15º Capítulo

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Aline acordou assustada quando sentiu os beijos de Sophia percorrerem por suas coxas, remexeu-se nos lençóis caríssimos.

— Bom dia. — A loira sorriu. — Estava dormindo tão tranquila.

— Bom dia. — Sentou-se na cama. — O que foi aquilo? — Teve vergonha ao dizer.

— Eu e você. — Deu um beijo rápido nos lábios de Aline. — Não gostou?

— Foi incrível! Fazia anos que não me sentia assim. — Teve iniciativa de beijar Sophia agora, as mãos no rosto delicado da loira. — Isso é errado, para nós duas.

— Clark sabe que me relaciono com mulheres, você me interessou. — Sorriu. — Não precisa contar á Micael, este é um segredo nosso.

— Não irei contar. — Segurou as mãos de Sophia. — Que tal um café? Estou faminta!

— Eu vou tomar um banho, tudo bem? — Aline assentiu.

— Você pode usar os meus vestidos, creio que usamos a mesma numeração.

— Obrigada. — Sophia saiu da cama, calmamente. Andou até a suíte privilegiada de Aline, que dividia objetos com Micael. Essa era a sua hora.

Abriu o box do banheiro, em seguida as torneiras, a ducha quente relou em seu corpo lhe dando um prazer imenso, um conforto incrível. Avistou os produtos que os dois usavam, e achou o creme de barbear, segurou a lata prateada, sorria maléfica.

— Idiota. — Apertou o botão vermelho liberando a espuma do produto, passou em seu corpo, encharcando com espumas. Ria como uma sapeca. Esteve feliz quando a lata do barbeador ficou vazia, devolveu á prateleira e seguiu com seu banho.

Secou-se na toalha de Micael, usou sua escova de dentes, saiu da suíte e entrou no closet de Aline, a mesma não estava ali. Verificou se estava só, abriu a parte em que Micael dividia, mexeu em seus trajes de trabalho, abriu as gavetas, usou suas cuecas e ainda por cima roubou uma gravata. Aquilo estava sendo ótimo á ela, sentia um prazer imenso estar fazendo aquilo. Afinal, nunca imaginou ser tão ruim assim em toda a sua vida.

Procurou agora uma roupa adequada, precisava ir embora. Não decidiu usar os vestidos de Aline, apenas usou a roupa que veio na noite anterior, usou uma cueca de Micael e preferiu deixar o sutiã guardado, queria estar livre, naquele momento de revolução. Desceu ás escadas se deparando com Aline, preparava o café em harmonia, os bacons estavam deliciosos.

— Hum. — Abraçou a morena por trás. — Ovos com bacon?

— Fiz panquecas. — Cerrou os olhos, ainda sorrindo. — O que quer comer?

— Você pode ser o menu. — As duas sorriram em cumplicidade. Se beijaram logo depois.

— Não vá embora, não suportarei ficar sozinha aqui.

— Quando ele irá voltar? — Pegou um bacon do prato.

— No final de semana, ele me manda mensagens quando está vindo.

— Dê um jeito com ele, você não precisa disso. — Abraçou Aline. — Eu posso te ajudar, dar o mundo á você.

— Eu o amo mais do que a minha própria vida, não posso deixá-lo.

— E se um dia ele quiser a deixar? Vai ficar arrasada, não merece passar por isso.

— Micael não tem motivos para me deixar.

— Os homens criam motivos o tempo todo. — Encarou Aline. — Se você quiser mudar, por favor, conte com minha ajuda.

— Seria ótimo ter você aqui, não quero que vá. — Fez manha ao ficar com Sophia, estavam em harmonia naquele momento. — Eu posso preparar outro jantar e repetiríamos a dose.

— Já tinha transado com mulheres? — Sophia buscou uma xícara, despejou o café fresco.

— Não. — Sorriu doce. — É algo diferente. Você me toca de um jeito... Diferente. — Se aproximaram, as duas.

O de praxe aconteceu, Sophia deu prazer á Aline, no balcão de mármore da cozinha. Chupou a mulher fazendo com que ela tivesse o ápice da manhã, e Aline, não podia mentir, estava gostando. Ela nunca teve momentos assim com Micael, nunca tinha transado em sua cozinha, estava sendo radical, burlando leis, e estava gostando. Caindo em tentação. Micael não poderia sonhar com essa hipótese, seria um feminicídio.

Já do outro lado do país, Micael comprava ações, terminou uma reunião de quarenta e cinco minutos. Estava exausto, queria a cama do hotel e um bom banho de banheira, mas seu sócio o parou, seguindo-o irritante.

— Borges, o que acha de expandirmos a bolsa? — Andaram pelos corredores.

— Eu acabei de comprar novecentos bilhões de dólares em ações, e você quer mesmo expandir a bolsa? — Arqueou uma sobrancelha ao encarar o sócio.

— Foi uma hipótese. — Sorriu sem jeito, pegaram o elevador, juntos.

— Péssima hipótese. — Tinha os braços em frente ao corpo, esperando que o elevador parasse no andar indicado.

— Como está a sua carreira? Aline está bem?

— Melhor impossível.

— Não me respondeu a segunda pergunta.

— Serviu como resposta para as duas. — As portas se abriram. — Um ótimo dia para você. — Andou até o monte de seguranças, que o esperavam na frente da empresa.

Entrou no Volvo prata e esperou que seu motorista dirigisse até o hotel, enquanto não chegava optou por ligar em casa, buscou seu IPhone dentro da calça social, discou o número de Aline que demorou para atender, quarto toque e a linha ainda ficava em espera. Micael bufou, odiava ser esquecido, assim como Aline fazia. Tentou novamente, nada de atender. Era cruel quando queria.

Foi obrigado a mandar uma mensagem eletrônica, no telefone do seu apartamento.

— Aline, querida. — Fazia tempo que não a chamava assim. — Estou indo embora amanhã, irei fazer o checkout do hotel ás onze e meia. Chegarei em casa tarde, e cansado. Só estou avisando, me ligue quando escutar a mensagem, e persista com esse celular perto de você, odeio ser ignorado por suas ligações. — Desligou o botão, a mensagem estava enviada e pronta para ser reproduzida na secretária eletrônica de sua imensa sala.

Em uma tremenda distância, Aline já tinha recebido o recado, estava com Sophia no sofá, as duas aninhadas, ambas nuas, acabaram de fazer um sexo selvagem, com direito á aprendizagem de Aline. Foi um erro ter escutado aquilo, seu momento estava tão bom, por que tinha que ser assim?

— Você precisa ir. — Encarou os olhos azuis de Sophia.

— Claro, eu irei hoje mesmo. Aliás. — Levantou-se, rápida. — Preciso mesmo ir.

— Quando iremos nos encontrar de novo?

— Quando quiser. — Beijou a morena que sorriu em agradecimento. — Pode me ligar quando estiver pronta, estarei esperando.

— Obrigada pela noite, Sophia. — Sorriram.

— O prazer foi meu.

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