NAMORADA NO MEU MUNDO

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Quando acordo estou sozinho, esfregando os olhos procuro por Nik, mas ela não está aqui. Com certeza deve ter ido embora, mas deixou seu cheiro de presente para mim. Cheiro meu travesseiro e o abraço lembrando do que fizemos antes de irmos para o funeral. Me levanto e tomo um banho, visto uma calça de moletom e uma camisa de malha. O tempo está se fechando e alguns trovões soa bem próximos, parece que vai cair uma tempestade. Vou para a cozinha, pois minha barriga está roncando e lá está o motivo de um sorriso bobo que brota em minha boca. Nik está ajudando minha mãe preparar algo.

– Pensei que você tivesse ido embora.

– Eu até pensei em ir mesmo, mas está armando uma tempestade. Eu não gosto de trovões, se lembra?

Mamãe diz que irá acordar a Val e nos deixa a sós na cozinha. Nik está perto do fogão mexendo uma panela com feijão.

Abraço ela por trás e pergunto em seu ouvido:

– Minha mãe lhe fez alguma pergunta?

– Várias. – Ela se vira e me olha sorrindo. – Ela perguntou se estamos namorando.

– E o que você respondeu?

– Eu ia dizer a verdade, mas a sua prima apareceu aqui e eu tive que manter a mentira. Quando a Priscila lhe pediu uma toalha e saiu, eu quase voltei atrás, mas não tive coragem.

– Que bom, pois estou louco para lhe beijar. – Seguro seu rosto e colo minha boca na sua.

Nik corresponde ao beijo enquanto acaricia meus cabelos na nuca. O beijo vai terminando antes que eu matasse minha vontade por completo. Respeito sua vontade, sei que ela deve estar preocupada com o que minha mãe poderá dizer se nos pegar dando um amaço.

– Ben, nós não estamos namorando.

– Eu sei. – Beijo o seu pescoço. – No seu mundo não estamos namorando, – Beijo sua orelha. – mas no meu mundo estamos. – Olho para o seu lindo rosto. – E como neste momento estamos no meu mundo, então como um namorado muito exigente e carente, quero seus beijos.

Nik volta a me beijar e só paramos quando minha mãe volta e pergunta se eu quero comer feijão queimado. Priscila está com ela e me olha com pesar. Seguindo as ordens de minha mãe que tem um sorrisinho nos lábios arrumo a mesa com a ajuda de Priscila. Val se senta à mesa conosco e comemos em paz, depois vamos para a sala e conversamos. O barulho dos trovões diminuem e Nik diz que agora ela pode ir. Mamãe pede que ela fique, eu acho uma excelente ideia, mas Nik recusa. Minha mãe pergunta se seus pais irão achar ruim, pois se for isso, ela pode ligar e conversar com eles. Nik diz que mora sozinha e explica que sua mãe é falecida e o pai e o irmão moram nos EUA. Mamãe diz que sente muito por sua mãe, a leva para a cozinha e fala alguma coisa, Nik volta dizendo que irá tomar um banho. Mamãe diz que irá lhe emprestar uma roupa para dormir e eu não me aguento de tanta alegria, Val também fica feliz, a única aqui que parece não gostar da presença da Nik é a Priscila. Ela não consegue esconder sua insatisfação quando Val diz que irá dormir com a nossa mãe e ela poderá dormir na sua cama.

– E a Dominique irá dormir onde? – pergunta, Priscila olhando para a minha mãe, mas quem responde é Val.

– No quarto do Ben, é claro.

– E ele irá dormir na sala?

– É lógico que não. Cabe muito bem os dois na cama dele, não cabe, Ben?

– Claro que cabe. – respondo puxando Nik pela cintura mais para perto.

Nik está encarando Priscila e vice e versa.

– A senhora vai permitir isso, tia? – Priscila está mesmo a fim de me ferrar.

– E por que não? – Mamãe se aproxima mais – Qual é o problema, Priscila? O Ben é adulto agora, além disso nunca vi uma pessoa mais ajuizada.

O APRENDIZWhere stories live. Discover now