— Posso entrar? — Sophia observou Carlie que estava um pouco magra, a morena assentiu fazendo com que a amiga entrasse no antigo apartamento. Sentiu saudade! — Desculpe minha cara a tapa, eu precisava falar com você.
— Ok. — Carlie cruzou os braços. — Quer um café? Consegui comprar uma cafeteira.
— Eu não quero nada. Obrigada! — Sentou-se no sofá, Carlie foi em seguida. — Acho que você já deve ter...
— Saiu em todos os jornais. — Cerrou os olhos. — Você tem algo a ver com esse falecimento de Aline?
— Claro que não! Acha que eu mataria alguém?
— Você se arriscou demais nessa família, estava com medo disso acontecer.
— Foi um caos total, preciso te contar tudo. — Sophia preparou-se ao falar. — Estávamos em um relacionamento à três, como um manage de sensações. — Estava lembrando. — Eu estava tendo um caso com Aline e estávamos bem próximas mesmo, como um casal.
— Você estava namorando Aline?
— Sim, deixe-me terminar. — Respirou fundo. — Eu ajudei Aline a conquistar tudo o que ela queria, inseminei um filho de Micael nela, ela me disse que contaria para Micael e a coisa toda aconteceu.
— Ele agredia ela? — Sophia assentiu. — E você estava vivendo na casa dele? Meu Deus, Sophia! Você tem quantos anos? — Esbraveceu.
— Espere, pelo amor! — Estava ficando brava também. — Micael descobriu tudo e me enterrou viva, fiquei meses fora, por isso ninguém conseguiu falar comigo.
— VOCÊ O QUE? — Desesperou-se, andou de um lado para o outro. — ELE TE ENTERROU VIVA? QUE HISTÓRIA É ESSA? — Carlie gritava no apartamento, andando de um lado para o outro. Estava perplexa com que Sophia tinha acabado de contar.
— Eu quero contar mas você não deixa.
— Olha, já chega! — Tinha a mão nos cabelos. — Eu juro que tentei engolir essa história, mas você não ajuda.
— Eu estou tentando te falar.
— Acontece que eu sou uma pessoa normal, faço o meu trabalho, tudo bem que abrir as pernas para um desconhecido não é a coisa mais fácil do mundo. — Pausou. — Mas você. — Apontou a Sophia. — Se intrometeu na vida de um cliente, tínhamos feito um trato, você se lembra? — Estava nervosa, tinha embargues em sua voz.
— Vai lavar a roupa suja, justo agora?
— Eu vou, Sophia! Você simplesmente me abandonou, e eu te ajudei para caramba! — Abaixou a cabeça. — Eu nunca questionei os seus relacionamentos, mas a partir do momento que você saiu daqui para morar com um casal de milionários, sua vida mudou completamente.
— Ele está melhor! Teve começo de depressão, eu o ajudei. Estamos bem agora.
— Você não se sente culpada nem por dois segundos? A esposa dele morreu e você está lá, usando as coisas dela, usando as roupas dela, usufruindo do que era dela! Está dormindo com o marido dela.
— Olha, Carlie! — Foi a vez dela de levantar. — Acredito que você esteja com raiva, nervosa, mas vim aqui te pedir desculpas, apenas. — Engoliu seco. — Eu sinto sua falta, e quero te dar uma vida melhor.
— Minha vida vai muito bem com o dinheiro honesto que ganho.
— Honesto? — Riu incrédula. — Você abre a perna para o marido dos outros e se acha honesta? Depois quer falar de mim!
— Você também fazia isso. — Rosnou.
— Eu fazia, mas parei. Eu quero ter saúde, estar viva, chegar em meus sessenta ou oitenta anos com saúde. E você? Quer viver nessa vida para sempre? Se sujeitando a pegar uma doença!
— Chega, Sophia! Esse seu teatro não colou comigo. — Andou até a porta. — Eu quero a minha vida, a minha realidade. Não a sua vida, que a qualquer momento pode voltar para o mesmo lugar que veio. — Carlie estava parada na porta, esperando que Sophia saísse, a loira apenas caminhou até o lado de fora, tendo contato visual com a amiga. — Adeus Sophia, seja feliz! — Carlie segurava as lágrimas até a mulher sair.
Sophia entrou na BMW triste, dirigiu até o apartamento, a viagem que fez para falar com Carlie não adiantou em nada. Era assim, ela fazia de tudo para se desculpar, mas ninguém aceitava. A única pessoa que tinha no mundo era Micael, inacreditável, mas era.
— Oi, querida! — Micael sorriu quando Sophia passou pela porta, tirou o salto alto em que usava. — Como foi com Carlie? — Ela deixou suas lágrimas caírem, correu até os braços de Micael afogando em seu corpo, o abraçando, como uma criança, cheia de medo. — Eu sinto muito, Sophia.
— Ela não aceitou as minhas desculpas. — Soluçou. — Ela é a minha melhor amiga, eu não queria isso, ela me expulsou. — Deixou mais lágrimas caírem, Micael tinha as mãos em seus cabelos. — Eu fiz... De. Tudo. — Tentou falar. — Eu não queria que fosse. Assim. — Deu outra soluçada, estava péssima!
— Ela fez a escolha dela, e você não tem culpa de nada. — Beijou o topo da cabeça de Sophia. — Ela vai entrar em contato com você, depois de saber que está totalmente errada.
— Carlie é osso ruim! Ela não irá mais falar comigo. — Tranquilizou sua respiração, estava nervosa em meio aos choros. — Eu tentei de tudo, mas ela não quis.
— Entendo que ela esteja magoada. — Micael passou a mão em seu rosto, delicadamente. — Não há mais nada em que possa fazer, querida! Você já conversou com ela, não conversou? — Sophia assentiu. — Tudo irá se resolver, eu prometo.
— Eu sou tão ruim assim?
— Claro que não! Você é muito boa, principalmente para mim. — Beijou Sophia, calmamente. — Eu tive sorte de encontrá-la.
— Amo você. — Continuaram os beijos. Micael a parou.
— Eu comprei passagens para nós! — Sorriu. — Vamos à Itália, achei que quisesse conhecer.
— Você é um louco.
— Só estou querendo aproveitar o momento. Você irá gostar de lá, uma viagem especial.
— Enquanto Phill? Ele já sabe?
— Já sabe, já surtou. — Sophia riu. — Eu realmente não ligo, liguei para minha secretária falando que ficarei fora da cidade, ela entendeu perfeitamente. — Pausou. — Enquanto Phill se estressa à toa!
— Ele poderia ir com a gente, viajar com a pequena Rose seria divertido. — Optou.
— Hum, não. — Micael torceu o nariz. — Quero que Rose delete os barulhos que iremos fazer, enquanto estivermos trepando. — Sophia teve um ataque de risos.
— Nunca imaginei que você seria assim, senhor Borges.
— Tem muita coisa que você precisa saber sobre mim, senhorita Abrahão. — Sorriu. — Faça as malas, iremos viajar.
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Perfume de Mulher - MiniFic
RomanceSophia Abrahão, uma bela prostituta que encantava todos os homens. Não era de se apegar, de ter encontros com clientes, até Micael chegar, um homem desejado, de dinheiro, que só queria uma única coisa: Sedução e corpos nus.