulher.

— Quero tomar conta da situação. — Tinha sido uma ordem. Micael recebeu uma ordem e não tinha palavras para desfazer, estava mudo. Odiava receber ordens, mas a única coisa que fez foi retirar sua camisa social, desabotoando botão por botão, em seguida a calça social, junto com sua boxer. Esperou Aline que montou em cima de si, as pernas em cada lado do corpo, apoiou as mãos no peitoral definido do marido e se pôs a cavalgar, lentamente.

— Você pode. — Disse ofegante. — Colocar os dedos... Aqui. — Segurou na mão de Micael, levou até sua intimidade, que estava quente. O homem se assustou, onde tinha ganhado isso? Queria a sua mulher novamente, aquela Aline era uma fantasia. E ele estava assustado, sua reação era de susto.

Alisou, com a ponta dos dedos, a intimidade de Aline, e fez a esposa se contorcer diante das cavalgadas. O sexo não iria durar por muito estava, Aline estava ofegante demais, relaxada demais, era um medo á Micael que demoraria para chegar em seu ápice. Ajudou Aline cavalgar, rápido, semicerrou os olhos e gemeu algo, baixinho, nem ela conseguiu ouvir, e em instantes, estavam gemendo, soltando seu êxtase, juntos. Recebeu o corpo da esposa em cima do seu, alisou as costas nuas de Aline.

— Tem certeza que ficou em casa durante esses dias?

— Para onde mais eu iria?

— Não sei. — Estava desconfiado.

— Faz quanto tempo que não transávamos assim? Uns cinco anos? — Aline achou graça, encarou Micael.

— Muito tempo. Você conseguiu me impressionar. — A esposa riu. — Por que ri?

— Porque você acha que sou boba.

— Não acho.

— Ótimo. — Pausou. — Será que dá para você ser romântico, uma vez na vida? E tirar essa cara de empresário bravo, eu odeio isso. — Encarou novamente o marido que cerrou os olhos, não tinha o que fazer.

Respirou fundo.

— Está bem. — Deu um sorriso. — Bom para você?

— Assim está bem melhor. — Sorriram.

— Eu vou tomar um banho, quero comer. Estou faminto. — Deu um beijo demorado na esposa e saiu da cama, caminhando até a suíte.

Entrou no box, abriu as torneiras e buscou por seu sabonete líquido, acompanhado da espuma de barbear. Teve a lata na mão e viu que estava vazia.

Franziu o cenho, não era tão esquecido. Ele tinha deixado um pouco quando viajou, não podia ser.

Decidiu perguntar para Aline mas deixou quieto, não adiantaria em nada. Apenas voltou a tomar seu banho, com a questão de sua espuma de barbear estar totalmente acabada.

Enrolou-se na toalha felpuda, andou até o closet e abriu sua gaveta, tinha cuecas contadas certinhas, na mesma posição. Seu olhar se chocou contra uma parte vazia, estava faltando cuecas.

Pela matemática exata de Micael, alguém esteve ali. Um homem, que usou sua espuma de barbear e ainda por cima levou uma de suas cuecas. Caçou algo a mais nos armários e viu que uma gravata sua estava faltando.

Bingo! Um homem esteve ali, e dormiu com Aline. Por isso seu comportamento.

Mas qual homem? Aline era tola, nunca trairia Micael, ao contrário dele, que traiu ela quase a vida inteira. Balançou a cabeça, iria perguntar á ela em outra ocasião, só não sabia quando.

Perfume de Mulher - MiniFic Où les histoires vivent. Découvrez maintenant