PRELÚDIO - QUEEN & LED ZEPPELIN

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[19.04.19]

O fato de os dois terem de subir no barco e voltarem para casa fez tudo morrer. Jeongguk voltou à sanidade mental — ou o que julgava ser sanidade —, e se lembrou que Joohyuk o esperava para saírem à tarde. Taehyung conduziu o barco de volta às docas em completo silêncio, ciente de que Jeongguk ia fingir que aquilo não havia acontecido e sumiria novamente.

Quando eles saíram do barco, completamente encharcados, Jeongguk foi embora sem dizer nada. Nenhuma palavra, nenhum olhar, absolutamente nada.

Taehyung ficou sozinho ao sol quente, observando enquanto Jeongguk ia embora todo molhado. Bocó. Que fosse andando sozinho até a casa, então.

Taehyung revirou os olhos e foi em direção às pequenas cabines onde podia tomar banho por algumas moedas. Tinha deixado no guarda-volumes uma mochila com roupas novas e uma toalha. Viera preparado para Jeongguk cometer alguma loucura de jogá-lo na água.

Já Jeongguk voltou para casa à pé. Bom, pelo menos até sentir as pernas cansadas quando o ódio fulminante passou e ele se sentiu cansado de caminhar. Chamou um táxi e pagou um pouco mais por ter molhado o banco.

Furioso, adentrou a casa sem se importar com a aparência, já que seus pais não estavam, e correu escada acima para se trancar no quarto e tomar banho. Entrou no chuveiro de roupa para tirar a água salgada de tudo.

Mais do que isso, queria se livrar da sensação do beijo, da língua salgada encostando na sua, do toque das mãos que ainda perdurava em sua pele, arrepiando-o como uma rajada de vento gelado. Queria apagar as palavras que certamente haviam sido ditas só para o confundir e enganar... ou talvez só tivessem sido sinceras.

Então chorou. Não sabia se o ódio era de si próprio ou de cada palavra que ouvira.

"Eu quero você! Eu quero que você seja meu namorado, Jeongguk! Eu quero te tratar bem, quero que me ensine a te tratar bem! Quero que você toque piano comigo, que me deixe te apresentar as coisas que eu gosto, que me mostre o que você gosta".

E quanto à expressão sincera de Taehyung quando dissera "Eu não quero brincar com você! Eu quero te amar."

Taehyung que vá para o inferno!, pensou enquanto se livrava das roupas molhadas e começava a esfregar a cabeça com o shampoo.

Jeongguk havia aproveitado o cancelamento de uma de suas aulas da tarde, porque seu professor não podia ir, para sair com Joohyuk. Uma parte de si realmente se sentia bem naquele companhia, enquanto a outra sabia bem que só queria se ocupar e usá-lo para se esquecer de outra pessoa — além de ter certeza de que tudo que conseguiria seria apenas ser seu amigo... afinal, não tinha lá vontade de beijá-lo ou fazer qualquer coisa a mais.

Já aquele babaca miserável... Jeongguk tentava se enganar, mas era óbvio que queria tudo de volta. Tudo e mais. Voltar desde o início, mudar o que tivesse sido ruim, repetir as coisas boas, acrescentar outras.

Ficou lembrando de como tinha sido louco por empurrar Taehyung no mar e em como tinha sido beijá-lo novamente. Tinha sido... surreal.

Esquecera-se de que o que diziam sobre o roqueiro era verdade: ele tinha um beijo delicioso que viciava. O gosto, o jeito como segurava seu corpo, os movimentos da língua e das mãos: viciante, impossível de enjoar ou se cansar.

Jeongguk deixou cair shampoo nos olhos enquanto pensava no beijo e começou a pular de um pé para o outro enquanto tentava aliviar a ardência terrível.

— Ah, merda, quem eu quero enganar? — choramingou em voz alta dessa vez, cansado, esfregando os olhos com raiva. — Eu gosto do Taehyung!

sobre todas as bandas de rock que eu não conhecia antes de conhecer vocêWhere stories live. Discover now