IDIOTA

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Nik me pega na porta de casa, ela está usando um terninho escuro e seus cabelos estão presos em um coque. Recebo um beijo e seguimos para a empresa, como sempre fico na recepção e Nik vai para a garagem. Espero pelo elevador e ele demora, mais pessoas começam chegar e esperar por ele ao meu lado, até por fim, ele chega e já dentro há algumas pessoas. Entrando todos, ficamos um pouco apertados, mas em compensação avisto Nik ao canto, ela está com o paletó de seu terno nos braços e sua camisa é tomara que caia, o que deixa seus lindos ombros a vista. Dou um jeito de ficar ao seu lado e ela dá um jeito de ficar em minha frente e encostar sua bunda em mim. Tento fazer cara de paisagem e quando todos descem e ficamos apenas nós, lhe puxo mais para perto e a pego de surpresa.

– Está louco, é? Aqui tem câmeras e sem dizer que passei batom vermelho, está vendo? – Ela levanta o rosto.

– Que pena, estava pensando em desligar este elevador só para te dar um beijo ou quem sabe arrancar essa roupa.

– Você está é perdendo o juízo que eu pensava que você tinha.

Solto uma gargalhada e as portas do elevador se abre em nosso andar. Nik me dá uma piscadinha e se vira para sair.

– Acho melhor – digo ao vê-la de costas – você vestir este paletó de novo ou soltar seus cabelos.

– Por que? – Ela me espera sair me olhando confusa, mas com um sorrisinho no canto da boca esperando por alguma sacanagem nas minhas palavras.

– Porque nas suas costas, bem próximo ao seu ombro, – Coloco a mão onde estou referindo. – tem a marca de que sua trepada foi das boas.

– A sua mordida? – Ela coloca a mão e vira o rosto na tentativa de ver.

– Exatamente.

Nik recoloca o terno sorrindo e vamos juntos, até ela entrar em sua sala e eu continuar para a minha mesa. Passo o dia todo sem vê-la, mas isso não me deixa triste, pelo contrário, fico feliz por receber o meu cartão de plano de saúde. Laís me ajuda a ligar e marcar um oftalmologista para o dia seguinte e um nutricionista para quarta-feira. Á noite vou a autoescola e em seguida vou para a academia e para a maior de todas a surpresa, alguém coloca as mãos em meus olhos e quando me viro dou de cara com Nik e Milla ao seu lado sorrindo dizendo que irão malhar no mesmo horário que eu. Mas ver como os caras comem com os olhos a mulher por quem estou apaixonado não é nada legal. Nik tem um corpo de dar água na boca e ainda com esta calça legue preta agarrada a suas pernas deixando sua bunda empinada ainda mais apetitosa. Até o profissional que me ajuda, está comentando como ela e a Milla são gostosas. Fico tão enciumado que não consigo me concentrar, poucos minutos depois de começar a levantar os pesos que personal me entregou, largo tudo ali e vou para a janela tomar um ar. Olho para Nik fazendo abdominais e os caras babando me tira do sério. Milla parece que se incomodou comigo aqui e vem em minha direção.

– O que foi, Gatinho? – Ela olha para onde Nik está. – Não me diz que está com ciúmes desses babões?

Mordo a boca e não digo nada.

– Você tem que pensar o seguinte: é com você que ela se deita, é você que dá prazer para aquele corpo que todos estão babando, é seu os seus gemidos, é você que a leva ao orgasmo e não eles.

– Mas do que adianta tudo isso, se eles não sabem.

– Mas você e a Nik sabem, é isso que importa, Bebê. Agora volta e pega aqueles pesos, pois estou louca para ver como você vai ficar cheio de músculos. Sorrio e volto para os pesos e tento não olhar mais para onde Nik está. Faço todos os exercícios que preciso fazer e vou para o banheiro, tomo uma ducha e quando saio, Nik e Milla não estão em lugar algum, aproveito para sair sem me despedir, quero logo chegar em casa. Quando saio da academia escuto um cara musculoso falando com mais dois como ele que a Nik é a mais gata que a Milla, outro diz que prefere a Milla, o terceiro diz que pegaria as duas, mas elas parecem mas serem lésbicas e que devem ser namoradas isso sim. O cara que estava falando primeiro diz que irá esperar elas saírem para perguntar. Se elas negarem ele não vai sossegar enquanto não levar a Nik para a cama. Fico um pouco desnorteado, mas continuo andando. A voz de Nik me chama e quando olho para trás vejo o cara pegando em seu braço. Ela lhe olha de cara feia e o manda tirar a mão.

– Só estou querendo lhe fazer uma pergunta, gostosa.

Decididamente e assumidamente odeio quando a chamam de gostosa. Um calor sobe pelas minhas pernas até minhas orelhas e quando dou por mim, estou dando um soco na cara do brutamonte. Nik se apavora quando ele vem para cima de mim e me acerta um soco na boca do meu estomago e depois um no queixo e caio no chão. Nik grita e os seguranças da academia vem e impede que o Schwarzenegger, exterminador do futuro me extermine. Nik se abaixa e quer saber se estou bem, ela toca meu rosto e olha para a mão suja de sangue, Milla chega correndo e também se abaixa. Elas me perguntam se consigo me levantar, mas a dor no meu estomago é tamanha que não consigo nem falar, muito menos levantar. Milla pede que eu fique quietinho, pois ela irá chamar a médica de plantão da academia. Nik me pergunta por que fiz aquilo, ela não para de falar, mas a dor que estou sentindo não me deixa prestar atenção em nada que ela diz. A médica chega e se abaixa, com um pano úmido me limpa e isso arde pra burro. Ela diz que um antisséptico e me pergunta onde mais dói e eu mostro meu estomago. Ela me pergunta se consigo me sentar, me esforço e imagino a careta horrorosa que devo estar fazendo, mas consigo me sentar e em seguida me levantar. Nik me entrega o óculos que nem sei onde foi parar, mas graças a Deus não quebrou. A médica pede que alguém traga água e me dá um comprimido. Milla volta com uma garrafinha de água e a doutora pede que eu engula o comprimido para passar logo a dor. Vou para a sua sala dentro da academia e ela me faz um curativo, depois me libera. Nik e Milla me esperam e já não vejo nenhum bombado por aqui. Elas me perguntam se estou bem e eu digo que estou ótimo. Era para ser uma piada, mas não teve graça alguma. Milla se despede e Nik me mostra onde está seu carro, entramos e seguimos em silêncio até ela estacionar em frente à minha casa.

– O que deu em você? – Nunca a vi tão séria.

– Não gostei daquele cara te segurando daquele jeito e ainda por cima te chamando de gostosa.

– E aí nem parou para pensar que ele dá dois de você. Não mediu as consequências e colocou sua vida em risco por conta do seu ciúmes idiota.

Mordo a boca de tanta raiva e falo:

– Idiota é você que não sabe ser amada. – Saio do carro e bato a porta.

– Volta aqui, Benjamin.

– Obrigada pela carona, Dominique, mas agora você já pode ir embora.

Vou a passos largos para a porta de casa.

– Ben, volta, vamos conversar.

Entro em casa e não olho para trás. Aproveito que mamãe e Val não estão na sala e nem na cozinha e vou direto para o meu quarto. Não quero dar satisfação quando elas virem esse curativo. Fico apenas de cueca e me deito, mas não consigo dormir e muito menos estudar. Val abre a porta depois de bater e eu finjo estar dormindo, depois vou para a mesa, pego meu celular e desenho Nik sorrindo em minha cama. 

O APRENDIZOnde histórias criam vida. Descubra agora