LAR NEM-TÃO-DOCE LAR

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[01.10.19]

ficou relativamente longo, denso e talvez confuso, porque existem alguns saltos no tempo, leiam devagar para não cansar... até o próximo capítulo

O céu já estava escuro.

Jeongguk perambulou completamente perdido e fora de si durante algum tempo. Ele não se deu conta de onde estava nem aonde ia até que reconheceu a casa de Sooyoung e de Jimin ao longe. Ficou mais algum tempo sentado na calçada, ponderando se devia ir atrás dos melhores amigos ou não. Talvez só devesse voltar para casa... para a casa dos pais. Não, como poderia voltar para lá? Bom... pensando bem, voltaria resignado, porque não tinha para onde ir, não poderia pagar um aluguel inteiro sozinho...

Ah, grande vida de merda, heim, Jeongguk.

Todas as palavras de Taehyung reverberavam em sua cabeça como trovões altos demais, assustando-o. Ele revivia aquele momento sem parar, e apesar de sentir que ia morrer com toda aquela dor e tristeza que o sufocavam, não conseguia chorar. Era como se tudo estivesse represado por confusão. Ainda não tinha certeza do que acontecera, ainda não tinha entendido. Ainda não acreditava.

Sabia que uma hora, entretanto, finalmente entenderia e acreditaria. Enfim veria que estava tudo realmente acabado.

Idiota. "O pior tipo de cego", era isso que Jeongguk era; afinal, sempre esteve tudo ali, não esteve? Todas as pistas, e quem sabe fossem até claras demais... claras como relâmpagos que iluminam o céu escuro em pancadas rápidas e violentas.

Jeongguk enfiou a cabeça entre os joelhos e fitou o asfalto. Ouviu o som de sapatos se aproximando, mas não ergueu a cabeça. Não queria. Não queria que ninguém o visse daquela forma, deprimido e deprimente.

Mas alguém se agachou à sua frente.

— Gukie...? — a mão leve e delicada de Sooyoung encostou em sua cabeça com cuidado. Sem respostas, ela lhe fez carinho.

— Vem, Guk, vamos entrar — a voz de Jimin estava tão baixa e tão triste que Jeongguk soube imediatamente que, de alguma forma, eles já sabiam o que tinha acontecido.

Claro que sabem, seu imbecil, a porra da sua mala está ao seu lado e você parece estar chorando. Caralho, como você é burro, é por isso que nunca percebeu nada!

— Gukie... eu fiz biscoitos — Sooyoung tentou sorrir, o que fez Jeongguk levantar a cabeça. Fungou. Não queria ignorar a tentativa dos amigos em confortá-lo, mesmo que não quisesse conversar. Jimin pegou sua mala e Sooyoung o abraçou enquanto eles desciam a rua até a casa dos irmãos.

— Como sabiam que eu estava por aqui? — perguntou em voz baixa.

— Não sabíamos... — Sooyoung deu de ombros. — O Jimin chegou em casa e achou que tivesse visto você aqui. Então ele me perguntou e viemos ver se era realmente você.

Ele assentiu sem dizer palavra.

— Está tudo bem...? — Sooyoung hesitou.

Jeongguk negou com a cabeça, mudo. Cessou os passos e demorou alguns segundos para finalmente dizer:

— Terminamos. Terminamos porque ele se cansou, mas podemos não falar em nada? Nunca mais.

— Cansou? — Jimin franziu a testa.

— Nunca mais! — repetiu.

Sooyoung e Jimin se entreolharam confusos, mas calaram-se.

— Tudo bem... — consentiu a garota. — Pode ficar quanto tempo quiser, sabe disso, né? Nossos pais te adoram.

sobre todas as bandas de rock que eu não conhecia antes de conhecer vocêWhere stories live. Discover now