MATÉRIA NOVA

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Na escola, sinto falta de Darla, realmente ela faltou à aula. Vou para a lanchonete e mais uma vez não tenho oportunidade de conversar com Theo, ele não para nem por um segundo. Quando chego na casa de Nik, encontro no jardim tudo o que ela comprou na floricultura. Coloco minha jardineira jeans, fico sem camisa, coloco meu boné e começo a preparar o chão para receber as mudas e sementes. O dia passa rápido e preciso deixar muitas coisas para fazer amanhã, vou embora ás 17:30 e volto com muita vontade de terminar no dia seguinte, e ansioso para o dia terminar logo para eu chegar em casa e poder ligar para Darla. Do cheque que Nik me pagou dei dois terços para minha mãe, e o que sobrou não dá para comprar um celular, mas dá para irmos ao cinema e depois tomar um sorvete. Passo o dia imaginado sua boca na minha enquanto o filme passa na imensa tela no escuro. Fico em dúvida se devo deixar minhas mãos se atreverem um pouco ou se devo me comportar. Horácio me manda ir embora, mas insisto que preciso de mais um pouco de tempo, pois prometi a nossa chefe que iria terminar ainda hoje. Ele me dá mais um tempo, mas volta meia hora depois nervoso dizendo que agora chega, pois ele quer ir para casa e eu estou atrapalhando. O carro de Nik chega neste momento e dele saem ela e Milla.

– Dominique, – Horácio vai ao seu encontro. – Que bom que você chegou, eu preciso ir embora e o seu jardineiro está me atrasando.

Ela me olha esperando por explicações.

– Eu lhe prometi que antes de sábado todas as flores estariam plantadas e precisei passar do meu horário para que isso fosse possível, este jardim é muito grande.

– Não precisava fazer isso com tanta pressa assim, pode ir embora descansar, segunda você volta.

– Eu já estou terminando, prometo que em meia hora já estou indo.

Volto para trás da casa e antes de chegar ao meu destino, Milla me chama e se agarra em meu braço e caminha comigo.

– Você está lindo nesta jardineira e com este boné. Você está apenas de jardineira? – Seu sorriso malicioso enquanto tenta olhar pelas laterais da minha jardineira é de enlouquecer qualquer homem. Ela me empurra e me cola na parede.

– Desculpe, mas eu preciso terminar logo com isto aqui. – Por pouco não gaguejo.

– Eu pedi seu número para a Nik, mas ela me disse que você não tem celular.

– Pois é, eu ainda não tenho celular.

– Eu posso te dar um, será um presente pelo nosso primeiro encontro. Posso te dar muitas coisas – Seu rosto se aproxima do meu – Posso te dar muito prazer – Sua boca toca a minha – Posso lhe ensinar muitas coisas que são importantes para um homem saber. – Seus dentes pegam meu lábio inferior e sua mão vai para o meio de minhas pernas. – Humm, nossa, ele parece ser enorme. – Ela dá uma apertadinha em meu pau duro.

Sua boca suga meu lábio e quando vou corresponder, escutamos os passos e a voz de Nik lhe chamando. Nos afastamos, mas não tão rápido e Nik nos olha desconfiada. Ela entrega a amiga o celular e fala:

– Estava tocando, é o seu pai.

– Que droga, preciso falar com ele. – Milla pega o celular e sai conversando.

Nik me olha e me olha, parece curiosa, zangada e decepcionada. Pego a mangueira e a levo para dentro do quartinho, estou com medo, será que ela vai me despedir? Ela vem atrás de mim e fecha a porta, meu coração dispara, minhas pernas ficam bambas e meu amigo que já tinha adormecido depois do afastamento de Milla fica duro novamente e com o perfume dessa morena e seus olhos negros fixo aos meus, ele lateja. Nik só para quando não há mais nenhum espaço entre nós.

– Está acontecendo alguma coisa entre você e a Milla?

– Ela parece que quer que aconteça.

O APRENDIZOnde histórias criam vida. Descubra agora