VOCÊ NUNCA VAI ENTENDER...

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[15.11.19]

vou fingir que não sumi e que não estou insegura e só dizer que este capítulo está grandinho

ontem a fic fez um ano! 🎂


ANO DOIS MIL

A primeira vez que Taehyung viu Jeongguk não foi naquela lanchonete. E definitivamente não foi por acaso que ele parou ao seu lado no balcão, dias depois, quando o viu tamborilar os dedos ao som de Queen e questionar em voz alta sobre que música era aquela.

A primeira vez que Taehyung viu Jeongguk — essa sim fora completamente por acaso. Interessado nas salas reservadas para treinos nos instrumentos, o roqueiro tinha tirado o dia para passear pelo prédio da Faculdade de Música. Encontrar aquele cara ou qualquer outra pessoa não estava em seus planos, mas achou que a sala estivesse vazia e entrou. Para sua surpresa, Jeongguk estava lá, e rapidamente o mandou sair. Apesar de ter sido mandado para fora, Taehyung se deteve do lado de fora, ouvindo-o tocar violino, absorto e maravilhado.

Não sabia por quanto tempo tinha observado aquela pessoa cujo nome ou qualquer outro detalhe era desconhecido e até levemente misterioso, no entanto, tinha sido tão prazeroso que se perdera no tempo. Taehyung nem sequer sabia o nome da composição e mesmo assim ela ficou grudada em sua cabeça durante dias.

Passara semanas pensando naquela música e naquele rapaz, então, a surpresa de encontrá-lo sentado ao balcão daquela lanchonete fora imensa. E imensamente agradável — pelo menos enquanto não se aproximava. Ao fazê-lo propositalmente, a fim de arranjar uma brecha para cumprimentá-lo, não tivera intenção de nada além de uma simples conversa, mas o jeito marrento o irritara tanto que rapidamente se sentiu entretido em algo a mais, algo como um desafio. Quanto mais tempo Taehyung passava ao seu lado, mais o achava insuportável. Aceitou a aposta por orgulho e irritação, e desejava que transasse logo com Jeongguk para poder finalmente dar no pé e nunca mais vê-lo. No entanto, gradualmente, o roqueiro passou a se sentir confortável com a presença do violinista, que parecia entendê-lo e ouvi-lo, mesmo que fossem tão diferentes. O jeito mesquinho e chato se dissolvia em algo gentil que começava a aparecer devagar, surpreendendo-o. Taehyung se viu encantado por cada detalhe daquele garoto confuso, e não conseguia se desvencilhar, não era capaz de se afastar: só queria vê-lo cada vez mais. Cada dia um segundo a mais, um minuto a mais, uma hora a mais, até sentir que precisava de dias a mais.

Taehyung queria vê-lo, abraçá-lo, beijá-lo, sentir seu cheiro gostoso. Passar os dedos por entre seus fios de cabelo, dormir tranquilamente sentindo sua respiração bater-lhe no pescoço. Queria estar o tempo todo em sua companhia, fosse ouvindo qualquer coisa que ele tivesse a dizer ou qualquer música que ele quisesse ouvir ou tocar. Então, lentamente, Taehyung descobriu em Jeongguk todas as coisas que tinha procurado nas drogas, na bebida, no cigarro, em todos os corpos que já havia tocado. Estava ali, só ali, concentrado em um único ponto no universo todo. E naqueles momentos, naqueles pequenos momentos do dia, Jeongguk estava ali, e coexistiam, colidiam-se, entrelaçavam-se, fundiam-se... e ele não precisava de mais nada, nada além de só um segundo a mais.

Não demorou muito para Taehyung perceber que estava amando. Ele tinha jurado que jamais diria "eu te amo" para alguém depois de Min Yoongi, mas como poderia não dizer a Jeongguk? Afinal, ele era tudo que Taehyung mais queria. Se não dissesse, se não contasse, se não se abrisse, podia ser que perdesse uma coisa grande demais, e aquela ausência o acompanharia por toda a vida.

Fora com aquela sensação Taehyung entendera que, na realidade, ele não estava amando novamente. A verdade era que nunca havia amado antes de conhecer Jeongguk.

sobre todas as bandas de rock que eu não conhecia antes de conhecer vocêWhere stories live. Discover now