36º Capítulo

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— Parece que Aline está magoada com você. — Micael apareceu atrás de Sophia, sorria sarcástico.

— Você está adorando isso.

— Eu estou mesmo. Ela parou de ser idiota.

— O único idiota aqui é você. — Cerrou os dentes, com a raiva que estava tendo. — E ande logo, eu quero tomar o meu banho. — Sophia subiu as escadas antes que Aline a visse, entrou no quarto onde dividia com o casal, avistou o closet vendo que suas roupas não estavam mais ali, nem ao menos os sapatos de grife. Ela não pertencia mais aquele local, era uma ninguém, teria que arrumar um apartamento logo, não poderia voltar para o seu antigo, morando com Carlie. Andou até a suíte esperando por Micael, que demorou alguns minutos para entrar.

— O que você quer agora? — Encarou a loira com sangue nos olhos.

— Meu banho. — Respirou fundo. — Eu preciso relaxar, meu voo foi péssimo, odeio mudar de fuso horário. — Disse assim que Micael aproximou-se dela, quase arrancou o zíper puxando para baixo, fez isso com todo o pano que Sophia usava, deixando ela apenas de calcinha. — Vista o zíper novamente e pare de marra.

— Nem fod... — Observou Sophia. Fez tudo outra vez. Subiu o zíper, delicadamente, o abaixou no mesmo processo. Fez ela passar a calcinha entre as pernas e deixar em algum canto da suíte. — Banheira ou ducha?

— Banheira. — Sorriu, falsa. Ficou de pé esperando Micael arrumar a banheira, abriu as torneiras e procurou o sal mineral que usava, com um cheiro muito bom. — Meça a temperatura da água, odeio tomar banho gelado.

— E alguém gosta?

— Eu pedi a sua opinião?

Micael ficou em silêncio, mediu a temperatura e teve o olhar para Sophia novamente.

— Está pronto. — Ela andou até ele, apoiou em seus ombros. Entrou na banheira, relaxando com a água.

— Sabe, você poderia fazer massagem nos meus pés. — Rodeou o pé esquerdo, espreguiçando. — Poderia não, você vai fazer massagem nos meus pés. — Sorriu. Micael sentou-se na beirada da banheira, buscou o pé direito de Sophia, apertando o peito do pé, fazendo círculos com o dedão. — Mais para o meio, está machucando o meu calcanhar. — Reclamou. O homem bufou sem que ela visse, estava tedioso demais para uma manhã como aquela. — Então quer dizer que você simplesmente mudou? Não está mais batendo em Aline?

O olhar de Micael a fuzilou com o olhar. Quem pensava que era?

— Você gosta muito de se intrometer na minha vida. — Trocou os pés. — Saiba que, não irá tirar o trono de Aline desse lugar. Você já era para ela.

— Não estamos em Game of Thrones para saber quem irá ficar com o trono. Eu gosto de Aline, ela é uma amiga muito especial para mim. — Pausou. — E por sua culpa, ela não quer falar comigo, está me evitando, achando que eu fui embora. Mas nem sabe que seu marido me enterrou, viva.

— Eu realmente achei que você tinha virado carniça.

— Não virei, e vim te atormentar. — Cerrou os olhos, relaxando. — Aconteceu alguma coisa muito terrível na sua infância, pessoas não são assim, geralmente. — Umedeceu os lábios. — Filho de Josephine e Carlos. Estudou na universidade Spendle Jhonson, namorou por dois anos Marta Remps, capitã do time de vôlei. — Encarou as unhas. — Era o mais popular do colégio, antes de conhecer Aline. Quando chegava em casa escutava o pai, bater em sua mãe, os gritos lhe davam tensões no corpo. Acredito que você sofreu demais, vendo esses flashs incomuns. — Encarou Micael que estava em transe. Onde descobriu seu passado? Quem havia contado? — Sua mãe morreu quando era mais novo, e largou seu pai em um manicômio, onde morreu dez anos depois. Lamentável! — Respirou fundo. — Agora você se tornou o espelho de seu pai, batendo na mulher, odiando o filho... Por aí vai indo. Você é o espelho do seu pai, e eu, sou praticamente um crossover das amantes que Carlos tinha. E Aline, uma cópia de sua mãe, aborrecida e com sonhos de construir a família perfeita.

Micael tinha os punhos fechados quando deixou a respiração fluir, mais agitada. Prensou os lábios e piscou forte, achando um jeito de sumir. Levantou-se batendo a cabeça na parede, diversas vezes, um tremendo louco.

— Não surte. Você precisa me ensaboar. — Mexeu com a água quente, estava completamente relaxada.

— Vá para o inferno. — Bagunçou os cabelos quando encarou Sophia, muito puto. — Você é manipuladora, você irá destruir o meu casamento. Eu deveria ter ficado longe de você, ou aberto seu corpo e dado para algum animal comê-la.

— Seu casamento já está todo destruído, desde o momento que você ousou tocar em Aline. E enquanto eu ser manipuladora? — Fez menção de pensar. — Eu nunca seria manipuladora. Eu estava quieta no meu canto, trabalhando com os meus clientes, quando recebi uma ligação sua. Você simplesmente ficou viciado em me ver, e criamos um ciclo eterno e vicioso. Você quer que eu continue? Acho que não precisa.

— Eu vou expulsar você daqui.

— Me expulse e Aline também te expulsará. — Disse dura. — Se eu fosse você, voltaria até aqui, me ensaboaria e ficaria calado diante das minhas vontades. Estou sendo clara? — Ele não assentiu, ainda encarava ela com raiva. — Vamos, eu preciso descansar. — Micael voltou a sentar novamente na borda da banheira, tinha um sabonete líquido nas mãos passando por todo o corpo de Sophia. Ensaboou seu colo, seios, barriga, e por último suas pernas. Enxugou a mulher levando ela para o closet, estava sob sua responsabilidade agora. Era o capacho de Sophia.

— O que quer agora?

— Gostaria de usar meu robe de seda. Você poderia encontrá-lo? — Micael abriu uma mala, em cima de algumas gavetas do closet, todas as roupas de Sophia estavam lá, Aline teve o trabalho de jogá-las e deixar em algum canto. O homem caçou o pano com tecido gostoso, passou pelo corpo de Sophia e a levou para cama.

— Mais alguma coisa? — Encarou ela que estava sentada, no lugar de Aline. Espreguiçou-se.

— Beije meus pés. — Ordenou, era brincadeira! Micael respirou fundo antes de agachar, pegou um pé de Sophia selando seus lábios com a pele quente da mulher. Ela sorriu. — Todas as noites você irá beijar o meu pé, estamos entendidos? — Ele assentiu, sem paciência. — Está livre para fazer o que quiser, eu dormirei algumas horas e não quero que ninguém me atrapalhe. — Estava adorando virar uma dominadora.

Perfume de Mulher - MiniFic Where stories live. Discover now